Futebol

Dorival: "Acordei convicto de que sair do Vasco seria a melhor situação"

O técnico Dorival Júnior anunciou a sua saída do Vasco nesta sexta-feira após uma reunião de mais de três horas na casa do presidente Roberto Dinamite, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Após o acerto no encontro com o mandatário e com o vice de futebol José Mandarino, o treinador explicou os motivos que o levaram a deixar o clube da Colina.

Dorival admitiu que o disse-me-disse dos últimos dias o incomodaram e fez questão de afirmar que não negociou com nenhum outro clube antes de acertar a sua saída do Vasco. Abaixo, confira a íntegra da entrevista do ex-treinador cruzmaltino.

GLOBOESPORTE.COM: Como ocorreu o acerto para a sua saída?

DORIVAL JÚNIOR: Chegamos a um consenso com a diretoria. Pesamos várias situações e o que menos se falou foi o lado financeiro. Chegamos a um momento de finalização de contrato. Fico contente de ter recebido todo o apoio aqui dentro e foi um trabalho que vai ficar marcado na minha carreira. Espero que, futuramente, eu tenha a chance de estar à frente de um clube grande como o Vasco.

Você sai triste por ter começado esse trabalho desde o início e deixar o clube dessa maneira?

Saio tranquilo, consciente de que tentei fazer o meu melhor. Sei que deixamos alguma coisa boa plantada no Vasco. A diretoria me deu todo o apoio possível, todo o respaldo para manter o controle da situação nesse período. Foi um tempo de contrato excelente para que pudessemos dar início a esse processo de recuperação do clube. Tenho certeza que o Vasco vai ser bem conduzido nessa sequência. Só tenho a agradecer a confiança que foi depositada e ao respeito que tive durante esse período. Foi um ano maravilhoso.

Você deixa o Vasco magoado com alguém?

De maneira nenhuma. Isso não faz parte da minha pessoa, do meu espírito. Fiquei chateado com tudo o que aconteceu nos últimos dias. Tudo o que foi abordado, falado. Muitas coisas erram corretas, outra mentirosas e colocadas de maneira leviana. A vida é assim, a vida continua. O Vasco tem um longo caminho pela frente e nós também. Mas tudo isso vai ser pautado sempre em cima de muito trabalho. Vamos manter o desenvolvimento da nossa carreira, com equilíbrio, tentando seguir pelo caminho correto para ter um ano de 2010 tão bom e promissor como foi o de 2009.

O que o levou a deixar o comando do Vasco?

Tudo é uma somatória. são vários motivos que nos levam a chegar a uma conclusão. E hoje (sexta-feira) de manhã eu levantei convicto de que sair do Vasco seria a melhor situação. Conversamos muito sobre clube, sobre trabalho, mas não chegamos nem a abrir uma negociação para falar de valores. É você ter a consciência de que chegou o momento de fazer uma alteração. Para o clube, isso pode ser importante. A vinda de um novo profissional, com tranquilidade, para dar sequência a esse trabalho. Tenho certeza que coisas boas foram deixadas. Temos um grupo jovem, que promete muitas coisas futuramente. Fico na torcida para que tudo dê certo e que no ano de 2010 eu tenha a chance de trabalhar com o mesmo comprometimento que eu tive aqui no Vasco.

O que pesou mais?

É uma série de fatores. Um detalhe ali e outro aqui. Eu me preocupo em querer que o clube cresça e melhore. Existe um desgaste natural. É uma exigência abrupta, é uma coisa que extrapola. Esses últimos 15 dias é que fugiram dessa normalidade. E foi aí que eu não entendi esse rumo. No restante, tudo foi tranquilo e equilibrado e eu espero que nós possamos nos olhar de frente como sempre foi. Só de estar à frente de um grande clube já nos engrandece e nos valoriza. Fico feliz de ter trabalhado com pessoas que confiaram no meu trabalho à frente da equipe.

Você comanda mesmo o time neste sábado, contra o Ipatinga, na última rodada da Série B?

Vamos finalizar o contrato de uma maneira bem leal, como sempre foi tudo entre nós. O time está treinado e preparado para o jogo.

Fonte: ge