Eder Luis lembra da jogada que mudou sua vida no passado
Todos conhecem a trajetória de Eder Luis, do Atlético-MG até a chegada ao Vasco, seu clube atual. Mas foi no Comercial, de Ribeirão Preto, que o atacante deu a primeira e mais importante arrancada de sua carreira. Jogada que hoje é sua principal arma, seja para marcar gol ou para dar assistência, como no jogo contra o ABC, na última quar ta-feira.
Apesar de sua ligação com o clube mineiro, o atacante, nascido no interior de Minas Gerais, foi defender as categorias de base do Comercial aos 14 anos e ficou por lá até os 18, quando se profissionalizou. Ele pouco fala dos tempos de Ribeirão Preto, mas jamais esquece da arrancada que mudou sua vida.
Foi na primeira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2004, no Come-Fogo (derby ribeirão-pretano), contra o Botafogo, que Eder, após bela arrancada (ver ilustração ao lado), chamou a atenção de olheiros, que estavam no estádio para ver jogadores do rival.
O Engraçado é que os olheiros estavam lá para ver o goleiro Diego Alves, que hoje está no futebol espanhol, e o volante Zé Antônio. Ambos eram do Botafogo. Após o gol, eles quiseram me levar também. Vencemos por 2 a 1, fiz dois gols. No fim das contas, todos foram para o Galo lembrou o atacante.
Alguns anos se passaram e Eder Luis tem aprimorado suas arrancadas. Tanto pelo Atlético-MG, quanto pelo São Paulo e pelo Vasco ele já deixou sua marca com belas jogadas, partindo em velocidade e deixando seus marcadores para trás. Qual foi o mais bonito? É difícil escolher. Mas o mais importante...
Foi o gol que transformou minha vida. Eu era veloz, mas não tinha corpo, era muito magrinho... Você tinha que ver (risos). Se hoje cheguei aqui, devo muito àquela época do Comercial, onde aprendi a arrancar completou Eder Luis.
BATE-BOLA COM EDER LUIS
Poucos conhecem esse seu passado no Comercial de Ribeirão Preto.
As pessoas perguntam mais sobre o Atlético Mineiro. Acham até que comecei lá. Por isso falo pouco. Mas o pessoal de Ribeiatilde;o não precisa nem ficar chateado, pois o Comercial está para sempre marcado na minha vida. Fiquei lá por quatro anos e aprendi muito. Até queria ter ido para lá nas minhas últimas férias, mas não deu.
E quem o levou para lá?
Eu era garoto ainda e jogava em um time de Minas. Aí um rapaz de lá disse que poderia me colocar em um clube de Ribeirão Preto. Por sorte, eu tinha um tio que morava lá e deu tudo certo. Fui para lá aos 14 anos.
E como foi sua chegada?
Na época, o técnico me olhou e disse: Magrinho assim não vai dar em nada (risos). Mas após o primeiro treino ele já queria me inscrever no campeonato.
Naquela época você sempre dava essas arrancadas?
Sempre? Que nada. Eu era tímido, aí nem me arriscava muito. Com o tempo fui pegando confiança e, como eu era rápido, o técnico falava para eu usar isso. Hoje em dia já faço melhor, pois tenho mais resistência física. Isso conta.
Diego Alves- Goleiro do Almeria-ESP e defendia o Botafogo em 2004
Lembro deste gol, na Copinha São Paulo de 2004. Foi lá no estádio Santa Cruz, no ComeFogo. O Eder Luis saiu em velocidade e passou pela minha defesa. Acho que eles pararam para deixá-lo impedido. Depois do último drible, a bola ficou meio esticada e quando eu vi ela em minha direção eu sai da área para tentar cortar, mas ele eramuito rápido e ganhou de mim na velocidade, me driblou e fez o gol. Foi um golaço mesmo. Gol nunca é bom lembrar né (risos), mas este eu recordo pois depois ele comentou comigo quando estávamos no Atlético. Pouco tempo depois tive a sorte de jogar com ele no Galo.
Igor Ramos- Editor do Lance excorrespondente em Ribeirão Preto
O futebol de Eder Luis sempre foi este, de velocidade e gols importantes. Só a vitrine não era a mesma. Acompanhei seu início na base do Comercial-SP, pelo qual ele já se mostrava um atacante talentoso. Não foi novidade para a torcida do clube paulista quando Atlético-MG e Santos brigaram pelo seu futebol. A surpresa foi vê-lo na base do Galo, pois quando saiu de Ribeirão Preto já tinha bola suficiente para estar no profissional. O seu amadurecimento começou na disputadíssima Série A2 paulista, onde a zagueirada não alivia. Foi lá que ele precisou aprender a escapar da pancadaria.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)
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