Fernando Prass: "O torcedor já está cansado de decepções"

Em São Januário há um consenso: o clássico de hoje, contra o Botafogo, no Engenhão, é mais importante para o Vasco do que para o adversário. Sem vencer um rival local há quase um ano, o time precisa de uma vitória convincente para se firmar e mostrar ao torcedor que os momentos de terror vividos na Taça Guanabara estão definitivamente sepultados. E é neste cenário que Diego Souza, de 25 anos e a maior contratação do clube para a temporada, fará sua estreia com a camisa do Vasco.

Assim como para o clube, o clássico pode representar um ponto de partida para Diego Souza. Melhor jogador do Campeonato Brasileiro em 2009, ele caiu vertiginosamente de produção no ano seguinte, quando trocou o Palmeiras pelo Atlético-MG. Deu tudo errado e Diego terminou o Brasileiro do ano passado no banco e amaldiçoado pela torcida do clube mineiro.

— Não deixa de ser um recomeço para mim também. Depois de um 2009 maravilhoso, deu tudo errado em 2010. Fiquei dois meses parado no Palmeiras e no Atlético- MG não consegui jogar o que posso. Quero voltar a me destacar no Brasileiro, retornar a seleção e, quem sabe, disputar a Copa. Quero recuperar o tempo perdido — sonha Diego Souza, que foi convocado por Dunga nos últimos jogos das eliminatórias para a Copa de 2010 e não foi bem.

O fato de o Vasco ainda estar precisando se afirmar perante as outras equipes e, principalmente, diante de seu torcedor, não chega a preocupar o meia. Ele está tão ansioso para voltar a jogar, após quatro meses, que não quer saber quem estará do outro lado. Suas atenções estão voltadas para ajudar o Vasco:

— No futebol, não interessa como se começa uma competição e sim como se termina. Tem muito jogo pela frente e o Vasco ainda tem todas as condições de chegar ao título. Vamos ver como vai terminar.

Depois do jogo contra o Botafogo, o Vasco enfrentará o Fluminense, no próximo domingo. Para Ricardo Gomes, são dois jogos que vão alinhavar o futuro do time no Campeonato Carioca.

— Este jogo é muito importante para nós, enquanto para o Botafogo é só mais um clássico. Eles têm uma equipe montada há um ano. Foram campeões estaduais em 2010, fizeram um belo Brasileiro ano passado e este ano já chegaram às semifinais do Carioca. Já nós ainda estamos nos estruturando. São vitórias nestes jogos que mostram que você realmente está no caminho certo — explicou o treinador.

Há dois anos em São Januário, o goleiro Fernando Prass já teve o prazer de vencer um clássico local pelo Vasco. É o único jogador escalado hoje que sabe na prática o que significa vencer um rival aqui no Rio.

— Jogar em time grande é ótimo, mas quando se vence. Na derrota é difícil demais. Todo mundo sofre e acaba sobrando para a família. Não aguento mais cruzar com torcedores na rua e eles cobrarem uma vitória num clássico, uma conquista de título. O que mais ouço é gente perguntando se agora vai mesmo. O torcedor já está cansado de decepções — afirmou.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)