Dispensado do rival, Juninho Paulista nega ida para o Vasco

O meia Juninho explicou, nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, a sua rescisão de contrato com o Flamengo. O jogador, de 34 anos, revelou que não procurou o técnico Ney Franco para \"cobrar\" uma posição do time e detalhou o desentendimento que teve com o treinador no intervalo da partida contra o Defensor. O atleta tinha contrato com o clube até o final do ano. Ele vai receber os salários atrasados e premiação a que tem direito.

Conversa antes do jogo
\"A conversa com o Ney antes do jogo (na segunda-feira) não foi proposta por mim, antes de eu falar o que queria, ele já tinha dito que teria vontade de me usar na partida. Mesmo assim, disse o que eu queria falar. Perguntei se ele tinha perdido a confiança em mim. É claro que disse a ele que fiquei chateado por não participar da final (do Carioca, contra o Botafogo). Eu não tinha jogado porque talvez ele não tivesse confiança em mim.\"

Confusão do vestiário
\"Estava nervoso porque não fui bem no primeiro tempo, e o time também não. Quando ele falou que eu ia sair, fiquei nervoso. Esperei ele conversar com o time no intervalo e dar as últimas instruções antes de voltar para o jogo. Fiquei pensando em ir ou não ir falar com ele, mas o coração mandou que eu falasse. Tivemos uma discussão calorosa, mas não houve xingamentos. Foi uma discussão acima do normal, admito que não era o momento adequado. Depois do jogo, o grupo sempre faz uma oração e eu participei dela. Do mesmo jeito que falei que discuti na frente de todos, pedi desculpa na frente do grupo também, e ele aceitou.\"

Rescisão
\"Me preparei no dia seguinte para treinar e o Isaías me ligou. Não sabia que o caso ia ter tanta repercussão. Logo depois liguei para o Kléber e disse que eles tinham todo o direito de fazer o que quisessem. Houve um acordo, vou assinar a rescisão sem problema nenhum. Não demorei nem cinco minutos para acertar tudo.\"

Perseguido?
\"Todos esses jogadores são competitivos (Renato, que chegou atrasado ao treino antes da decisão; Claiton, que sempre reclama um lugar no time; e Roni, que reclamou ao ser substituído). Eles vestem a camisa do Flamengo com raça, dão o suor e querem o melhor para o time. Isso cria certas ocasiões. Todo treinador tem preferência por um ou outro jogador, se eu for técnico acho que também será assim\".

Relação com Ney Franco
\"Vai passando o tempo e a paciência vai ficando menor. Não tenho nada contra o Ney, se tiver que conversar com ele vou conversar. Vou ver se passo na concentração antes do jogo de domingo e desejar boa sorte\".

Racha no grupo
\"Não existe racha no grupo. Alguns jogadores têm mais afinidade com um ou com outro. Isso é normal.\"

Vasco
\"Acho muito difícil eu ir para o Vasco. Meu ciclo no Flamengo acabou, acho muito difícil um dia eu voltar. Agradeço a todos os torcedores do clube pelo carinho que tiveram por mim.\"