Futebol

Dedé diz que garra da mãe e apoio da namorada o fizeram crescer

Superar o mau momento da Seleção Brasileira após o fiasco na Copa América. Esse é o desafio dos convocados por Mano Menezes para o amistoso contra Alemanha, no próximo dia 10. Acostumado a se fortalecer após passagens difíceis, Dedé, revelado pelo Volta Redonda, tem bagagem e disposição para contribuir com a mudança que se espera do Time Canarinho.

O zagueiro chegou ao Vasco em 2009, para disputar a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Cresceu junto com o time e agora colhe os frutos das boas atuações. No entanto, na coletiva concedida ontem à tarde, em um restaurante na Vila Santa Cecília, o zagueiro preferiu se afastar do assunto crise. Acostumado a marcar forte os adversários, hoje (26) Dedé mostrou habilidade para driblar perguntas que abordassem o polêmico tema, que inclusive tem aborrecido o técnico Mano Menezes.

- O treinador convocou os três melhores zagueiros, na minha opinião, e se ele acredita que eu posso ocupar a quarta vaga, eu tenho que aproveitar essa chance - afirmou, lembrando que ter ajudado o Vasco a superar o momento ruim dá experiência para se sair bem no novo desafio.

E os ingredientes para isso Dedé já sabe quais são: manter a humildade, superar o nervosismo e a ansiedade e mostrar um bom futebol. Foi dessa forma que o jogador se portou durante as outras dificuldades em sua carreira e é assim que espera brilhar com a camisa da seleção. Em 2008, Dedé esteve por sete meses no Fluminense e acabou dispensado.

- Foi uma boa passagem, voltei para o Volta Redonda mais maduro, para me firmar - lembrou.

Mas, por pouco, Dedé não ficou fora do Voltaço também. No mesmo ano ele chegou a ser dispensado por um suposto ato de indisciplina. O episódio, onde o jogador teria ido a uma boate, foi esclarecido e ficou comprovado que Dedé não esteve no local. \"São águas passadas. Minha passagem no Volta Redonda foi maravilhosa\", disse ele.

E foi a partir do retorno ao Voltaço que Dedé ganhou suporte para trilhar o caminho, que tem próxima parada na Alemanha. Aliás, esta será a segunda viagem internacional da vida dele. Na primeira, antes de se firmar no Voltaço, Dedé se meteu em uma fria ao viajar sozinho para um teste de um mês na Udinese, da Itália. Depois de quatro dias, foi dispensado sem maiores explicações. \"Foi um desastre. Ter ido sozinho foi um dos maiores arrependimentos da minha vida\". Trauma? Nada disso, Dedé leva a experiência como motivação. Mas dessa vez, espera que tudo seja diferente na Europa. \"Voar com a seleção vai ser uma das melhores coisas da minha vida\", disse.

Confira alguns dos principais pontos da entrevista:

Apoio de infância

Humilde, Dedé sabe que não chegou sozinho onde está. Contando com o apoio irrestrito da família, dos amigos e da namorada, o jogador não perde a chance de vir para Volta Redonda.

- É sempre bom (vir a Volta Redonda). A gente lembra da trajetória até aqui. Acho importante manter as amizades de infância. Existe muita coisa pra atrapalhar na carreira e os amigos não querem o nosso mal - lembrou, afirmando que a garra da mãe, dona Maria Helena Vital, e o apoio da namorada, Patrícia Gonçalves estão entre os fatores que o ajudaram a crescer.

Espelho para os novos jogadores

Dedé aprendeu muito com jogadores mais experientes. Um conselho do ex-jogador Élson, treinador do zagueiro nas divisões da base do Volta Redonda, foi bem assimilado. \"Não desperdiçar o dia\", dizia Élson, para Dedé aproveitar cada treinamento e é isso que o jogador procura passar em suas conversas com os jogadores mais novos.

Com Júnior Baiano, companheiro de zaga no Volta Redonda em 2009, Dedé teve valiosas lições sobre posicionamento e cabeceio. Mais do que isso, o esforço do veterano zagueiro em ajudar o menino que estava começando no futebol impressionou Dedé, que carrega a atitude como lição de vida. \"Devo tudo ao Baiano\", contou agradecido.

Fonte: Diário do Vale