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Confira coletiva completa do técnico Adilson Batista

No fim da coletiva de imprensa, ao ouvir um radialista falar da combinação de resultados para o Vasco não cair para a Série B, o técnico Adilson Batista sorriu:

- Só isso? – afirmou o treinador, pondo tom de realismo na observação com bom humor que fez ao repórter.

Apesar da situação dramática que vive o Vasco – mesmo vencendo o Atlético-PR fora de casa, ainda precisa torcer, pelo menos, por um empate do Coritiba com o São Paulo, em Itu, ou a derrota do Criciúma para o Botafogo, no Maracanã -, o treinador está longe de entregar os pontos. O técnico, ao contrário, mostrou que vai cobrar do time uma reação para a missão final em Santa Catarina. Adilson não gostou do desempenho na vitória deste domingo por 2 a 0 sobre o Náutico.

Com a percepção de que os resultados adversos em outras três partidas (vitórias do Criciúma, do Bahia e do Coritiba) influenciaram o comportamento do time em campo, o treinador lembrou: vive dentro de um livro de matemática desde que chegou ao Vasco. Mas não abre mão da luta e do espírito para pelo menos a equipe fazer sua parte na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013.- Ainda estamos vivos. Precisamos acreditar, e vamos trabalhar para fazer um grande jogo contra o ótimo time do Atlético-PR – disse o treinador do Vasco.

Sem contar com Luan e Guiñazu para o jogo contra o Furacão, o técnico ainda vai quebrar a cabeça para pensar na melhor escalação em Santa Catarina. Confira abaixo a íntegra da coletiva do treinador Adilson Batista.

Esperança de não cair

- Ainda estamos vivos. Precisamos acreditar e vamos trabalhar para fazer um grande jogo contra o ótimo time do Atlético-PR. Muita coisa pode acontecer ainda, e a nossa expectativa e a nossa intenção são pensar somente em vencer o jogo lá. É o que nos resta. Dependemos (do resultado) de dois jogos, temos que ter também atenção nisso.

Críticas à atuação

- Achei um jogo dispersivo, sonolento, moroso. Faltou um pouco de velocidade, da entrega que tivemos contra o Cruzeiro. Tivemos mais oportunidades, mas o Náutico teve três contra-ataques. Foi uma partida tensa, nervosa, até em função da expectativa criada, no que alertamos para que tivéssemos controle. Não fizemos um grande jogo, mas hoje era importante vencer. Fizemos o resultado, mas, infelizmente, dentro da rodada os resultados não foram importantes para a gente. Vamos para mais uma semana de vida para, na última rodada, tentarmos sair.

Participação de Edmilson

- Edmilson era um jogador que eu já conhecia, foi importante pela sua presença de área, está sempre fazendo os gols e nos ajudando.

Bernardo pode ser titular?

- Bernardo vinha de lesão quando cheguei, num processo de evolução da parte física e clínica mesmo. Está demonstrando nos treinamentos que está querendo muito, só que tenho que ter alguns cuidados para não entrar já pensando numa troca para a próxima partida. Perdemos dois atletas já em função do terceiro cartão amarelo. Tinha dentro da convocação para a partida sete opções. Dois já estão suspensos. Vou a partir de terça pensar na equipe para fazer um grande jogo lá e trabalhar na semana para decidir.

Torcida pede Bernardo

- Bernardo foi lançado por mim no fim de 2008, início de 2009, dentro de uma safra boa do Cruzeiro. Um jogador talentoso, com potencial enorme e que fez por merecer todo esse carinho que recebe da torcida. É um jogador decisivo, de uma bola parada extraordinária, que tem frieza para decidir uma partida. Mas volto a dizer, ele estava em processo de transição e está procurando melhorar a parte física. A parte técnica a gente já sabe que ele tem. Nossa intenção sempre foi ajudá-lo. Às vezes não vamos agradar a determinado segmento, mas procuro ser justo, correto, coerente, para fazer o importante para o bem da equipe. Mesmo desagradando muita gente, quero sempre fazer o melhor para o coletivo.

Um carioca já rebaixado

- Cheguei agora ao Rio. Mas vi na quarta-feira (Flamengo x Atlético-PR) 70 mil pessoas, ontem (sábado), 50 mil, hoje (domingo, 60 mil). Vejo que o torcedor carioca gosta muito de futebol. Olhando agora, não tenho razão para explicar este momento, não seria coerente falar disso com um mês de trabalho para julgar. Minha preocupação é com o Vasco e estou procurando dar minha contribuição para que a gente possa sair do rebaixamento.

Lado psicológico do time

- Futebol é dinâmico, acontecem inúmeras situações nos jogos. Devemos jogar debaixo de água, em Joinville chove bastante, mas pode acontecer muita coisa ainda. Quero um Vasco simples, com consciência e organização, o que tivemos dificuldades de ter hoje. Trabalhamos dois dias sabendo do que iríamos enfrentar e não fugiu muito ao que imaginamos. No entanto, nosso desempenho foi abaixo do que vínhamos jogando. Elogiei outros jogos do time, e hoje não foi o que acostumamos a ver. Vou pedir que o time volte ao espírito de antes do Vasco que eu vi.

Constantes troca de treinadores

- Não é só troca de treinador. Em janeiro estava aqui o Paulo Autuori (na verdade, o técnico só assumiu o Vasco em maio), uma pessoa por quem tenho o maior respeito, admiração e carinho. Então não é treinador, precisa mudar essa mentalidade, transferindo para uma pessoa só. É um coletivo, um todo. Não vou julgar os motivos dos cariocas estarem nessa situação porque cheguei esses dias. Procurei trabalhar para que o Vasco reagisse. Estamos com vida ainda, não depende somente do Vasco, mas estamos na expectativa de vencer e acontecer algo na rodada que nos ajude também.

Chances de escapar

- No futebol já vimos inúmeras situações que podem acontecer. Na própria rodada da Série B neste fim de semana, no sábado, aconteceram mudanças. Um venceu, outro empatou, outro perdeu fora, foi decidido com três times na última rodada. Temos consciência de que precisamos vencer o jogo. Aí pode acontecer alguma coisa. Eu acredito ainda.

Rebaixamento na Argentina

- Lá é o Promédio, né? Com a média dos últimos três anos. Aqui a gente vive uma situação em que o último campeão brasileiro está tendo dificuldades. Lá o River Plate também. A nossa preocupação é grande, mas ainda acredito. Quero o jogo aguerrido que fizemos contra o Cruzeiro e um comportamento tático que tivemos contra o Corinthians e contra o Grêmio. Meu pensamento é ficar na Série A, mas trabalho com a hipótese do descenso. Confiamos, acima de tudo, nessa luta pela permanência.

Modo diferente de jogar no Rio

- Não acho que tenha sido bastante diferente. Precisa ser analisado que o Thalles, mesmo sendo um jogador ofensivo, acompanha o lateral na marcação. Se eu adiantar o Fagner e ficar com o Renato Silva na defesa, dá na mesma (o esquema). Só que um é mais ofensivo, mas não vai cumprir uma função, enquanto outro tem mais consciência tática.

Substitutos de Guiñazu e Luan

- A conversa que tivemos no sábado é normal dentro do processo, estamos mostrando situações que não queremos que aconteça. Agora, em relação à zaga, o Jomar estava jogando e sentiu desconforto, foi poupado, mas pode voltar. Ainda tenho o Renato Silva e o Rafael Vaz. No meio temos o Fillipe Soutto, mas posso ainda mudar um pouco. Tenho a partir de terça para pensar e iniciar o trabalho e pensar na formação que consiga fazer bom jogo e vencer o Atlético lá.

Torcer contra os outros times

- Desde que cheguei a nossa vida tem sido um livro de matemática, um problema que temos de resolver. É mais um desafio, mas esperamos passar tranquilidade, confiança para mais uma decisão na nossa vida. Vamos nos preparar adequadamente, independentemente do que possa acontecer. Precisamos vencer o jogo.

Fonte: ge