Clube

Em 2014, Vasco foi pressionado por dívida na Federação

A situação vivida hoje pelo Fluminense junto à Ferj (Federação de Futebol Estado do Rio de Janeiro) não é inédita no futebol carioca. Com intuito de pressionar a diretoria tricolor, o presidente da entidade, Rubens Lopes, cobra dívida do clube das Laranjeiras, mesma tática utilizada com o Vasco no ano passado, antes do Cruzmaltino se tornar um aliado político da federação.

Na última quinta, a Ferj ameaçou até mesmo suspender o Fluminense do Carioca caso a dívida não seja paga nas próximas semanas. O Tricolor, no entanto, contesta a legitimidade do débito e diz não temer uma punição. O passivo é formado por taxas não pagas à federação pelo Tricolor (a entidade tem direito a 10% da receita bruta dos jogos) e uma parte das cotas televisivas recebidas pelo time das Laranjeiras, num total de R$ 400 mil.

No caso do Vasco a cobrança da Ferj era de cerca de R$ 1,2 milhão em 2014. O presidente da federação, inclusive, não hesitou em usar o débito para pressionar o Cruzmaltino quando o mesmo assinou uma nota com Flamengo e Fluminense pedindo melhorias no Carioca. Na época, o presidente vascaíno era Roberto Dinamite, desafeto de Eurico Miranda, atual mandatário do clube e aliado de Rubinho.

A volta de Eurico à presidência do Vasco, inclusive, foi um dos principais motivos para que o Fluminense entrasse de vez na mira da Ferj. Aliado de Rubens Lopes, o mandatário do Cruzmaltino nunca escondeu ter problemas com o tricolor, além do desentendimento sobre o lado da torcida no Maracanã no clássico com o rival.

"O futebol é muitas vezes terreno fértil para desegregadores e este, infelizmente, tem sido o papel do atual presidente do Fluminense. A forma desrespeitosa como ele se porta não ajuda em nada a relação entre os clubes. E eu preciso ressaltar que tenho mais anos de futebol do que ele tem de vida. Não dou o direito a ele de se referir a mim como se estivesse falando de alguém de sua relação", declarou Eurico em nota oficial divulgada na noite da última quinta.

A tática, portanto, não é novidade para a Ferj. Com o Vasco, a pressão funcionou e o clube deixou de fazer parte de um movimento de Flamengo e Fluminense que questionava atitudes da federação em março do ano passado. Poucos meses depois, Roberto Dinamite chegou a visitar a entidade e posar para foto com Rubinho celebrando a recém refeita paz entre as duas instituições.

Hoje, o Fluminense bate o pé pelo não pagamento de uma dívida com a Ferj. O Tricolor não contesta a existência do débito, mas diz não reconhecer a legitimidade do mesmo. Para o clube, a federação o forçou a ter prejuízo com mudanças repentinas como a transferência do jogo de estreia no Carioca, contra o Friburguense, do Maracanã para Volta Redonda, dias antes da partida.

Ainda sem chegar a um acordo com a Ferj, o Fluminense encara o Tigres às 18h30 do próximo sábado, no Maracanã, pela 11ª rodada do Campeonato Carioca. O Tricolor ocupa a quinta posição do torneio.

Fonte: UOL Esporte