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Em coletiva, Euriquinho acabou com qualquer suspeita de racha na equipe

O vice-presidente de futebol do Vasco da Gama, Eurico Brandão Miranda, concedeu entrevista coletiva na noite desta segunda-feira (08/08) na sala de imprensa do Complexo Esportivo de São Januário. Durante o bate-papo com os jornalistas, o dirigente esclareceu os assuntos envolvendo o atleta Nenê e rechaçou qualquer tipo de racha no elenco cruzmaltino, garantido que o grupo está focado na conquista de uma vaga para a Taça Libertadores.

Confira os temas abordados por Eurico Brandão Miranda durante a entrevista coletiva:

- Situação do atleta Nenê

"Ele pediu para rescindir o contrato e nos informous que uma proposta de um clube espanhol seria formalizada. A proposta caiu, passou-se mais dois ou três dias, apareceu uma nova proposta, dessa vez de um clube italiano e tivemos que fazer um acerto financeiro, pois a proposta era inferior a do clube espanhol. Foi feito o acerto, mas a proposta dos italianos caiu. É bom ficar claro que o atleta estava fora do time porque queria rescindir o contrato. Passou-se um tempo, as coisas mudaram, pelo que parece não tem mais proposta, e o atleta solicitou ser reintegrado ao grupo. É isso. Além disso, é imaginação. Não adianta cobrar do treinador ou da diretoria a reintegração do Nenê, pois ele não foi afastado pela diretoria e tampouco pelo treinador. Foi ele que se afastou. Agora se inicia o processo de reaproximação dele. Ele agora deseja continuar, mudou de ideia, e o primeiro passo era procurar a diretoria para confirmar essa posição, que estava meio perdida. Ele confirmou essa posição para a diretoria. Nós fizemos algumas cobranças e exigimos algumas coisas dele. O atleta além de pedir para ir embora, cometeu alguns deslizes disciplinares, sérios e que precisavam ser repreendidos. Ele não só vai precisar ter vontade de retornar ao grupo, mas uma mudança comportamental em alguns sentidos"

- Cumprimento de etapas para o retorno ao elenco do Vasco

"O Nenê terá que cumprir três etapas para retornar ao clube. A primeira delas foi a conversa com a diretoria, o departamento de futebol, o presidente do clube, onde ele reafirmou o interesse de ser reintegrado e de jogar no Vasco. Só joga aqui quem quer. Isso aconteceu, o primeiro passo foi superado. O atleta agora precisa superar o segundo passo, que é conversar com o treinador e fazê-lo entender que está disposto a retornar, a fazer parte do grupo, que está disposto a cumprir as regras como todos, a ser um jogador no grupo dos 37, que pode jogar ou não jogar, ser ou não  substituído. Superando essa segunda etapa, ele precisa superar a etapa de ser aceito pelo grupo de jogadores. Tem que conversar com os atletas e demonstrar para eles que quer realmente voltar, que cometeu um erro, que estava equivocado. O grupo de jogadores precisa aceitar isso. O Nenê se distanciou do clube, do treinador e dos atletas. Então, ele precisa recuperar isso. Se todas as etapas forem superadas, nós teremos ele de volta no grupo. A questão é simples e nós não gostaríamos que surgissem versões diferentes. Estamos caminhando para uma definição. Se ele não conseguir superar essas etapas, vamos pensar no que iremos fazer. Acreditamos que elas serão superadas. Todas as partes querem que as etapas sejam superadas"

- Prazo para definição da situação de Nenê

"Pode se resolver rapidamente ou não. As etapas precisam ser superadas. Superou com a direção ontem e amanhã pode superar com o treinador. Se achar pertinente, pode superar logo em seguida com o grupo de atletas, fazendo assim com que tudo seja resolvido logo amanhã. Pode ser que precise de mais um ou dois dias. Tem a possibilidade também das etapas não serem superadas. Todas precisam ser cumpridas, caso não sejam, ele não retornam. Então, o Nenê pode retornar ou não".

- Milton Mendes colocado como culpado no caso Nenê

"Os assuntos são discutidos internamente com todos, inclusive o treinador. O Milton não podia falar sobre o caso Nenê porque ele não tinha nenhuma responsabilidade sobre ele. O jogador procurou a diretoria e pediu para ir embora. O que o Milton vai fazer? O que ele pode fazer? Onde ele pode atuar? Em nenhum lugar, pode apenas esperar. Foi o que ele fez. Ele esperou e, infelizmente, apanhou pelo que não fez. Mas no futebol, muitas das vezes, temos que aguentar algumas porradinhas que não merecemos"

- Ambiente do vestiário e relacionamento dos atletas com Milton Mendes

"Se nós entendêssemos que isso está acontecendo, nós faríamos algum tipo de intervenção, com o atleta ou com o treinador. O que temos na verdade é um treinador enérgico, que algumas vezes incomoda um ou outro, mas são coisas normais, que se superam. As coisas com o Milton estão crescendo. Estão sendo exploradas algumas coisas que não são verdadeiras. Não nos encontramos nesse tipo de ambiente. O nosso ambiente é bom e os nossos atletas estão focados e fechados com o treinador. No futebol, quando se perde, é preciso encontrar culpados. Quando se perde, ninguém presta. A grande verdade é essa. Infelizmente, nós tivemos uma semana ruim, com duas derrotas. O treinador passou a ser responsabilizado por isso. Tivemos problemas médicos sérios, perdemos muitos atletas, o que nos obrigou a ir para o jogo com o nosso sexto zagueiro, com a possibilidade de utilizarmos o nosso sétimo defensor. Essas coisas precisam ser levadas em conta. Apesar de tudo isso, não vimos o time desmotivado nos últimos jogos. Na partida contra o Atlético Paranaense, os jogadores foram determinados e tentaram de todas as maneiras ganhar, mas a bola não quis entrar. Contra o Cruzeiro, tivemos a infelicidade de tomar um gol no final do jogo, mas o time não foi apático, não se entregou. As coisas não acontecem em algumas momentos, mas vão acontecer, até porque o trabalho é bom e o Milton é um cara trabalhador, muito sério. Tenho certeza que ele irá por cima de qualquer obstáculo que tenha".

- Comentários de Rodrigo, zagueiro da Ponte Preta, sobre o ambiente do Vasco

"O Rodrigo é um cara inteligente. Ele soube usar o momento para atacar onde tinha que atacar. Eu conheci bem o Rodrigo e duvido que algum atleta tenha comentado isso com ele, que ele tenha essa informação e que ela seja verdadeira. Falou aquilo com o intuito de agredir o treinador, algo que já havia feito, inclusive. Seguiu nas agressões ao treinador e demonstrou a mágoa que tinha em relação ao Milton. Se realmente tivesse acontecido alguma coisa desrespeitosa, algo mais grave, todos vocês já saberiam. Os episódios relatados na imprensa são corriqueiros, banais, que acontecem diariamente em todos os clubes de futebol. Acho até que ocorreram poucos aqui no Vasco. Acho muito pouco um treinador reclamar de dois jogadores em apenas quatro meses. Tem técnico que reclama numa semana de quase todos. As cobranças de treinamento são normais. Agora, quando se quer criar uma história, um enredo, tem que pegar uma pequena informação e desenvolver ela. É o que está sendo feito e as pessoas estão acreditando que realmente existe algo muito errado. Quem tem interesse nisso, se aproveita, como foi o caso do Rodrigo, que entende que foi o treinador que tirou. Enquanto ele desvaloriza o treinador, fortalece a posição dele. É outra injustiça que está sendo cometida com o Milton, pois não foi ele o fator determinante para a saída do Rodrigo. Foi uma soma de fatores. Ele sempre teve uma personalidade muito forte e foram criados desgastes de diversos tipos. Todos os treinadores que passaram por aqui antes do Milton gostariam que o Rodrigo saísse. A diretoria vai somando tudo isso para tomar uma decisão. Quando o Milton chegou, a decisão já estava tomada por nós"

- Ausência de São Januário e prejuízo na tabela do Campeonato Brasileiro

"É uma coisa que poucos estão levando em conta quando se faz uma análise do desempenho do Vasco no Brasileiro. A ausência de São Januário foi fator determinante para que o time não tivesse entre os cinco primeiros. Se as três partidas que jogamos fora tivessem sido aqui, poderíamos ter somado seis pontos tranquilamente. Afirmo isso levando em conta o nosso retrospecto e a nossa performance no começo da competição. Tínhamos um aproveitamento incrível dentro de casa. Vejo poucas pessoas falarem sobre o fato de termos jogado apenas 30% dos jogos que tivemos mando de campo na nossa verdadeira casa. Isso trouxe um grande prejuízo. Nenhum clube foi punido de forma tão severa como o Vasco. Fomos os mais prejudicados por sanções. Conseguimos fazer com que o jogo do Santos computasse. Em relação ao caso da interdição, ela foi clara. Nós precisávamos construir a proteção nas cabines de imprensa, o que já fizemos, e precisávamos de laudo técnico da CBF, o que já temos. Não há motivo de perdurar a suspensão pelo STJD, se já cumprimos as exigências que fizeram. A do MP estamos esperando a resposta do STJD para podermos atacar na área jurídica, e acreditamos que a gente consiga convencer o juiz ou desembargador que possa liberar o estádio"

Fonte: Site Oficial do Club de Regatas Vasco da Gama