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Confira a íntegra da entrevista coletiva de Adilson após mais um empate

Nas primeiras perguntas da coletiva de imprensa, o técnico Adilson Batista praticamente se antecipou aos questionamentos e disse, mais de uma vez, que era o culpado pela má fase do Vasco. Citou como erros específicos a escalação contra o Joinville com três zagueiros e as mudanças no setor ofensivo que não deram resultado mais uma vez no quarto empate consecutivo do time na Série B. O treinador parecia até ensaiar um discurso de despedida após o empate por 1 a 1 com a Portuguesa, no Raulino de Oliveira, embora não tenha falado objetivamente sobre o assunto.

- Vou conversar com o Rodrigo (Caetano, diretor executivo do clube) internamente. Só ele vai saber - disse o treinador.

Antes de encerrar a entrevista, Adilson soltou uma frase enigmática:

- Eu sei onde está o nosso problema. Vou conversar com o Rodrigo.

Sobre a partida, preferiu assumir os erros. Seja de escalação ou de trocas durante o jogo. Blindou os atletas, criticados pela torcida após o apito final.

- Tínhamos volume bom, precisávamos ser mais incisivos, com mais jogadas individuais. O gol que sofremos foi quando o Rodrigo estava fora, cabeçada na diagonal, na linha de quatro, tínhamos um jogador a menos ali. Gerou certa intranquilidade, achei que deveríamos ter explorado mais o lado esquerdo, por isso fizemos a alteração. No segundo tempo começamos bem, finalizamos, rodamos, mas os erros são meus, às vezes a gente mexe errado, escalamos errado. Eu sou o responsável, a culpa é minha. Peço desculpas ao torcedor por estarmos nessa situação - disse Adilson Batista.

O Vasco volta a campo na terça-feira, às 21h50 (de Brasília), contra o Boa Esporte, no estádio Municipal de Varginha.

Confira a entrevista completa do treinador:

Quanto incomoda empates seguidos e a posição

Incomoda muito. Sabemos como funciona o futebol. Tivemos dificuldades depois do estadual, em função de lesões, tentamos encontrar alternativas, fui buscando, tentando, mas não vem dando certo.

Vestiário

Sinto um vestiário triste pelo resultado. Desde Bragança, quando dominamos o jogo. Em Joinville fizemos um segundo tempo, mas sem resultado a coisa não funciona. Isso nos incomoda e eu sou o responsável.

Problemas

Do meio para trás consertamos, mesmo com toda a ausência do Guiñazu, que nos dá a liderança importante. Mas tem feito falta para administrar momentos de intranquilidade. A gente está tendo dificuldade para servir, concluir, criar. Não quero transferir para ninguém, são muitos garotos. A responsabilidade é só minha, que escalo.

Abatimento do treinador?

Não, sou o mesmo. Agitado, falando, orientando. A comissão técnica é responsável pela situação. Vamos rever algumas coisas.

Erros

Às vezes na minha opção, quando coloquei três zagueiros em Joinville, às vezes por pensar que determinado jogador era para ter entrado, quando não era pra ter entrado. Mas a hora é nossa, eles têm que ser protegidos.

Chance de demissão de entregar?

- Vou conversar com Rodrigo Caetano internamente. Só ele vai saber. Claro que me sinto incomodado pela situação, pela grandeza do clube, pelos objetivos que temos. Eu respeito muito o Vasco da Gama. Agora tenho que entender algumas coisas, relevar outras, tenho que ter paciência que o torcedor não tem às vezes, dirigente também não tem, vocês, da imprensa, também não.

Jogo de risco em Varginha

- Desde os sete jogos do Brasileiro no ano passado que já era risco. Sempre é assim. Tento fazer o meu melhor, me entrego, me dedico, trabalho, erro, cobro. Infelizmente algumas coisas precisamos mudar.

Time instável emocionamente

- Não é instabilidade. A defesa está tranquila, o meio também, a criação tem que relevar. Não existe desobediência, nada disso, mas a última bola, o último passe ou a finalização, nesse fim estamos pecando. Jogamos no estadual com Edmílson e Everton (Costa), depois perdemos os dois. São muitas mudanças, difícil para as pessoas entenderem. Tivemos 66% de posse de bola em Bragança, hoje também. Não pode falar de gramado, nada. Podíamos fazer o segundo hoje e não fizemos. Aí, as pessoas começam a arrumar pretexto, falam de tática, de emocional, de físico, mas todos estão correndo para caramba. Não é isso, eu sei onde está o nosso problema. Vou conversar com o Rodrigo.

Fonte: ge