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Grupo de torcedores busca 1.100 assinaturas por eleições diretas

Um movimento de torcedores do Vasco, que nasceu em fóruns pela internet, Whatsapp e ganhou corpo nos últimos dias com abaixo-assinado virtual, vai para a rua a partir de segunda-feira, antes de Vasco x Goiás, marcado para as 19h30, em São Januário.

O grupo, que se diz apartidário, lançou em redes sociais o slogan "Nova Resposta Histórica", quer recolher 1.100 assinaturas - 20% dos sócios estatutários adimplentes do clube - para pedir a convocação de Assembleia Geral extraordinária para que o sócio decida se deseja eleições diretas no Vasco. Sem tratar de adiantamento de eleições ou de convocação imediata dos conselheiros do clube.

Um estande será montado próximo da entrada social do Vasco para recolher fichas de associados e incentivar a adesão à pauta das eleições diretas - ainda a serem marcadas para o fim do ano de 2020 - o último do triênio de Alexandre Campello, atual presidente da diretoria administrativa do clube.

Além da porta de São Januário em dias de jogos, pontos físicos em Botafogo, na Barra da Tijuca, no Centro, em Cascadura, em Campo Grande, em Niterói, em São João de Meriti, em Nova Iguaçu também serão instalados para receber as fichas e adesão de sócios do Vasco. Uma caixa postal também será disponibilizada para receber fichas através do correio.

Hoje, a eleição do Vasco é realizada em duas etapas. Primeiro, na Assembleia Geral, os sócios estatutários do clube votam numa chapa. Os vencedores levam 120 conselheiros, a chapa perdedora 30 e estes se juntam aos 150 conselheiros natos do clube para, então, na segunda etapa, os conselheiros elegerem presidentes de poderes - incluindo o da diretoria administrativa.

O grupo de Whatsapp tinha quatro pessoas, hoje são 18 - entre eles, membros do Ministério Público e do Poder Judiciário do Rio de Janeiro que se reuniram e consultaram outros casos similares no esporte brasileiro para verificar que medida tomar. Mas também há sócios de fora do Rio.

As pessoas ouvidas pelo GloboEsporte.com pediram anonimato inicial. Justificam que não querem exposição nem serem alvos na política do clube - o estande, que será montado na segunda-feira, terá seguranças particulares para receber os associados vascaínos. A pauta, porém, é comum a alguns grupos políticos de oposição dentro do clube, que prometem incentivar o movimento de sócios.

O movimento se baseia em dois artigos do Código Civil.

Art. 59. Compete privativamente à Assembleia Geral: (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)

II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005).

No caso desta convocação, há uma destinação única e específica na ficha de convocação: alteração do estatuto. Lembrando que há uma proposta em discussão para ser levada aos conselheiros do clube com essa finalidade. A reunião que discutiria o assunto foi cancelada e ainda não tem nova data.

O outro artigo fala na garantia de convocação dos associados.

Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005).

Por que 1.100 sócios?

O número se baseia justamente no 1/5 (20%) dos associados que têm direito à convocação de orgão deliberativo, conforme texto do artigo 60 do Código Civil, logo acima. Hoje, de acordo com a última lista divulgada pela administração Campello, são pouco mais de 5,5 mil sócios estatutários ativos no clube. A meta do grupo é reunir 1.500 fichas pela convocação da Assembleia Geral extraordinária, mas com 1.100 já bastaria para levar ao presidente da Assembleia Geral, Faues Mussa, pela convocação dos sócios.

Fonte: ge