Futebol

Dedé diz que nunca pensou em trocar o Vasco por um clube europeu

No ano que se tornou jogador de seleção brasileira, que bateu recorde de gols como zagueiro do Vasco, Dedé foi visto dando bronca e pedindo seriedade a companheiros, anos depois de ter sido dispensado do Fluminense por indisciplina. No bate-papo com o Jogo Extra, Dedé lembra que a força do Vasco não vem do AVC de Ricardo Gomes, mas do grupo e do apoio a Cristóvão.

Hoje, você não é só ídolo, mas também um líder, como mostrou na cobrança ao Bernardo, na Sul-Americana. A nova postura é por necessidade ou vocação?

Não é necessidade, até porque temos líderes aqui, como o Juninho. Acho que é maturidade. A gente vai crescendo, vendo o que o grupo vai precisa e vai aprendendo.

Além do Juninho, tem a liderança do Felipe?

Fora de campo o Felipe é descontraído, mas dentro ele é muito sério, muito inteligente no que fala e no que faz. Eu sou um pouco como o Felipe, sou bobalhão fora de campo, mas quando entro tento fazer as coisas mais sérias possíveis.

O Zico te colocou como revelação do Brasileiro, o Abel te elogiou muito também. Como lida com esses elogios?

Ouvir elogios de grandes ídolos como Zico e Abel me deixa muito, muito feliz. Encontrei o Abel uma vez, ele me deu um abraço sincero e falou que era para eu seguir assim, sendo humilde. Disse que eu ia longe. São coisas assim que vou guardar para sempre comigo.

Mas, outro dia, o comentarista de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho chegou a te chamar de mascarado...

Fiquei triste. Ele falou isso porque discuti com um atacante do São Paulo (Wiliam José), disse que eu estava de salto alto, que eu estava mascarado. Ele tem o trabalho dele, onde fala o que quer. Fiquei surpreso porque, uma vez, voltando da seleção, ele veio falar comigo. Achei até que ele tivesse um carinho por mim. Mas deixa ele para lá. Se ele quis tirar (conclusão) por uma discussão de campo, deixa ele.

Muitos atribuem o sucesso do Vasco à mobilização em torno do que passou Ricardo Gomes. Você concorda?

Não. Com ele, estávamos numa batida legal. Até no jogo (contra o Flamengo) estávamos bem na partida quando aconteceu aquilo com o Ricardo. Depois, a gente aumentou a responsabilidade de vencer, por ele. Isso nos ajudou mais para dar uma alegria ao Ricardo. Com ele, a batida seria da mesma forma ou melhor.

Na época, empresários ofereceram técnicos. O grupo aceitaria outro treinador?

Acho que não. Não existe isso de sacar o auxiliar de um grande treinador... O Cristóvão também é um grande treinador, está fazendo um excelente trabalho. Se isso acontecesse iríamos ficar muito tristes, porque gostamos de trabalhar com eles.

O sonho de ir para Europa ainda é o mesmo que você tinha quando começou?


Eu nunca pensei em Europa, essas coisas. Nem sou de assistir aos jogos dos campeonatos deles. Meu sonho sempre foi chegar a um time grande no Brasil. As coisas estão tão boas para mim e não quero sair do Vasco.

Fonte: Extra Online