Futebol

Fluminense e Vasco vivem ano digno de filme

Hora de a arte imitar a vida. Afinal, como não aproveitar os roteiros traçados este ano por Fluminense e Vasco, rivais de hoje, às 17h, no Engenhão? Histórias que renderiam facilmente um sucesso do cinema. Dramas de times que venceram e perderam. Sofreram e comoveram. E que nesse clássico, com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, escrevem os capítulos finais de suas trajetórias em 2011. Um tropeço é o adeus à luta pelo título.

De um lado o Fluminense, rechaçado por Muricy Ramalho por conta de um Ratatouille ou outro nas Laranjeiras. No qual Emerson Sheik quebrou o Silêncio dos Inocentes e expôs a crise interna antes da vitória heroica sobre o Argentinos Juniors.

O mesmo Flu que ficou 87 dias À Espera de um Milagre, ou melhor, de Abel Braga. Ele não se impôs como Poderoso Chefão, mas conquistou a confiança do grupo com respeito. Os antes Bastardos Inglórios viraram 300 espartanos no returno e superaram Missões Impossíveis, sob a liderança do já perseguido Fred.

E o Vasco? Ah, o Vasco... A nau quase afundou como o Titanic no Carioca. Mas com Ricardo Gomes virou trem-bala e chegou com Velocidade Máxima ao título da Copa do Brasil. Depois, o Gigante presenciou o Retorno do Rei Juninho, muito maior do que qualquer Senhor dos Anéis.

Porém, nada que supere a cena de Ricardo Gomes e o seu drama no clássico com o Flamengo. Eis que o técnico Coração Valente supera o AVC e emociona os atletas, que então selam o pacto de sangue para estar sempre com ele. E lutar por ele. Parafraseando Claudinho e Buchecha, esse clássico tem tudo para virar história de cinema. Carga dramática e personagens não faltam. Peso para o Brasileirão, idem. Portanto, é bom não perdê-lo! FIM.

Ricardo e Fred seria os centrais

As trajetórias dos rivais cariocas em 2011 contaram com diversos elementos que renderiam bons roteiros e, assim, bons enredos para obras da sétima arte.

- A preliminar de um bom filme é ter curva dramática, ou seja, subidas e descidas de emoção, e nos dois casos você tem isso - opinou Luís Augusto Fischer, roteirista do filme \"Gigante - como o Inter conquistou o mundo\".

Para o cineasta, os coadjuvantes seriam Abel, Sobis e Deco de um lado, e Juninho e Cristovão do outro. Isso porque nenhum deles teve o peso e o envolvimento de Fred e Ricardo Gomes nas tramas que se desenrolaram este ano.

- Eu colocaria no centro o Fred. Ele foi perseguido por beber como um homem qualquer e de repente dá essa volta por cima. Isso cria identificação com o espectador. Já o Ricardo passou por um inferno, não foi algo comum. Seu retorno daria um final apoteótico para o filme do Vasco - afirmou.

Jogo pode parar na telona

As campanhas de Fluminense e Vasco, assim como o clássico de hoje, podem realmente parar no cinema. O cineasta vascaíno José Henrique Fonseca revelou estar produzindo um documentário sobre a história do clube e os principais momentos deste ano estarão nele.

Já no caso do diretor tricolor Bernardo Belfort (de \"A Conquista- Copa do Brasil\" e \"TS3 - O Monstro\"), a concepção de um filme sobre 2011 dependerá do clássico.

- Deu para ver vários elementos dramatúrgicos. Dá um filme mesmo. Quem sabe? (risos) - disse.

Estou muito confiante para esse clássico

Por: Bernardo Belfort- Tricolor diretor de \"A Conquista da Copa do Brasil\" e \"TS3- O Monstro\"


Esse ano foi complicado à beça. O Fluminense começou muito mal, eu achei que iria ser o único carioca que não iria à Libertadores. Aquele jogo contra o Argentino Juniors foi dramático, depois da saída do Muricy e da dispensa do Emerson.

A espera pelo Abel valeu a pena orque ele teve mérito de juntar um time que estava no bagaço e uní-lo. Ele também soube dar a liberdade e a responsabilidade que o Fred precisava. Aí, quando você tem um grupo cascudo como esse junto, com jogadores como Fred, Deco e Sobis, que assumem a responsabilidade, já viu, né? E um baita coadjuvante seria o Cristiano Nunes, que tem feito todos correrem como loucos. Para esse jogo, apesar de ser complicado, estou muito confiante. O Fluminense está numa crescente de auto-confiança e mordido com essa coisa de clássico.

Isso tudo que vimos é o Vasco. Só o Vasco!

Por: José Henrique Fonseca- Cineasta Vascaíno e diretor de \"Heleno\" (Lançamento para Março)

O momento mais emocionante de todos foi a Copa do Brasil, aquilo deu uma energia...O time recém-saído da Série B, desfilando em carro aberto, deu esse gás todo, foi incrível.

E essa história do time em volta do Ricardo Gomes? Envolve a saúda da pessoa, que vai além do futebol. Quando eu assistia ao jogo, pedia para que fosse parado. Aquilo não podia acontecer. Sem falar do retorno do Juninho, um monstro, o que ele representa. Sendo sincero: se ele não tivesse voltado, o Vasco não estaria nesse momento. A ligação dele com o clube é muito forte.

Essa história toda desse ano só no Vasco, só o Vasco mesmo. Nenhum outro clube faria o Cristovão assumir depois do Ricardo.O Vasco é isso, família, não tem jeito. Se no clássico perder, não tem problema. O importante é a emoção, esse espetáculo.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance