Derrota para o Santos expõe desafios do Vasco
A torcida do Vasco sabia que a sequência de vitórias (o time vinha de três seguidas) não iria durar para sempre. Mas não esperava que ela fosse ser interrompida de forma tão dolorida. A derrota por 4 a 1 para o Santos, na Vila Belmiro, evidenciou que, apesar de viver uma ascensão no Campeonato Brasileiro, o time de Ramón Díaz ainda tem desafios pela frente. E um dos principais é a busca pela regularidade.
A tarde de erros na Vila pode custar a volta para a zona do rebaixamento. Com 26 pontos, o Vasco é o 16º colocado. Hoje, vai precisar torcer contra o Goiás, que tem a mesma pontuação (e uma vitória a menos) e abre o Z4. O Esmeraldino visita o Botafogo, no Nilton Santos.
Outro desafio que se impõe ao Vasco é de ordem emocional. O time precisará aprender a absorver tropeços como este sem deixar que prejudiquem sua sequência na competição. No sábado que vem, os cruz-maltinos contarão com o apoio da torcida para tentar se reabilitar diante do São Paulo, em São Januário.
Estabilidade foi o que faltou ao time ontem a partir do fim do primeiro tempo. A equipe até começou bem a partida. Pressionou a saída de bola do Santos e gerou oportunidades nos erros do rival. Aos 9, numa chegada atrasada de Puma Rodríguez para marcar Marcos Leonardo dentro da área, a arbitragem entendeu que houve pênalti, e o próprio atacante converteu.
Só que os vascaínos não se abalaram. Mantiveram sua proposta de jogo e seguiram produzindo mais que o rival. Foram premiados aos 30, com um ótimo contra-ataque puxado por Gabriel Pec e que terminou com Vegetti concluindo a gol.
Os problemas já vinham aparecendo, como a limitação defensiva de Puma, sobrecarregando Medel; os erros na saída de bola e a dificuldade de encaixar o último passe (principalmente pela tarde nada inspirada de Paulinho e pela discrição de Marlon Gomes). E foi nos acréscimos, por causa de uma desatenção geral, que tudo isso estourou.
Em dois minutos, Rincón e Marcos Leonardo marcaram mais dois e definiram a partida. Aos 45, Dodô ganhou de Vegetti na primeira trave e desviou uma cobrança de escanteio. A bola encontrou o venezuelano livre pela esquerda para concluir. Aos 47, Zé Gabriel escorregou e entregou um contra-ataque que terminou com Marcos Leonardo, novamente pela direita vascaína, finalizando de forma certeira.
As mudanças de Ramón no intervalo não surtiram efeito. Pelo contrário. O que se viu em campo foi um Vasco com suas dificuldades mais acirradas. E desestabilizado. Aos 9, Sebastián Ferreira caiu na provocação de Soteldo (que subira em cima da bola com ela em jogo) e deu início a briga generalizada. O resultado foram três expulsos (Medel e Lucas Lima, além de Rodrigo Fernández, que estava no banco) e o Vasco ainda mais sem foco no confronto direto.
O último gol saiu porque o Santos soube se beneficiar da forma desordenada que o rival se lançou ao ataque. Num dos contragolpes, aos 29, ficaram quatro santistas contra três vascaínos. Jean Lucas acionou Soteldo, que chutou cruzado com força.
O apito final veio como um alívio para o torcedor cruz-maltino, já que o Vasco não esboçava nenhuma capacidade de reação. E restou a Ramón Díaz evitar, acertadamente, o tom de tragédia após a derrota.
— Me sinto orgulhoso do time, de tudo que estamos fazendo, porque nos últimos quatro jogos ganhamos três e perdemos um. E nunca dissemos que iríamos ganhar todos os jogos. É uma luta até o final. Vamos seguir lutando, falta muito tempo, mas sabemos que temos que corrigir alguns erros que cometemos — ponderou.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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