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Humorista Geraldo Magela sobre erro no clássico: "Até eu vi"

O pior cego é aquele que não quer ver, diz o ditado. O humorista mineiro Geraldo Magela, apaixonado por futebol, engrossa o coro. Nem o fato de ser deficiente visual o impede de garantir que até mesmo um cego daria o gol de Douglas no clássico de domingo entre Vasco e Flamengo.

“Foi muito descarado, não é possível um profissional não dar o gol com uma visão tão privilegiada, não tinha como ele não ver. Até eu vi”, brinca Magela, referindo-se ao auxiliar de linha Rodrigo Castanheira, que estava a cinco metros da jogada.

Magela considerou o lance tão escandaloso que já está pensando até em mudar de ares.

“Fiquei muito animado e já me coloco à disposição da Federação de Futebol do Rio para auxiliar em alguns jogos”, provoca.

Mas a gargalhada fica ainda mais solta quando soube que o presidente da Comissão de Arbitragem, Jorge Rabelo, considerou a falha normal: “Se há erro, não pode ser normal. Acho que estão mais perdidos do que cego em tiroteio. Mesmo que o auxiliar tivesse piscado na hora, ele teria visto a bola lá dentro.”

Nem mesmo o choro de Castanheira após saber que tinha errado sensibiliza o humorista.

“Agora não dá para chorar sobre o leite derramado. Tinha de ter regra para que o lance fosse revisto”, pede Magela, com a experiência de quem já participou de vários programas esportivos.

“Fiz muitas matérias de futebol ouvindo a transmissão de jogos. Às vezes, ajudo a comentar. Quando é TV, peço para repetir o lance várias vezes e brinco que fiquei na dúvida.”

Conhecido nacionalmente pelos shows "Ceguinho é a Mãe" e "Chutando o Balde", Magela promete surpreender em seu novo espetáculo, "Para ver na Copa", que ironiza o Mundial no Brasil.

De bem com vida, é exemplo para outros deficientes. Usa iPhone e, para surpresa de muitos, já saltou duas vezes de paraquedas. Mas falta realizar um sonho: “Gostaria de apresentar meu show para a Seleção. Fui à Copa de 98, mas não consegui nem chegar perto. Meu show tem piadas, mas é motivacional. Quem sabe o Felipão lê o jornal e me dá uma chance.”

Fonte: O Dia