Ex-VP do Vasco destaca importância de projeto feminino no esporte
No início de maio, a Comissão dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 3856/19, o qual exige, pelo menos, 30% de mulheres em cargos de direção de entidades esportivas. Sônia Andrade, ex-vice-presidente do clube Vasco da Gama, cedeu entrevista ao Esporte News Mundo e defendeu a ocupação de mulheres em todos os lugares, sobretudo no mundo esportivo. No papo exclusivo, Sônia ainda mencionou a importância da representatividade, que uma abre o espaço para outra, e assim sucessivamente.
– A importância da aprovação do projeto, que garante a cota de 30% de mulheres no cargo de direção, se faz pelo fato de que como o mundo esportivo é um mundo machista, a mulher normalmente não tem – mesmo competente – o seu lugar. Com esse projeto, a cúpula da direção esportiva vai ter que disponibilizar obrigatoriamente 30% para que as mulheres possam, infelizmente através da cota, mostrar a sua competência. Isso não seria necessário, mas dentro do mundo esportivo ele se faz quase que de forma obrigatória para que haja uma mudança. Que mulheres ocupem mais cargos nos lugares que deveriam ser destinados por elas, para elas, sem a exigência de cotas – afirmou Sônia Andrade.
– Cada mulher que ocupa um lugar dentro da área esportiva, com certeza, abre um espaço para que outras mulheres também exerçam as mesmas funções. É um trabalho de formiguinha sim, mas é um trabalho que à medida que mais mulheres ocupem os lugares de gestão, de diretoria e técnico, essas mulheres com certeza vão abrir mais espaço para outras. Isso é de extrema importância – analisou a ex-vice-presidente do Vasco.
Em 2018, a então VP do cruz-maltino apoiou o movimento de torcedoras do time contra o assédio e recebeu o apoio do clube. No ano passado, ela também criticou a ausência de mulheres no primeiro escalão da gestão Jorge Salgado.
– A minha função como vice-presidente geral do Vasco foi uma experiência que eu realmente não troco. Difícil, competitiva, alguns homens não aceitam realmente a mulher nessa função. Mas não existe forma de você quebrar paradigma a não ser que seja com o trabalho e eu acho que com ele a gente conseguiu mudar muita coisa. Criamos um departamento psicossocial, passamos a olhar todas as pessoas do clube de uma forma mais humanizada. Acho que só o olhar feminino vai dar ao esporte um olhar diferenciado – finalizou.