Clube

Dodô deseja fazer 10% do que Romário fazia e quer São Januário lotado na est

A relação entre Vasco e Dodô está mais estreita a cada dia que passa. Como num romance de amor à primeira vista, o atacante se diz encantado pelo tratamento recebido em São Januário e conta com o apoio maciço da torcida cruzmaltina já na estreia do clube no Campeonato Carioca, dia 16, diante do Tigres do Brasil.

Em sua primeira entrevista dada nesta temporada, o craque elogiou todos os setores do clube da Colina. A gratidão ao presidente Roberto Dinamite pela confiança depositada em seu futebol é tão indisfarçável quanto a vontade de brilhar no estádio em que Romário tem a sua obra imortalizada por uma estátua atrás de um dos gols.

Confira trechos da entrevista do Artilheiro dos Gols Bonitos, que numa demonstração de modéstia, garante que a beleza em seus lances acontece por mero acaso:

RECOMEÇO
“O Vasco tem um ambiente muito legal. Os caras estão me dando muita moral, dos jogadores aos torcedores. É um grupo jovem e me sinto até muito experiente perto deles. Está sendo um recomeço importante para mim. Estou surpreso com o carinho que venho recebendo aqui no clube. Está acima do que eu esperava. Quem chegou agora está sentindo a dimensão do que é o Vasco. E tem tudo para esse time dar certo.”

EXPERIÊNCIA
“Vi que chegou a minha hora de dar conselhos, mas também não vou encher o saco de ninguém. Futebol não precisa de muita experiência para jogar bem. Tenho mais uma oportunidade de chegar e mostrar minha capacidade. Para os jogadores experientes, é fundamental se cuidar. Com qualidade vai jogar tranquilo. Ninguém dava nada pelo Petkovic e ele surpreendeu. Mostrou que ainda joga muito e abriu espaço para outros.”

CONDIÇÃO FÍSICA
“Preparo físico é uma questão que não me preocupa. Sei que estou bem.

Tenho de me cuidar e fazer o que sei de melhor dentro de campo para ajudar o Vasco. Joguei contra o Mancini, o Carlos Germano e o Jorge Luiz e agora estão todos parados. Lembro quando eu era mais jovem e brincava até com os mais velhos, como o Raí e o Cláudio (ex-lateral-direito), porque eles se alongavam muito. Eu perguntava por que eles não paravam de fazer isso e diziam que um dia eu iria entender a razão desse esforço.”

CARLOS ALBERTO
“O Carlos Alberto desde o início se mostrou feliz de poder jogar ao meu lado, pois só tínhamos jogado um contra o outro. Essa parceria tem tudo para ser bem legal, pois ele é um cara inteligente. Independentemente do lugar em que ele atuar, o que importa é que toque a bola para mim. Curiosamente, o Carlos Alberto quando chegou ao Vasco vivia uma situação parecida com a minha atual. Ele estava em baixa, pois tinha deixado o Botafogo (estava sem clube). Aqui no Vasco, ele precisou de ajuda e encontrou.Omesmovem acontecendo comigo. Estava há um longo tempo sem jogar e ainda assim todos confiam em mim.”

ANSIEDADE
“Nas férias, eu já pensava muito na volta aos gramados. Agora, nessa semana de início de treinos, isso aumenta ainda mais. Por mais que eu fale que tudo está tranquilo, é uma ansiedade especial que estou vivendo antes da estreia.”

LIDERANÇA EM CAMPO
“Cada um tem seu perfil de usar a liderança. Eu tenho uma liderança diferente. Eu dou mais liberdade para a garotada fazer bem as coisas dentro de campo.”

ARTILHARIA DO CARIOCA
“É uma briga indigesta. Os concorrentes, como Adriano e Fred, levam vantagem, pois estou há um ano e meio parado. Fui artilheiro duas vezes pelo Botafogo, que é preto e branco que nem o Vasco. Espero que isso me ajude de novo.“

SÃO JANUÁRIO
“Vamos estrear no Campeonato Carioca em São Januário e já imagino o estádio lotado. É um campo onde a torcida vascaína faz uma festa linda. Já fico pensando em fazer gols para essa torcida. Tenho de ficar tranquilo antes do jogo para que nada possa atrapalhar o meu desempenho em campo.”

NÚMERO DA CAMISA
“Nem pensei sobre isso ainda. O que eu quero mesmo é jogar, não importa o número que eu vou usar. Se quem já está no clube fizer questão de manter o número do ano passado, terá a preferência. No Botafogo, eu jogava com a 10. Quando o Zé Roberto chegou ao clube, passei a usar a 7, sem problemas.”

GOLS BONITOS
“Não penso muito nisso. Às vezes, o gol sai mais bonito por acaso e ficam me cobrando por conta do apelido que deram (Artilheiro dos Gols Bonitos). Independentemente da maneira como for, o que importa é que eu faça os gols e ajude o Vasco a sair com as vitórias.”

ROBERTO DINAMITE
“Quando houve a suspensão da época de Botafogo, o Dinamite me mandou uma camisa autografada me dando apoio. Guardo isso com muito carinho e agora está sendo uma satisfação conhecê-lo. Vejo que ele é uma pessoa humilde e que entende muito de futebol. Jogar por um clube cujo presidente é o maior ídolo é especial para mim.”

ROMÁRIO
“Joguei várias vezes contra ele e sempre fizemos grandes duelos. Fiquei até olhando a estátua. Vamos ver se pego 10% da inspiração dele para fazer os gols.”

Fonte: Lance