Futebol

Evander justifica elogios repetitivos no clube com apenas 17 anos

A aposta inicial de Jorginho nas categorias de base era Mateus Pet, mas não é de hoje que a frase ecoa pelos corredores de São Januário: "O melhor dessa garotada é o Evander". Goleador desde pequeno, o meia-atacante de 17 anos coleciona passagens pelas seleções inferiores e chegou a ser apontado pelo espanhol "Mundo Deportivo" como um dos 20 "craques do futuro" na mira do Barcelona. Faltava, porém, uma oportunidade de mostrar tudo isso ao torcedor vascaíno. Na verdade, faltava tempo. E ele chegou no duelo com o Remo. Depois de atuar seis minutos em duas partidas, o garoto foi titular quarta-feira, pela Copa do Brasil, e não passou despercebido. Arrancadas, toques de classe e a participação nos dois gols da vitória por 2 a 1 serviram para abrir os olhos até do mais desconfiando com tantos elogios.   

Substituto de Andrezinho, poupado para decisão do Campeonato Carioca, Evander chamou a atenção de cara pelo estilo. O calção arreado, escondendo o joelho, e o jeito de andar descolado quando estava sem a bola eram sinais claros de quem estava à vontade mesmo na primeira grande chance da carreira. Até então, ele tinha sido utilizado somente por cinco minutos contra o Bonsucesso e um minutinho diante do próprio Remo, em Belém, ambos fora de casa. Era, então, a hora de mostrar o cartão de visitas. Na primeira jogada, o domínio seguido por uma tentativa de drible com a cabeça não deu certo. Na segunda, sofreu falta no meio-campo. Na terceira, levantou o torcedor.

Posicionado na intermediária ofensiva pela direita, o jovem tinha a missão de auxiliar Yago Pikachu nas ações defensivas e cumpria bem seu papel. No primeiro tempo, foi visto por mais de duas vezes próximo de sua área, dobrando a marcação do lateral. E foi de um desarme que surgiu a jogada que empolgou as sociais de São Januário. Após roubar a bola, arrancou até a entrada da área, puxou para canhota e chutou com perigo. Os 45 minutos iniciais contaram ainda com bom passe para Yago servir Eder Luis, que perdeu chance. Boa participação, mas ainda discreta se comparado ao que vinha a seguir.   

Muitas vezes avançado demais, Evander se perdia dentro da área, onde era presa fácil para marcação na etapa inicial. Depois do intervalo, Jorginho entrou em ação: inverteu sua posição com o Eder Luis e encontrou espaços pelo lado esquerdo. Foi quando o garoto cresceu e brilhou. Com mais confiança, arriscou jogadas, até que encontrou Nenê em boa condição na área. Poderia ser uma assistência, mas o camisa 10 preferiu servir Caio Monteiro, que abriu o placar. Gol com cara de categoria de base e pincelada do craque do time. 

Cinco minutos depois, mais uma participação decisiva. Evander cobrou escanteio para Rafael Vaz cabecear e abrir o placar. Festa dupla em São Januário, pela classificação encaminhada e pelo cartão de visitas que a tão badalada joia apresentava. Responsável pela primeira oportunidade, Jorginho elogiou a atuação do garoto, que acabou substituído por Andrey - outra promessa - aos 35 do segundo tempo:

- É muito bom ver o Evander entrar com personalidade, entrando bem, tentando encontrar o seu espaço. Teve dificuldade no início, depois organizamos e trocamos de lado com o Eder e ele foi feliz.

Feliz como Evander se acostumou a ser nas categorias de base. Desde o Sub-15, de acordo com os registros do Vasco, são 113 gols pelo clube e pela Seleção. Números que garantiram a ele a renovação de contrato no início do ano até 2020 e um plano de carreira que inclui aulas de inglês, participação no Promove, o projeto especial do Vasco para aprimorar a adaptação de promessas às exigências do futebol profissional, e muita expectativa em São Januário. "O melhor dessa garotada" começou a mostrar a que veio. E a primeira impressão foi boa.

Fonte: ge