Fernanda Abreu ansiosa pela noite de autógrafos de "Meu pequeno vascaíno"
Fernanda Abreu não se aguenta de tanta ansiedade. Mesmo com quase três décadas de carreira musical nas costas, a cantora não pode evitar um certo friozinho na barriga. Afinal, está diante de uma estreia inusitada, a noite de autógrafos de seu primeiro livro, o infanto-juvenil \"Meu pequeno vascaíno\" (24 páginas, R$ 19,90). E rói as unhas tanto pelo que chama de \"aventura\" como pela próvavel presença de um de seus maiores ídolos no lançamento nesta quarta-feira, às 19h, na livraria Argumento, no Leblon.
- Acho até que o Dinamite vai lá - diz Fernanda, sem disfarçar a empolgação na voz diante da possibilidade de autografar um livro para Roberto Dinamite, herói do Vasco nos anos 70 e 80 e atual presidente do clube.
\"Meu pequeno vascaíno\" é o oitavo volume da série da editora Belas Letras, e Fernanda não foi a primeira torcedora ilustre a ser convidada para contar a história de seu time do coração aliada a uma trama infanto-juvenil. O gremista Humberto Gessinger, a palmeirense Soninha Francine, o rubro-negro Gabriel O Pensador e o corintiano Serginho Groisman, entre outros, também já escreveram para a coleção. Para Fernanda, mais difícil do que resumir em tão poucas páginas os 111 anos de história do Vasco foi transformar seu texto em algo \"que fizesse as crianças terem vontade de continuar a virar as páginas\".
Leia um trecho de \"Meu pequeno vascaíno\"
- Se eu enchesse de dados, números, datas, criança nenhuma iria aguentar. Procurei criar uma situação que tivesse a ver com o dia a dia delas - explica.
E com o da própria Fernanda, filha, neta e mãe de torcedores do Vasco. Em seu livro, a menina Alice (mesmo nome da filha de 9 anos da cantora) disputa com o menino Mauro o posto de maior torcedor do Vasco da escola - para ele, mulheres não entendem nada de futebol. Provocada, a pequena Alice se une à mãe e ao avô vascaínos para dar o troco a Mauro e cria o \"Almanaque do Vascão\", repleto de curiosidades sobre o clube.
Quando tinha 12 anos e se descobriu \"vascaína para sempre\", Fernanda também sofreu preconceitos clubísticos.
- Naquela época já diziam que torcer para o Vasco era brega. E foi aí que virei Vasco mesmo, resolvi encarar a provocação, como a Alice no livro. Achei essa rivalidade entre meninos e meninas muito mais interessante de descrever. E é claro que puxei a brasa da sardinha para o lado das mulheres na minha história - diz.
Naquela época já diziam que torcer para o Vasco era brega. E foi aí que virei Vasco mesmo, resolvi encarar a provocação, como a Alice no livro
Fernanda Abreu levou cerca de três meses para escrever sua história, que tem ilustrações de Fernando Romeiro. Teve dificuldades para selecionar os momentos marcantes do Vasco e escolher que jogadores deveriam ser citados no livro. Depois de redigida - em escapadas com a família em Mauá - a experiência se tornou ainda mais prazerosa.
- Não tenho método para escrever como tenho para compor. Considero que esta foi uma aventura de uma pessoa que faz música na literatura - brinca.
Aventura maior, apenas a que seu time do coração enfrenta atualmente, na luta para deixar a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O Vasco, atualmente, é o líder da competição, e Fernanda tem certeza de que ano que vem estará de volta à série A, a combalida elite do futebol nacional.
- Foi triste cair, mas o legal é que o Vasco soube reconhecer a queda, deu a volta por cima e está fazendo uma campanha vitoriosa e pop - decreta, com empolgação típica de torcedora.
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