Política

Dinamite faz balanço de seus dois mandatos e rebate críticas

Próximo de deixar a presidência do Vasco, Roberto Dinamite, maior ídolo da história do clube e bastante contestado como dirigente, faz um balanço de seus dois mandatos(2008/2014) e aproveita para rebater críticas que recebeu ao longo do tempo em que esteve no comando da nau vascaína. Confira entrevista abaixo concedida à Super Rádio Brasil.

Que balanço o senhor faz desses seis anos como presidente do Vasco da Gama?

“Acho que foi um balanço no aspecto da recuperação da credibilidade do Vasco e também na tentativa de redemocratizar o Vasco. Foi um caminho bom, claro que o torcedor, assim como eu, fica chateado com esse negócio da segunda divisão, onde o Vasco não pode estar. Estamos trabalhando para, se Deus, quiser, nos próximos jogos o Vasco confirmar a volta para a primeira divisão, onde ele tem que estar e não pode sair. De um modo geral, foi um balanço no aspecto de recuperar o respeito entre as pessoas, de democratizar o clube, as pessoas tiveram liberdade de até criticar, fazer sua avaliação. Foi positivo o balanço, espero que continue de uma forma democrática, que as pessoas possam ter o direito de externar suas opiniões, em alguns momentos fui elogiado, em outros criticado, faz parte do jogo, e desejo que  nos próximos anos algumas pessoas deixem a vaidade de lado e busquem dentro de um trabalho profissional o respeito ao clube e desenvolvê-lo da melhor maneira possível.”

Com retorno de Eurico Miranda ao clube, acredita que o Vasco de hoje comporta atitudes do passado ou Eurico terá que se adequar a nova realidade?

“Sem dúvida, essa nova realidade é outra, tem que se evoluir no sentido de ouvir e ser ouvido, ter as suas opiniões e externá-las, hoje o clube vive um outro momento, e você tem mais do que nunca de ver a relação do clube com a imprensa, funcionários, parceiros, nesse sentido conseguimos ganhar e muito dentro daquilo que eu considero importante. É importante colocar o nome do clube lá em cima  e a relação tem que ser aberta, de respeito, é nesse sentido que eu espero que aconteça nos próximos anos no Vasco.”

Ex-vice-presidentes reclamam de falta de autonomia na condução de suas pastas e chegaram a fazer parte de outras chapas no processo eleitoral. Faltou mesmo autonomia para essas pessoas conduzirem seus trabalhos?

“Aproveito a oportunidade para dizer para aquelas pessoas que estavam junto e que disseram que não tiveram autonomia para desenvolver seu trabalho, tiveram sim dentro de suas pastas. O regime é presidencialista, mas minha proposta e do grupo que estava aqui é que cada setor pudesse ter autonomia para desenvolver aquilo que seria importante para o Vasco. Ajustamos muita coisa, e é dessa forma que continuo a enxergar, convivi com coisas que fazem parte do futebol, e as pessoas que estão dentro de um processo dentro do clube se sentem um pouco vaidosas, querem dar sua contribuição e ao mesmo tempo querem ser reconhecidas dentro daquilo que se fez. Sempre respeitei as pessoas e sempre busquei resolver em conjunto essas questões no clube, claro que o regime é presidencialista e quem perdeu foi o presidente, quem não pagou foi o presidente, essas coisas fazem parte do jogo, mas quem trabalhou em minha administração deu sua contribuição, mas sempre buscando melhorar a vida do Vasco.”

O seu nome era de consenso para a entrada no lugar de Eurico Miranda em 2008. O senhor se sentiu usado pelas pessoas que o apoiaram e que depois tentaram assumir o Vasco?

“Eu tinha consciência em relação a isso, o Vasco precisava de mudanças, e meu nome podia somar junto daquilo que estava sendo feito pelo grupo que não conseguia mudar por muitos anos a trajetória do Vasco, tenho consciência que fui usado num bom sentido, de ajudar o clube a sair daquela situação que se tinha na parte administrativa. Hoje paro para analisar de forma mais tranqüila, fui usado duplamente, para tirar o ex-presidente e que vai agora entrar no clube, e para que as pessoas pudessem entrar em São Januário de forma tranqüila, foi o que busquei. Faltava um mês para o segundo mandato, e achamos por bem continuar dentro do processo, talvez foi aí meu erro, pois até as pessoas que queriam a volta do ex-presidente  iriam compor entre eles, e eu já teria feito minha parte naquele momento de ter contribuído com o Vasco no primeiro mandato.”

No fim da entrevista, Dinamite aproveitou para responder a Rubens Lopes, presidente da FERJ, que disse que o mandatário foi pouco atuante na Federação e manifestou que vai torcer para que o Vasco esteja acima de qualquer pessoa.

“Eu vi o presidente da Federação falando que eu não participei dos debates na FERJ, nesses cinco anos eu fui o presidente que mais vezes foi a Federação para discutir o futebol do Rio de Janeiro, muitas vezes sou criticado por torcedores, de que eu não tenho que discutir futebol e ver só o lado do Vasco, não vejo dessa forma. Vamos ver, o futuro presidente do Vasco tem uma relação melhor que eu tive com o presidente da FERJ, vamos torcer para que o Vasco pelo menos não venha a ser prejudicado como foi dentro dessa competição, o Campeonato Carioca. Torço para que as coisas aconteçam da melhor forma possível, dei minha contribuição, mas o torcedor que ver o resultado dentro do campo, eu também sofro quando o resultado dentro do campo não acontece, torcemos para que o Vasco esteja acima do Roberto e do próximo presidente, que a vaidade não passe por cima de todo mundo e não prejudique a instituição.”

Roberto Dinamite fica no comando do Vasco até o próximo dia 30 de novembro. Eurico Miranda, que deverá ser confirmado como novo presidente no dia 19, assume o clube a partir de 1 de dezembro.

Por: Cesar Augusto Mota

Fonte: SUPERVASCO.COM