René Simões relembra trabalho no Vasco e cogita deixar futebol
René Simões está em momento de reflexão. Depois de seis meses turbulentos como diretor executivo do Vasco e da rápida passagem como treinador do Atlético-GO, ele vive às voltas com as obras e a inauguração de mais dois restaurantes de sua rede. Há décadas, trabalha com espécies que chamam atenção pelo que trazem na cabeça: o camarão, crustáceo que tem excretos - resíduos de metabolismo confundidos com fezes - na parte de cima do corpo, e jogadores e dirigentes de futebol. O ex-dirigente vascaíno traça paralelo entre as suas funções.
Para evitar indigestão, René Simões faz questão de deixar claro que todas as polêmicas no Vasco não tiveram caráter pessoal, mas sim profissional. Ele não se arrepende. Faria tudo de novo, como a decisão de dispensar Felipe, o que causou rebuliço logo na sua chegada.
- Fui avisado de que era um perigo o que eu estava fazendo. Mas na minha vida toda eu corri perigo. Alguém me ligou e disse: "Você não vai durar três meses no Vasco por causa disso. Vão te mandar embora".
Agora, dois meses e meio depois de pedir demissão quando já estava para ser demitido, René revela ainda que foi atacado pelo ex-presidente Eurico Miranda, mas não reagiu. Admite atrito com o diretor geral do clube, Cristiano Koehler, e comenta a quebra do encanto na relação com o então treinador Paulo Autuori e o diretor de futebol Ricardo Gomes, além do episódio da demissão de Gaúcho, que causou mal-estar.
Uma figura de linguagem usada por René Simões que mostrava que o Vasco estava "falido" também teve impacto interno.
- Lembro que meu sobrinho disse: "Pô, tio, você não pode dizer que o Vasco está quebrado". E eu falava: "A verdade é a verdade."
Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, René Simões lembra ainda da polêmica declaração em relação a Neymar, a época da filosofia "master mind" (equilibrio entre mente e corpo) usada no Fluminense em 2008 e o caso que ficou marcado no folcore dos bastidores do Vasco. O dia em que, envergonhado e sem graça por conta do toque do seu celular durante uma reunião com o grupo, René foi ao chão e pagou dez flexões.
- Aí dizem: "Ele pagou, foi ridículo". Não acho ridículo.
GLOBOESPORTE.COM: Longe do futebol, como andam seus negócios com os restaurantes de camarão?
René Simões: Isso surgiu por acaso, em 93. Meu irmão tinha um bar, as coisas não estavam indo bem. Ele me chamou, me associei, fomos tocando. Aprendi, me preparei para estar dentro disso. É muito complexo. É exatamente como um time de futebol. Você tem que administrar egos, descontentamentos. Restaurante não é lugar em que você apenas dá comida, é entretenimento. Assim como o futebol. Dizem que, se você quer ver espetáculo, vai assistir ao show da Ivete Sangalo. Não concordo. Futebol é espetáculo. Você sai de casa para ver um artista. Nós, homens, saímos para comer, para agradar à mulher. As mulheres, não. Elas saem para um evento. Colocam roupa diferente, fazem maquiagem. Ir ao restaurante é um acontecimento. Estou preocupado em dizer isso para o garçom. O cara na cozinha tem que saber que, se errou, vai interferir na outra ponta. É um time jogando. Temos metas nas nossas casas, quando ele bate a meta recebe um extra. É o "bicho".
Depois da passagem pelo Vasco e Atlético-GO, você vive um momento de reflexão em relação ao futebol?
Não é o futebol. É a vida. Tem o momento em que você para e diz: "Vou fazer 61 anos. E aí, pô? De quantas coisas já abri mão?". Abri mão de aniversários, festas de casamento, de ver sobrinhos crescendo. É momento de pensar. Não preciso de emprego, preciso do meu trabalho. Futebol corre no sangue. Mas deixar de fazer o correto por causa do emprego nunca foi a minha linha. Ainda mais agora que não preciso. Então, vale a pena se desgastar tanto? O grande Telê Santana aproveitou muito pouco a vida fora de campo. Quando saiu do futebol, já estava doente. Mas o trabalho me completa, gosto demais. Mas será que não dá para fazer de uma forma diferente? Tentei me preparar para o momento de dizer assim: "Vou sair antes que me expulsem". Tenho minha vida estabilizada. Não sei dizer ainda se estou fora do futebol ou não. Pode ser que daqui a pouco comece a dar coceira. Mas estou numa fase de reflexão. Óbvio que tem ônus e bônus. O bônus é bem maior do que o ônus, mas será que tenho que continuar pagando esse ônus? No restaurante, semana passada eu trabalhei sexta, sábado e domingo atrás de balcão, servindo, tive interação com o cliente, que fica surpreso quando me vê.
Conhecem esse bigode de algum lugar...
(Risos) É muito engraçado. Alguns lembram, mas não conseguem associar. Perguntam ao garçom: "Quem é?". Aí vem, tira foto, isso é uma coisa boa para o cliente. Uns são vascaínos, tricolores, flamenguistas, botafoguenses, querem saber para que time eu torço.
Algum cliente vascaíno perguntou o que aconteceu no Vasco? Quando você para e pensa na passagem por São Januário, o que vem à cabeça no seu momento de reflexão?
Primeiro, estou torcendo muito. O Dorival foi o primeiro cara para quem eu liguei depois da saída do Gaúcho. Mas ele tinha saído do Flamengo, disse que não ia dar. Quando você sai de um clube, a melhor ajuda que pode dar é torcer e não falar nada. Sempre saio calado e as pessoas falam. Não vou ficar de bate-boca público. Gostei muito, mas foi cansativo. Você chegar num clube, os jogadores saindo, você não tem dinheiro e tem que montar um time em 40 dias, é difícil. Você não tem dinheiro, então não vou pegar quem eu quero, vou pegar quem posso. Foi uma montagem rápida, mas alguns continuam lá e muito bem. Pedro Ken, Fillipe Soutto, Montoya, André. O Vasco passa por um momento muito delicado de política. Não só no Vasco, mas em todos os clubes, época de eleição é época de eleição. Teve um momento em que o Eurico tentou trocar farpas comigo, e nunca aceitei, pois não sou político. Não tenho nada contra o Eurico, nada a favor. Não tenho nada contra o Roberto, nada a favor. Sou profissional, e eles são políticos. Sempre disse a verdade, talvez isso tenha incomodado.
Qual verdade que você disse que incomodou?
Teve um momento em que comecei a dizer... Fiz uma linguagem: vamos imaginar que eu fui bem-sucedido e comprei uma Ferrari, uma Mercedes, casa de campo, casa de praia, uma mansão, e tenho meu restaurante, meu armazém, meu supermercado. Só que meu supermercado está falido. O que eu faço? Vendo a Ferrari, a Mercedes, a casa de praia e me concentro no meu supermercado, armazém, para levantá-lo. Eu disse isso várias vezes e lembro que meu sobrinho falou: "Pô, tio, você não pode dizer que o Vasco está quebrado". E eu falava: "A verdade é a verdade." Não pode iludir as pessoas, dizer que vai contratar fulano e arruma mais uma despesa. Lembro da primeira reunião de conselho de que participei. Depois de expor minhas ideias, um conselheiro disse: "Você tem contrato com o Vasco? Então vai ser mais um que vai deixar dívida trabalhista quando sair". Mas não tive nenhuma cláusula de receber algo além do que eu trabalhei. Não recebi nenhum tostão. Seria contraditório cortar gastos e fazer um contrato que deixaria uma dívida absurda.
Os problemas começaram logo na chegada com a dispensa do Felipe?
Antes. Na chegada tive problemas, pois quis limpar o vestiário, não permiti que ninguém entrasse, ali é lugar de jogador. Conselheiros... Foi a primeira pancada que eu causei, pois cortei isso. E não ficou legal para mim. E teve o Felipe.
Você faria tudo de novo, agiria da mesma forma com Felipe?
Tudo de novo. Precisam entender que não tenho nenhuma animosidade com o Felipe. Foi absolutamente pelo lado profissional. Não podia dirigir um grupo tendo um jogador que disse o que ele disse (que o clube precisava de jogadores e não de mais um diretor - o próprio René). Felipe com a bola no pé é de uma beleza, elegância, inteligente jogando. Mas não podia. Não abro mão do que eu prezo. Depois, teria que olhar um grupo de 25 jogadores, e o cara olhando para mim, pensando: "É, aquele ali pode falar, eu não posso falar pois sou minhoca". O que Felipe falou não foi querendo me atingir, mas não podíamos permitir. Fui avisado de que era um perigo o que eu estava fazendo. Mas na minha vida toda eu corri perigo. Não tenho nenhuma preocupação. Alguém me ligou e disse: "Você não vai durar três meses no Vasco por causa disso. Vão te mandar embora". Tive que falar com a torcida que a posição era aquela e não ia mudar. Em respeito ao Vasco. Ele não falou de mim. Ele falou de uma estrutura.
Em certo momento, começa um desgaste com Cristiano Koehler. Foi um atrito, você sentiu algum processo de fritura?
Não. Foram atritos profissionais do dia a dia, os dois trabalhando em altíssima pressão. Ele tendo que arrumar dinheiro, certidão negativa, eu tendo que lidar com os jogadores. Aliás um ponto que se diga: não tive problema com qualquer jogador do Vasco. Tudo que se colocou é mentira.
Nem com Carlos Alberto (nos bastidores o jogador reclamava do afastamento do dirigente)?
Nada. Se tivesse ficado, renovaria o contrato dele. O tempo todo estive ao lado dele, no doping, dando apoio. Relacionamento excelente com todos. O Dedé mesmo comentou uma vez que eu fui duro em certo momento. Eu o chamei num canto e expliquei que tinha que ser duro com todos. Tenho uma linha: o cara é minhoca ou craque, mas quando eu falar será para todos.
Mas os desgastes aconteceram, não?
O desgaste foi pela dificuldade no dia a dia. Era o dia inteiro você dando satisfação e pedindo desculpas, não dá para pagar, não vai acertar. Era muito difícil. Coloquei na cartilha deles: "Independentemente de salário em dia, suas obrigações vocês têm que cumprir". Já existia uma cartilha, só coloquei esse adendo. O jogador tem o direito de pedir para ir embora, mas não pode deixar de trabalhar estando lá.
Mas para cobrar não é preciso pagar?
Isso seria o perfeito. Olha o Botafogo, líder do campeonato. Tem cobrança lá? Claro que tem. Tem nada a ver o salário. Mas o clube tem que pagar em dia. Não é favor, é obrigação. O Vasco repatriou o Juninho, é um cara que eleva o nível de profissionalismo da equipe. Disse para ele que minha grande frustração seria não trabalhar com ele. A chegada dele deu um "boom" no Vasco, serve de exemplo, foi uma sacada ótima ele ter voltado. Assim como é o Seedorf no Botafogo, o Fred quando se doa totalmente no Flu, o Zé Roberto no Grêmio, o Alex no Coritiba. O nível de exigência e profissionalismo aumenta. Fica mais fácil para o treinador trabalhar.
Para acabar o assunto azedo sobre Vasco...
Para mim não é azedo. Tranquilo.
Falou-se muita coisa, cada um fique com sua verdade, eu fico com a minha. Não tenho nada contra o Gaúcho, absolutamente nada"
O episódio da demissão do Gaúcho no vestiário depois de uma derrota foi uma decisão sua?
Não. Já tinha sido discutido com o presidente, com o Ricardo Gomes, só fiz da forma que acho mais honesta, olho no olho. Sempre me chateou isso: o técnico vai para a conferência de imprensa, dá entrevista, o cara pergunta "E aí, você acha que vai ser demitido?" Aí, o treinador diz: "Não, amanhã vamos trabalhar, o time tem condições de subir". Você fala 40 minutos, uma hora, vai para casa, toca o telefone e é o cara dizendo: "Desculpa, muito obrigado..." Isso porque ele não quis olhar no seu olho. A decisão já estava conversada, discutida, criou-se uma situação que estava muito difícil. Chamei o Gaúcho, disse que lamentava muito, mas a gente teria que dar uma mexida. Para mim, foi uma morte, pela primeira vez dispensei um treinador. Sei que isso doeu muito para ele. Mas nada pessoal. Já tinha conversado com presidente, com o Ricardo. Só não tinha falado a forma como ia fazer. Não disse para eles que minha forma é olhar no olho. Óbvio que ele não gostou, ninguém gosta de ser dispensado. Falou-se muita coisa, cada um fique com sua verdade, eu fico com a minha. Não tenho nada contra o Gaúcho, absolutamente nada.
Na apresentação de Paulo Autuori, você, ele e Ricardo Gomes assumiram um discurso de sinergia, união. Em certo momento, o encanto se quebra e parece haver desgaste entre as partes...
Estava muito difícil, rapaz. Todas as coisas que você planejava tinham dificuldades. Não tinha recursos. O nível de exigência aumentou muito, mas o clube não tinha como fazer. Foi isso que aconteceu. Não tinha como bancar algumas coisas. Um dia teve um problema de pagamento, que não bateu na conta, mas tinha sido depositado. Teve mal-estar. Mas tudo de circunstâncias gerais, nada pessoal, que alguém tenha cometido algum deslize de dizer que fulano foi culpado. Era situação bastante delicada e vivendo em cima de um prazo, e os prazos não aconteciam. Isso causava frustração em todo mundo. À medida que, como dirigente, você não pode cumprir aquilo que você imagina ser o certo, aí está na hora de... Fui.
E quando se falava muito na sua demissão, você pediu para sair. Em que momento a decisão foi tomada?
Tudo era muito desgaste. Até um dia em que cheguei em casa, sentei à mesa, minha mulher falando comigo, e eu não conseguia falar. Não tinha vontade, estava tão cansado, tão gasto, que não tinha vontade de falar. E ela falando, falando, falando. Ela olhou para mim e disse: "Você não quer falar". Também não respondi. Tomei meu banho, pensei: "Depois de 37 anos de casado, minha mulher merece isso?". Ela não merece. Peguei o telefone, liguei para o Roberto e disse: "Ó, presidente, tô saindo, porque chegou um ponto que não dá mais para conviver, não vou ajudar, vou atrapalhar". Óbvio que teve festa na casa. Mas continuo torcendo. O grupo é muito bom. Mesmo com dificuldade esse grupo não deu um problema. Carlos Alberto não deu um problema. E olha que eu deixei de pagá-lo.
Como assim?
Teve um mês em que precisava pagar uma coisa e disse: "Ó, não paga o Carlos Alberto, não". Mandei chamá-lo na minha casa, moramos pertinho, quase muro com muro. Falei: "Não paguei o seu salário". E ele: "Ô, professor". Expliquei que precisava pagar umas coisas lá, tirei do dele. Depois a gente acerta. Ele: "Legal, quero isso, que dê satisfação". Não tive problema.
Além dos problemas e desgastes, teve uma história que seu celular tocou durante um bate-papo com os jogadores e você pagou dez flexões de braço, mostrando ser espirituoso...
Não é espirituoso, é linha de ação. Você, para ser um bom comandante, tem que ser um bom comandado. Para você fazer com que os outros cumpram a regra, você tem que cumprir. Uma história: no meu auge na Jamaica, fui visitar uma escola financiada pela fundação da indústrias, o presidente me convidou. Ele puxou um cigarro e começou a fumar na escola. Já achei estranho. Depois, veio um segurança que não o conhecia e disse que era proibido fumar. Ele virou e disse: "Sabe quem eu sou? Sou o cara que banca essa escola toda e vou continuar fumando". Eu saí, fui embora, acabou minha visita. Aquele cara não me interessava mais. Cobramos dos jogadores que desliguem os celulares quando estão numa preleção. E naquele dia, não sei o que houve, estou falando com eles, e o celular tocou. Olhei para eles, fui lá, desliguei, uma vergonha tremenda. E foi por azar. Estávamos em Pinheiral, só o rádio funcionava. Dos meus telefones, o que menos tocava era o rádio. E tocou o rádio. Era para tocar? E agora, peço desculpa, o que faço? Fiz o que normalmente faço com os jogadores. Quando dou treinamento, e o jogador erra alguma coisa, eu pergunto: "Gostou do que você fez?". "Não, chute foi feio", eles respondem. "Então paga dez só para você lembrar". Então, o telefone tocou, eu peguei e paguei dez para mostrar que a regra era para todos. Não existia o executivo e o jogador de futebol. E aí dizem que ele pagou, foi ridículo. Não acho ridiculo. É uma medida educativa para mostrar que o grupo está todo ali.
Parece mais fácil lidar com camarão e o time de garçons do restaurante do que com jogadores, não?
Ser humano é igual, tem as dificuldades, reações. Aqui (no restaurante) tem uma diferença: se eu resolver tirar alguém da equipe, botar no banco ou dispensar, o presidente do clube sou eu (risos). No caso do futebol, não. Tem dificuldade grande hoje em dia. Tirar o jogador é uma ferramenta educativa: não está bem, não produziu, chegou atrasado, não está interessado, coloca no banco. Mas, quando você coloca o jogador no banco, o empresário liga e diz que vai arrumar um clube onde ele vai ganhar o dobro. Então, o jogador fica descompromissado.
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René Simões critica Neymar: 'Estamos criando um monstro'
Até hoje sua declaração sobre Neymar, quando disse que estavam criando um monstro, é lembrada. Se arrepende?
Lembraram no "Bem, Amigos!", segunda-feira. Eu faria tudo de novo. Fiz aquilo pensando na Copa de 2014. Na Copa das Confederações ele já foi muito bem. Meu medo era que se perdesse como tantos se perderam. Ah, ele era muito novinho, Pelé foi novinho, Zico foi novinho, todo mundo era novinho e não acontecia aquilo. Ali foi um alerta, tive cuidado de falar da educação desportiva, nunca falei da educação de casa, até porque sei que os pais são bem família. Acho que deu uma balançada geral em todo mundo, não sei até que ponto ajudou, mas as coisas fluíram com mais naturalidade. Ali foram quatro semanas duras, problemas com Chicão, Antônio Lopes, João Marcos, do Ceará, e depois com Dorival. É um craque, e agora vai fazer muito gol no Barcelona. A movimentação, ele começou a fugir do adversário, procurar espaço, vai fazer muitos gols e vai melhorar.
Você sempre fala sobre o pensamento, a necessidade de reflexão, isso remete ao "master mind". Acredita mesmo nisso?
Parei até de falar disso. Mas, quando falei, deu absolutamente certo. Todo mundo fala de outras salvações do Fluminense, lembram de 2009. Em 2008, tínhamos dez jogos, chance de 90 e poucos por cento de cair. Só tínhamos dez balas. O Cuca, quando chegou em 2009, tinha 23 jogos, 23 balas. Em 2008, ainda fomos para a Sul-Americana com dez balas. Na vida, você tem o seu objetivo particular, não tem jeito. Você trabalha no seu site, você quer uma coisa, seu editor-chefe, outra. Cada um tem um objetivo. Essas coisas diferentes só vão acontecer se o sucesso do seu web acontecer. Seu objetivo tem que estar conectado com o objetivo maior. Em 2008, o Arouca queria uma coisa, o Thiago Silva outra, Washington e Conca outras. Mas eles só conseguiriam se o Fluminense ficasse na Primeira Divisão. Sempre falei isso ("master mind") na Jamaica. Aqui, virou brincadeira, desenhinho, mas nunca me incomodei. Todo mundo tem que pensar pelo objetivo maior. Sem isso, cada um puxa para um lado e vira cabo de guerra. Eu acredito em todo mundo na mesma pegadinha, juntinho.
Fonte: ge