Futebol

Desvendado o mistério do que falou Fernando Prass

O Vasco passa por problemas financeiros, que podem fazer com que seja desmanchado o grupo campeão da Copa do Brasil.

Em entrevista coletiva, captada pelo repórter Gustavo Penna, da Super Rádio Brasil, o goleiro Fernando Prass fala sobre essa possibilidade:

- O desmanche só acontece se não houve reposição à altura. Claro que é difícil de se conseguir jogadores da qualidade dos que estão com o contrato acabando: Renato Silva, Eder Luis, Fellipe Bastos, o próprio Fagner no fim do ano. O Dedé e o Romulo estão muito valorizados, mas estão protegidos por cláusula [de rescisão] alta. Se o clube pensar em vender vai ter retorno financeiro muito grande. Tem umas situações que fogem ao controle do Vasco, caso do Fellipe Bastos e do Eder principalmente porque são jogadores que tem o passe vinculado ao Benfica. O Benfica exige um valor e se o Vasco não disponibilizar esse valor não tem negócio. A situação do Fagner eu não tenho muito em detalhes porque não sou empresário nem estou no lugar do Fagner, mas é um jogador que chegou ao Vasco a custo zero, está há quatro anos no clube e está muito valorizado. É uma situação difícil, mas menos difícil que a situação do Fellipe Bastos e do Eder Luis, que pertencem a um clube europeu. Os valores são em euros e são jogadores que têm muito mercado. Tem que se tomar cuidado, O Vasco conseguiu retomar esse caminho de disputar títulos e não é fácil manter uma regularidade como essa. Tudo isso vem do trabalho de longo prazo, da base que foi formada. Se a gente perder dois ou três jogadores e conseguir repor, oi trabalho continua. Mas não podemos perder uma grande quantidade, porque aí fica difícil repor à altura. O Vasco tem que fazer de tudo para valorizar quem está aqui, manter quem está aqui, porque se sair, para trazer alguém do mesmo nível vai ser bem mais oneroso.

Até onde vai a paciência do elenco com o atraso de salários?
- Não tem como mensurar isso, colocar um limite. Depende da situação individual de cada um. Cada um tem sua vida fora do campo, seus compromissos. Para uns é um pouco mais grave do que para outros. A gente está confiante de que nesse período que teremos para trabalhar, os dez dias sem jogos, a gente possa trabalhar e voltar com o time melhor preparado para reiniciar o brasileiro e também com essa situação já bem resolvida, para que possamos estar com a cabeça tranquila para pensar só em jogar futebol.

Como Fernando Prass encara individualmente essa situação?
- É uma situação ruim, que te acarreta uma séria de contratempos fora do campo. Aqui no Vasco já aconteceu isso, mas agora está sendo uma das épocas mais difíceis em relação a essa situação. Mas eu, graças a Deus, até pela idade e pelo tempo de futebol, já sou calejado com isso e já tenho uma certa preparação em relação a essa situação. Mas acho que não tem limite. Se atrasou um ou se atrasou dez meses, acho que a situação tem que ser resolvida, porque se o jogador trabalha, tem direito de receber. Não tem que botar limite de tempo de atraso. O ideal é que o clube consiga trabalhar dentro de uma normalidade. A gente espera que no tempo em que vamos ficar parados, a diretoria consiga finalizar essas situações que passaram para a gente que estão trabalhando para regularizar essa situação financeira.

Como o grupo encara a postura da diretoria de suspender contratações até a regularização da situação?
- Nada mais natural e mais sensato. Se tu trouxer um jogador novo, vai trazer novos encargos para o clube, uma saída de receita. Se tu está com dificuldade para conseguir verba para cumprir os compromissos atuais, tu não pode ter mais compromissos. A diretoria está trabalhando numa linha que, na, minha opinião, é a mais correta.

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