Confira análise tática do clássico, segundo o site Cidade do futebol
No primeiro tempo, ninguém sobrou. Vasco e Botafogo apostaram em sistemas táticos baseados na marcação individual para o clássico do último domingo, disputado no Maracanã e válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Quando as duas equipes melhoraram a cobertura, o Botafogo sobrou. O time alvinegro apresentou volume de jogo muito maior na etapa final, mas não soube aproveitar a supremacia. Tanto é que, mesmo acuado, foi o clube cruzmaltino que chegou ao triunfo por 2 a 1.
O relatório Scout Online do clássico entre Vasco e Botafogo mostra configurações táticas absolutamente distintas durante as duas etapas. No primeiro tempo, Vasco e Botafogo colocaram seus laterais para marcar os laterais adversários, concentraram ações no meio-campo e não tiveram sobra na defesa.
Foi essa ausência de sobra na defesa do Botafogo que possibilitou o primeiro gol do Vasco, marcado por Leandro Amaral aos 8min da etapa inicial. Marcelinho tabelou com Perdigão, usou o espaço deixado às costas do lateral-esquerdo Luciano Almeida – que em nenhum momento foi terceiro zagueiro pela esquerda, como vinha fazendo nas partidas anteriores – e cruzou para o camisa 19 bater com liberdade.
Perdigão, aliás, foi o principal distribuidor de bolas do Vasco no clássico. O camisa 10, posicionado na faixa intermediária do gramado, concentrou a saída de bola de sua equipe e acumulou também a função de municiar os jogadores do setor ofensivo.
Diante disso, o técnico Cuca alterou taticamente o Botafogo no segundo tempo. A equipe alvinegra passou a atuar com o zagueiro Alex isolado na sobra, com Joílson mais centralizado e o lado direito ocupado por Alessandro e Reinaldo (ambos com liberdade total de atacar).
A mudança de posicionamento do Botafogo, aliada a um recuo excessivo do Vasco, deu nova configuração ao clássico. O time dirigido por Cuca teve 200 passes certos, quase o dobro da equipe cruzmaltina (apenas 109).
Além do volume de jogo, o Botafogo conseguiu limitar as opções de saída de bola do Vasco. Afinal, a equipe dirigida por Celso Roth deu 57 chutões durante o clássico – contra 21 do rival – e acertou 12 das 18 tentativas de lançamentos.
O curioso é que, a despeito de ter procurado mais os passes curtos e de ter apresentado volume de jogo muito maior que o do rival, o Botafogo falhou demais na marcação. O time alvinegro só conseguiu 27 desarmes, 19 bolas recuperadas sem ação defensiva e 35 interceptações, números muito inferiores aos do rival (35, 31 e 44, respectivamente).
A marcação mais eficiente foi o que fez o Vasco não sofrer tanto com o domínio territorial do Botafogo no segundo tempo. Tanto que, em uma das raras vezes em que a defesa do time cruzmaltino falhou, Reinaldo recebeu passe de Dodô e empatou o jogo no Maracanã aos 29min do período complementar.
O gol abriu ainda mais o Botafogo, que adiantou sua marcação e passou a concentrar o jogo no campo de defesa do Vasco. Nesse momento, começou a pesar o lado psicológico das duas equipes – o time dirigido por Cuca não vencia havia seis rodadas e a equipe de Celso Roth acumulava oito jogos sem triunfar.
Aos 39min, a pressão sobre o Vasco ficou ainda maior. O time cruzmaltino, que fez 40 das 50 faltas do jogo, teve Amaral expulso e ficou com um homem a menos. Tudo parecia pender para o lado do Botafogo, que conseguiu acertar a cobertura do lado esquerdo de sua defesa e dominava o clássico.
Contudo, foi exatamente pelo lado esquerdo da defesa do Botafogo que o Vasco criou a jogada que lhe deu o triunfo. Após cobrança de falta da direita, o zagueiro Jorge Luiz aproveitou uma falha de marcação da defesa alvinegra e subiu sozinho para marcar de cabeça o gol que premiou o time inferior taticamente, mas superior na objetividade.
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