Torcida

Flamenguista é condenado a 18 anos de prisão por matar vascaíno

Apontado como um dos líderes da Torcida Jovem do Flamengo que participou do ataque a tiros a torcedores do Vasco, na Praça do Barreto, em Niterói, em maio de 2011, o vendedor ambulante Marlon César Soares Alvarenga, de 35 anos, foi condenado ontem pelo Tribunal do Júri de Niterói por seis tentativas de homicídio qualificado e por formação de quadrilha armada. O torcedor do Flamengo recebeu a pena de 18 anos de prisão, em regime fechado.

Outros dois réus que faziam parte do processo, Rafael Coutinho Azarit e Raphael de Souza, foram absolvidos da acusação de tentativa de homicídio, mas foram considerados culpados por formação de quadrilha.

O Ministério Público, porém, pediu para analisar novamente os autos para formular a proposta de suspensão do processo, já que os dois são réus primários.

Na sentença, o presidente do Tribunal do Júri, o juiz Peterson Barroso Simão, chamou atenção para o péssimo exemplo às vésperas de importantes eventos esportivos:

“Considerando que o esporte existe para dar alegria e felicidade às pessoas, e não para fomentar tragédias, com confronto de torcidas rivais, poderia ter agido de outra forma e não o fez, tendo ciência inequívoca de sua ilicitude. Com o dolo específico, não encontrou limites para agir contra as pessoas e a sociedade, mesmo que em praça pública e em plena luz do dia. Mau exemplo deixado ao país que no futuro próximo sediará a Copa do Mundo e Olimpíadas”.

Durante reunião na última terça-feira no Tribunal de Justiça (TJ) com os principais presidentes dos principais clubes de futebol do Rio, o presidente do Tribunal, desembargador Manoel Rebêlo dos Santos, anunciou que estuda ampliar a competência dos Juizados Especiais Criminais (Jecrim) para conter a violência nos estádios.

Os Jecrins passariam a atuar não apenas nos crimes de menor potencial ofensivo, mas em todos os outros.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)

Fonte: Jornal O Globo