Futebol

Dedé diz não ter medo de encarar Diego Tardelli

O Vasco faz hoje sua reestreia pela Série A do Brasileiro contra o Atlético-MG, às 16h, no Mineirão. Para todos que participaram da ressurreição é um sentimento de alegria, mas, para um jogador, é uma data ainda mais especial. Aos 21 anos, o antes renegado Dedé entrará em campo pela primeira vez para disputar a competição. E a caminhada do zagueiro até este momento foi longa e cheia de percalços.

O começo da carreira foi movimentado. A tão sonhada estreia poderia ter acontecido antes e por outro grande clube do Rio. Em 2006, Dedé foi convidado por Alexandre Gama para os juniores do Fluminense. Em Xerém, ele ficou por um ano, mas problemas de conduta abreviaram a permanência antes de chegar aos profissionais. Natural de Volta Redonda, Dedé não aguentava as saudades da família e, por isso, perdia alguns treinos.
“Não me arrependo. Poderia ter dado certo, mas toda hora eu voltava para minha cidade e aí fui cortado. Sabia que algo de bom ainda estava guardado para mim”, disse.

No ano seguinte, voltou ao Volta Redonda e viu o sonho do Brasileiro quase ser trocado por outro ainda maior: a Europa. Dedé teve seu DVD aprovado e foi fazer um teste na Udinese, na Itália. Com todos os problemas de clima, o zagueiro se saiu bem, mas não ficou por não ter passaporte europeu.

Mais uma derrota que não o abalou. De cabeça em pé, voltou à Cidade do Aço e, no ano passado, destacou-se no Carioca até ter a oportunidade no Vasco. Dedé teve de esperar e superar a desconfiança. A chance só veio por conta dos desfalques, mas ele mostrou personalidade e agora não quer mais sair. Nos momentos difíceis, ouviu de amigos que tinha de deixar o Vasco. Mas bateu o pé confiante no sonho.

“E ele chegou, não é? Tive personalidade para ficar e não deixar de trabalhar. Agora, vou encarar um Mineirão lotado logo na minha estreia. E terei pela frente atacantes do nível do Diego Tardelli. É uma responsabilidade enorme, mas me preparei a vida toda para isso. Não tenho medo”, afirmou.

Hoje, a saudade dos pais, Nivaldo e Maria Helena, dos irmãos, Gleidson e Mariana, e da namorada, Patrícia, todos de Volta Redonda, continua, mas o foco na chance da vida supera as dificuldades. Já adaptado ao Rio de Janeiro, apesar de ainda não conhecer o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, Dedé, que mora sozinho na Barra, costuma jantar com a família do amigo Ernani, lateral vascaíno. E, quando tem uma brecha, pega o carro para visitar a família.

“Estou sempre lá. Brinco que converti a família toda. Tinha flamenguistas e botafoguenses. Agora, todos usam as minhas camisas e estão cheios de esperança com a chance. Tenho de manter o foco e concretizar cada vez mais os meus sonhos. Só com vontade e personalidade se chega lá”, finalizou.

Fonte: O Dia