Gaúcho admite "gosto especial" por meninos da base
Desde que vendeu Romulo e Allan, no meio deste ano, o Vasco passou a segurar a lanterna no futebol carioca no quesito aproveitamento de base. Com o acúmulo de maus resultados desde 2010, praticamente não havia mais jogadores com formação em São Januário. Até que Jhon Cley, Marlone e Romário foram promovidos e quis o destino que a primeira vez em que jogassem juntos no profissional fosse na estreia de Gaúcho como técnico efetivo, neste sábado. Campeão de juniores em 1971, ele tem história de sobra no setor e não esconde o orgulho.
- Acho que por ser formado na base, tanto eu como Roberto (Dinamite, presidente), tem um gosto especial. Fomos campeões de juniores em 1971. E não é só o Vasco que está tentando voltar a fazer isso. É uma tendência necessária no futebol. Aqui ficamos um longo período sem revelar no Vasco. É um ganho muito grande você não precisar comprar, e sim poder vender depois de se beneficar com o talento. E tem o sentimento de entrar pela primeira vez, completar aquilo pelo que você sempre lutou. Para onde quer que você vá depois, a marca ficou aqui - frisou Gaúcho, que voltou ao Vasco duas vezes após oito anos como zagueiro.
Em 1993, assumiu os juniores e chegou a ser interino entre uma troca de técnicos. Na ocasião, pegou um grupo valioso, que foi base da Seleção campeão mundial sub-20, com nomes como Leandro Ávila, Jardel, Yan e Valdir. Quinze anos depois, a convite de Dinamite, tornou a começar um trabalho com os jovens, que culminou com o título estadual de 2010, já sob a batuta do então auxiliar Galdino. Gaúcho foi o primeiro a dar espaço a Marlone, em 2009.
- Tive tantos outros jogadores aqui que surgiram comigo e me deram orgulho de fazer parte disso: Yan, Gian, Valdir, Jardel, Alex Pinho, Leandro Ávila, Bruno Carvalho... Então é legal porque você vê o atleta seguir a carreira dele e progredir. Me deixa muito feliz, assim como esses jogadores deixaram os vascaínos felizes algum dia - disse.
O adversário será o Coritiba, no Couto Pereira, em duelo com pouco valor para as pretensões dos clubes no Campeonato Brasileiro. Se o momento parece ideal para experimentar, o tormento pela péssima fase (são sete rodadas sem vitória) reforça a necessidade de um bom resultado para trazer um alento ao dia a dia de trabalho.
Além do trio escalado por força das oito baixas - entre as quais Felipe, Juninho, Alecsandro e Tenorio -, Max, Jomar, Luan (frequente na Seleção sub-20), Dieyson, Renato Augusto, Diego Rosa, Maicon Assis e Jonathan também integram o elenco e se agarram ao sonho do estrelato num futuro próximo.
Em comparação com os outros grandes cariocas, o Fluminense usou mais de uma vez o trio Wallace, Digão e Wellinton Nem em sua trajetória para o tetra, conquistado por antecipação; o Flamengo ainda busca a afirmação de uma das joias, multicampeãs na base, e vem explorando vários deles: Frauches, Welinton, Luiz Antônio, Muralha, Adryan e Mattheus, além de Negueba e Diego Maurício que participaram bastante do primeiro turno; já o Botafogo conta com cerca de 15 oriundos da base e emplacou Dória, Gabriel, Jadson na equipe titular.