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Confira os principais erros do Vasco durante a temporada de 2013

2013 começou de maneira bem diferente para Fluminense e Vasco, mas pode terminar da mesma forma: com o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. O ESPN.com.br relembra a trajetória dos dois times desde o final do ano passado até a véspera da última rodada do Campeonato Brasileiro, e esmiúça os erros cometidos no período.

Vale lembrar que não há chances dos dois rivais cariocas escaparem. Com o empate em casa com o Atlético-MG, o Fluminense é o 18º colocado, com 43 pontos conquistados. O Vasco é o 17º, com 44. Na última rodada, o Tricolor precisa vencer o Bahia e torcer para que o próprio Cruzmaltino e o Coritiba não vençam seus compromissos. O Vasco precisa superar o Atlético-PR e "secar" Coritiba, Criciúma e/ou Internacional.

Fluminense

Caso se confirme, a queda do Fluminense à Série B será histórica: pela primeira vez, um time campeão brasileiro em um ano será rebaixado na edição seguinte da competição. Não obstante, a diferença da realidade para a perspectiva no começo do ano é gritante, já que o time sonhava com a conquista inédita da Copa Libertadores. Veja agora o que deu errado.

Vendas de jogadores

A conquista da Libertadores não veio, nem a do Campeonato Carioca, no qual o técnico Abel Braga optou por poupar diversos jogadores nas primeiras rodadas. O resultado da decepção foi a venda de dois jogadores fundamentais na conquista do Brasileiro do ano anterior: Thiago Neves, negociado com o Al Hilal, da Arábia Saudita, em julho, e Wellington Nem, que transferiu-se para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, no mês anterior. Ambos teriam sido decisões da patrocinadora do clube.

Aposentadoria de Deco e lesões de Fred e Carlinhos

Os desfalques em relação ao time campeão não pararam por aí. Convivendo com uma sequência de lesões e uma possível suspensão por doping, o "maestro" Deco anunciou a aposentadoria em agosto. Menos de uma semana depois, foi a vez do centroavante Fred sentir lesão muscular e tornar-se desfalque para o restante da temporada. Em outubro, o lateral esquerdo Carlinhos, que vinha sendo um dos destaques do time, também se machucou. O argentino Monzón, contratado no início do ano para a reserva do camisa 6, deixara o clube em julho, e os técnicos Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior tiveram de "quebrar a cabeça" para encontrar uma solução para a posição. Nos últimos jogos, o zagueiro Digão tem atuado improvisado.

Trocas de técnicos

Falando-se em Vanderlei Luxemburgo e Dorival Júnior, a dupla também faz parte da galeria de desventuras tricolores. Após sofrer cinco derrotas consecutivas no final do primeiro turno, o técnico campeão em 2012 Abel Braga foi demitido, e Luxa foi contratado. O presidente Peter Siemsen se opôs a ambas as decisões, mas foi voto vencido. No caso específico da contratação de Luxemburgo, o presidente da Unimed, Celso Barros, teria sido determinante. Quando a medida deu errado, a solução foi a contratação de Dorival Júnior, que havia sido demitido do Vasco cerca de uma semana antes.

Penhoras e salários atrasados

Financeiramente, o Fluminense também teve sua dose de problemas. Imerso em dívidas, o clube teve cerca de R$ 15 milhões penhorados da venda de Wellington Nem para o futebol ucraniano. O presidente Peter Siemsen acusou a Procuradoria Geral da Fazenda de desfavorecer o clube ao não aceitar a proposta de parcelamento da dívida, que, segundo o mandatário, seria mais favorável que a do rival Flamengo. O problema gerou atrasos salariais nas Laranjeiras, e a premiação referente ao título brasileiro de 2012, por exemplo, só foi quitada neste final de semana.

Vasco

Se 2013 começou cheio de esperanças para o Fluminense, no Vasco a expectativa já não era muito positiva. O declínio remete a meados de 2012, quando o time de São Januário, vindo de um grande ano em 2011, começou a sofrer com problemas financeiros e já vendeu jogadores importantes após a eliminação da Copa Libertadores para o Corinthians.

Crise financeira e ‘debandada' de jogadores

Principais revelações da base, os volantes Rômulo e Allan foram os primeiros a serem vendidos, para a Udinese, da Itália, e o Spartak Moscou, da Rússia, respectivamente. Diego Souza e Fagner seguiram o mesmo caminho, para o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e o Wolfsburg, da Alemanha. A "debandada" se agravou no final de 2012, quando os constantes atrasos salariais levaram jogadores como Fernando Prass, Nilton e até o ídolo Juninho Pernambucano a acionarem o Vasco na Justiça pela rescisão contratual. Principal nome da base vitoriosa de 2011, Dedé foi vendido ao Cruzeiro ainda no primeiro semestre de 2013, e Éder Luís foi emprestado ao Al Nasr, dos Emirados Árabes, em agosto. As perdas obrigaram o clube de São Januário a contratar mais de 20 jogadores em menos de um ano, na tentativa de recompor o elenco.

‘Tiros n'água'

Muitas das apostas foram frustradas, principalmente para a camisa 1. Após a saída de Fernando Prass, o Vasco contratou Michel Alves, e apostou numa trinca composta pelo ex-jogador do Criciúma e pelos "pratas da casa" Alessandro e Diogo Silva. Nenhum conseguiu passar segurança até o momento. Na defesa, André Ribeiro, Nei e Thiago Feltri caíram rapidamente em desgraça com a torcida, e forçaram o clube a "repatriar" Fagner, além de trazer o experiente Cris e o peruano Yotún. Lesões também atrapalharam jogadores como Guiñazu, que sofreu um problema muscular logo na estreia contra o Botafogo, e Bernardo, que rompeu o ligamento do joelho após ser o principal nome vascaíno na boa campanha na Taça Guanabara, no começo do ano.

Trocas de técnicos e dirigentes

Praxe em diversos clubes brasileiros, as trocas de técnico também foram tentativas de soluções em São Januário. Vice-campeão da Taça Guanabara, Gaúcho foi demitido após um péssimo início na Taça Rio. O renomado Paulo Autuori foi contratado, mas deixou o clube em julho com um aproveitamento de apenas 38%. Dorival Júnior chegou a ter um bom início, mas também acabou demitido com cerca de 40% de aproveitamento. A "última cartada" foi Adilson Batista, que assumiu o clube a apenas sete rodadas do fim do Campeonato Brasileiro. Em seis jogos, o treinador acumula três vitórias, dois empates e uma derrota. Fora de campo, René Simões foi demitido do cargo de diretor executivo de futebol ainda em junho, após negociações fracassadas por jogadores como Gabriel Paulista, do Vitória, e Fábio Lima, do Atlético-GO. O ex-técnico Ricardo Gomes assumiu o posto.

Punição do STJD

Determinante para a vitória deste domingo sobre o Náutico e para o empate com o Santos há menos de um mês, a torcida também "desfalcou" o Vasco no segundo turno do Campeonato Brasileiro, graças a uma punição do STJD por uma briga no empate em 0 a 0 com o Corinthians, em Brasília. Foram quatro jogos mandados fora do Rio de Janeiro: três em Macaé, contra Internacional, Goiás e Coritiba, e o clássico contra o Fluminense na Ressacada, em Florianópolis.

Fonte: ESPN Brasil