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Confira análise tática de Vasco 2 x 3 Grêmio

\"Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite\", diz a canção de Lulu Santos. A expectativa de Vasco e Grêmio no jogo das 21 horas era pela afirmação após sequência positiva em campeonato tão parelho.

Na derrota para o Coritiba em sua Arena, o tricolor gaúcho, sem Zé Roberto, foi um deserto de ideias quando precisou criar espaços diante de um forte sistema defensivo. Bem diferente das vitórias sobre Bahia, fora de casa, e Cruzeiro, líder do campeonato, com vantagem numérica e jogando nos contragolpes.

Contra o Vasco, mais uma vez longe de Porto Alegre, novamente uma proposta reativa. Três zagueiros e três volantes, Kléber ou Barcos voltando para articular e o outro ficando mais enfiado, recebendo as ligações diretas ou os cruzamentos dos alas Pará e Alex Telles.

A falha grotesca do estreante Cris, de passagem infeliz pelo próprio Grêmio no início do ano, e o gol de Barcos logo aos cinco minutos eram tudo que o técnico Renato Portaluppi precisava para reforçar sua estratégia. A forte chuva em seguida ajudou ainda mais.

Taticamente, o recuo de Barcos e Kléber para preencher o meio-campo, deixando os zagueiros Cris e Rafael Vaz livres, criava uma sobra dupla atrás. O trio de zagueiros formado por Gabriel, Rhodolfo e Werley cuidavam de André e dobravam a marcação no lado atacado.

Dorival Júnior voltou a armar o Vasco no 4-3-3/4-1-4-1, com Pedro Ken voltando aberto à esquerda, mas circulando pelo ataque nas ações ofensivas e abrindo o corredor para o apoio de Henrique e as infiltrações de Wendel. Mas novamente voltou a depender do forte lado direito com Fagner, Juninho e Eder Luís. O Grêmio fechava com Alex Telles, Ramiro e a cobertura de Werley ou Souza, o volante mais plantado.

Resultado prático: apenas uma finalização do time carioca no primeiro tempo. Errada. O gol de empate saiu em cobrança de falta de Juninho que Alex Telles desviou fora do alcance de Dida. Os gaúchos concluíram cinco vezes, mesmo com apenas 43% de posse de bola (Footstats). Uma delas o chute perfeito de Ramiro que esfriou time e torcida cruzmaltinos. Pragmático e letal.

\"Vasco

Dorival trocou Eder Luís, lesionado, e Pedro Ken por Tenório e Montoya. Repaginou a equipe em um 4-3-1-2 com dois atacantes enfiados que poderiam mexer com a marcação gremista. Mas foi Cris quem falhou novamente, desta vez em um bote errado, e Barcos, em bela jogada individual, marcou o terceiro. Mais uma vez no início do jogo. Novamente aos cinco minutos.

Confiante e organizado, o Grêmio voltou a acertar a marcação congestionando o meio-campo e os lados do campo e criou chances para construir uma goleada. Inclusive em chute de Pará que tocou no pé da trave. Renato colocou os irmãos Biteco - Guilherme e Matheus - nas vagas de Riveros e Souza. Dorival soltou ainda mais o time com Marlone no lugar de Henrique e Wendel deslocado para a lateral-esquerda.

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O Vasco encontrou mais espaços pela direita e finalizou oito vezes contra apenas quatro do rival. Porém só foi às redes novamente em cobrança de escanteio de Juninho que Tenório preparou e André completou. Os últimos dez minutos foram de pressão descoordenada que o Grêmio anulou com o zagueiro Saimon no lugar de Kléber e Barcos, destaque da partida, segurando a bola na frente.

O terceiro triunfo consecutivo leva o time de Portaluppi ao G-4. Talvez conviva de novo com problemas quando voltar a ser favorito e precisar propor o jogo. Algo para pensar depois. Por ora, vale a celebração do feliz sábado à noite em São Januário.

Fonte: Blog Olhar Tático - ESPN.com.br