Fernandão cobra celeridade por certidões negativas e rebate Eurico Miranda
O que era para ser um dos melhores patrocínios do Vasco nos últimos tempos se tornou uma grande dor de cabeça. Um ano e meio após anunciar a parceria com a Eletrobrás, o Gigante da Colina vive um dilema. Das três parcelas de R$ 7 milhões que já deveriam ter entrado nos cofres de São Januário, o clube só recebeu uma. Tudo por conta de ainda não ter obtido as certidões negativas de débito (CND) com o Governo para receber a verba da empresa de energia elétrica.
Responsável pela aproximação da diretoria do Vasco com a Eletrobrás e pela prestação de contas do clube com a estatal, o ex-jogador de vôlei e colaborador Fernandão, que comanda uma empresa de marketing, revelou estar preocupado com o futuro da parceria. Segundo ele, ao que parece, a cúpula vascaína desconhece a importância de obter as certidões para dar sequência ao acordo com a empresa.
- A certidão para um clube viabiliza patrimônio, esporte olímpico, projetos culturais. Você precisa disso para buscar a lei de incentivo do governo. Mas parece que o clube desconhece essas coisas. Se o Vasco não priorizar isso, vai perder o patrocínio da Eletrobrás, vai perder milhões para construir o seu centro de treinamento, o seu centro de memória e outros projetos, que não serão aprovados - afirmou o colaborador vascaíno.
Fernandão foi além e lembrou de medidas tomadas por outros clubes. Segundo ele, o Vasco precisa seguir o exemplo das equipes paulistas e mineiras.
- Quase todos os clubes construíram os seus centros de treinamento através dessa lei. Se você estiver com a CND em dia, você monta um projeto e encontra parceiros dispostos a investir no mercado. Um banco investiu R$ 12 milhões no São Paulo. Uma outra empresas colocou mais alguns milhões no Atlético-MG. Tudo isso graças a projetos aprovados. O Vasco não tem projeto aprovado porque está sem as certidões - explicou.
A diretoria do Vasco segue em busca das certidões. Porém, dentro do clube, já existe uma corrente a favor da quebra de contrato com a Eletrobrás. Alguns membros da cúpula cruzmaltina preferem ter verbas imediatas a esperar pela obtenção dos documentos que liberariam a manutenção da parceria.
Fernandão aproveitou para esclarecer as acusações feitas pelo ex-presidente Eurico Miranda. O ex-mandatário afirmou na última segunda-feira, em entrevista à Rádio Bandeirantes, que o colaborador recebia 4% da verba da Eletrobrás para administrar o contrato. Além disso, no vínculo firmado entre a empresa do ex-jogador de vôlei e o Vasco, a multa rescisória seria de R$ 2,8 milhões.
- São duas empresas que prestam serviços ao Vasco, a minha e a Soccer Media. Temos um percentual mínimo nesse projeto, e o Vasco nem está conseguindo me pagar. Está há um tempo atrasado. Não tem nada de ilegal nisso. Trabalhamos na elaboração do contrato com a Eletrobras. Era um projeto muito detalhado e convidei uma outra empresa para trabalhar comigo. Quem executa o projeto, busca a certidão, é o Vasco. Nós trabalhamos na prestação de contas. Realmente existe uma multa - disse Fernandão, explicando que só aceitou o contrato após a insistência do presidente da assembléia-geral Olavo Monteiro de Carvalho.