Futebol

Históira: Maneca já estampou capa da Esporte Ilustrado, em 1955

VASCO DAS CAPAS - MANECA

Maneca, que na pia batismal e no cartório de registros recebeu o nome de Manuel Marinho Alves, também mereceu capa na revista \"Esporte Ilustrado\", pelo seu brilhante futebol. Foi na edição Nº 479, da temporada de 1947, quando o \"Expresso da Vitória\" trocou o seu maquinista, o montador uruguaio Ondino Vieira, por Flávio Costa.
Maneca nasceu em 28 de janeiro de 1926, em Salvador. Portanto, era um \"bom baiano\". Viveu até 28 de junho de 1961, tendo sido um cruzmaltino entre 1946 a 1955, quase uma década de grandes serviços prestados à \"Máquina da Colina\". O Vasco foi requisitar os seus serviços junto ao Bahia, onde trabalhou, de 1945 a 1946, após ser tirado do Galícia, pelo qual jogou (1943 a 1945) e encerrou a sua viagem pelos campos da bola, em 1957.
“Maneca, valoroso defensor das côres do Vasco, que tem cooperado eficientemente na campanha dos líderes do atual certame carioca”, como diz o texto da época em que a palavra ‘cores’ era acentuada, foi capa, também, da “Esporte Ilustrado” Nº 922, de 8 de dezembro de 1955. Mas a publicação só faz referência ao seu futebol em um texto-legenda da página 17, aonde uma pequena informa: ”À esquerda (logo abaixo da foto principal, das quatro clicadas por Vito Moniz), Maneca, Benito (adversário) e Vavá empenham-se numa disputa acirrada, tentando cabecear”. Segundo a semanário, naquele dia, o Vasco não atuou sem “o acerto costumeiro” e teve dificuldades para vencer o “valente adversário” Canto do Rio.
A partida, 4 de novembro, foi em São Januário, com arbitragem de Harry Davis e renda de Cr$ 56 mil, 217 cruzeiros. O Vasco jogou com: Hélio, Paulinho e Haroldo; Maneca, Orlando e Dario; Sabará, Valter, Vavá, Pinga e Paródi. Por esta escalação, publica pela revista, Maneca aparece atuando no que era chamado de “linha média”. A edição usa toda a página 2 com a foto de Pinga chutando, para marcar o seu segundo gol. E diz que “o artilheiro vascaíno teve brilhante atuação”... e que ...”aproveitando otimamente as oportunidades ... assinalou dois tentos que decidiram a porfia em favor do Vasco”. Na página 4, José Rebello passou “observações” e William Guimarães desenhou os gráficos dos tentos do artilheiro.
A análise da rodada está na folha 5, onde Leunam Leite escreve que ... ”O Vasco, por sua vez, abateu discretamente o Canto do Rio, encontrando muita resistência, mas com isso manteve a sua privilegiada situação” – de líder na 4ª rodada do returno do Campeonato Carioca de 1955, com 27 pontos (vitória valia dois) ganhos e 3 perdidos, marcando 33 e sofrendo 7 gols, em 15 jogos. Na continuação da matéria, na página 20, o redator escrevia, abaixo do título “ Triunfo discreto do líder, que ...” sem contar com uma linha média eficiente, os vascaínos deram ensejo a que os cantorrienses lhes oferecessem obstinada resistência”. Mas ressaltava que...” a contusão do jovem centro-médio Orlando, influiu, sem dúvida, na queda de produção do time”.
HISTÓRIA TRÁGICA – Manuel Marinho Alves, o Maneca, descoberto, pelos vascaínos, no futebol baiano, suicidou-se na tarde de 28 de junho de 1961, ao ingerir cianureto de mercúrio, na casa de sua noiva, a aeromoça Penha Ferreira, que chegou a socorrê-lo, levando-o ao Hospital Miguel Couto. Meio-campista e homem-gol, este baiano, nascido em 1º de dezembro de 1926. em Salvador, era um jogador versátil. Cria, em 1943, dos juvenis do Galícia, em 45, já defendia o Bahia, campeão estadual. Em 1946, iniciou sua vida vascaína, tendo colecionado os títulos de campeão carioca em 1947/ 1949/1950/1952. Em 53, voltou ao Bahia, sendo, novamente, campeão baiano. Em 1955, outra volta: ao Vasco. Ficou só um ano. Em 1956, pela segunda vez, retornava, ao Bahia. Em 1957, defendeu o Bangu, no ocaso da carreira. Por fim, parou onde começou. Vestiu, também, a camisa da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1950, improvisado na ponta-direita.

\"Maneca\"

\"Maneca\"

Fonte: Kike da Bola