Jardel quer encerrar a carreira na Colina
Há 14 anos, a Seleção Brasileira sagrava-se campeã mundial de juniores em cima de Gana. Um dos jogadores daquela época era Mário Jardel, atacante do Vasco, que viria a se tornar uma lenda em Portugal, após sua passagem meteórica pelo Porto. Hoje, aos 34 anos, o \"Super Mário\", como ficou conhecido entre os lusitanos, atua pelo Newcastle Jets, time da primeira divisão australiana e que ocupa a vice-liderança do campeonato nacional. Apesar de cobrir de elogios a Austrália, coincidentemente país sede do Mundial de Juniores de 1993, o jogador afirmou, em entrevista exclusiva por telefone ao Jornal dos Sports, que sonha em encerrar sua carreira no Brasil, em 2008, jogando por uma das equipes que o consagraram: Vasco ou Grêmio.
\"Pretendo parar de jogar até dezembro do próximo ano. Gostaria de disputar o Campeonato Brasileiro pelo Vasco ou pelo Grêmio, fazer uma boa campanha\", comenta o atacante, que lembra um pouco de sua passagem pelos clubes brasileiros.
\"Devo muito ao Vasco. Foi o time que me trouxe de Fortaleza e me deu a primeira oportunidade. No Grêmio, estourei, fui campeão da Libertadores. Se fosse possível, gostaria de me aposentar por um desses dois times\", afirma.
O jogador também mostra que ainda vem acompanhando o Brasileirão, especialmente as equipes pelas quais atuou. Jardel afirmou ainda acreditar que o Vasco conseguirá uma vaga na Taça Libertadores.
Seleção é a maior mágoa
Ao longo de sua carreira, Jardel coleciona títulos invejáveis: quatro vezes campeão português (três pelo Porto e uma pelo Sporting), cinco vezes artilheiro do Campeonato Português, ganhador do prêmio de maior goleador da Europa pela revista World Soccer, bicampeão do prêmio do prêmio European Golden Boot, concedido ao maior artilheiro dos campeonatos europeus. Apesar de todos eles, a maior mágoa de Jardel está em sua passagem pela Seleção Brasileira. Venerado em Portugal, o atacante foi deixado de lado pelos técnicos que comandaram o Brasil durante sua carreira apesar de suas glórias na Velho Continente.
\"Todo mundo sabe que no futebol existe dessas coisas. Tive poucas oportunidades, fiquei muito triste, especialmente ao não ser convocado para a Copa do Mundo (2002) quando o Felipe Scolari estava na Seleção. Fiquei chateado, mas temos que entender essas coisas e seguir em frente\", comenta, lembrando que Felipão era o técnico do Grêmio quando Jardel conquistou a Taça Libertadores.
O treinador chegou a montar uma tática especial para dar toda liberdade à dupla de ataque que o jogador formava com Paulo Nunes e que seria eternizada entre os gaúchos como a \"dupla infernal\".
O resultado do descaso com o atacante é retratado no número de partidas que ele disputou pela Seleção: apenas 10 jogos. Muito querido em Portugal, Jardel confessou que teria se naturalizado português se fosse possível.
Eu também tenho muito carinho pelos portugueses. Com certeza eu teria me naturalizado português e jogado pela Seleção de Portugal, sem dúvida. O problema é que, em 1993, eu fui campeão