Confira a análise detalhada do jogo entre Racing x Vasco
Desculpe o trocadilho, mas foi preciso. Zaracho, meia que atua na extrema direita do Racing, infernizou a defesa vascaína e foi o melhor em campo. Sofreu pênalti, fez gol, participou de outros, deu velocidade… Fez um partidaço.
O Vasco entrou em campo com uma formação um pouco diferente. Era previsto, pelo treino de ontem, que Zé Ricardo, fosse realmente de Bruno Silva (volante/zagueiro) no lugar de Rafael Galhardo. E Ríos no lugar de Riascos. Isso se confirmou. Com essas mudanças, sem a bola o Vasco defendia com uma linha de 5, com o recém contratado formando o trio de zaga com Paulão e Erazo. Até aí, nada de anormal. Na segunda linha de marcação Evander marcava pela esquerda (quase como um lateral) e Wagner pela direita. Desábato e Wellington ficavam responsáveis pela marcação no meio, mas por vezes, eram eles os responsáveis por adiantar a linha de marcação vascaína.
Desábato, normalmente seria o auxiliar natural na marcação pelo setor esquerdo, mas inexplicavelmente, Zé Ricardo designou Evander para fazer essa função. Lento, sem poder no 1×1 e passivo, ele não conseguiu ser efetivo na transição defensiva. Desábato por sua vez, fez algumas boas jogadas ofensivas, mas não repetiu suas atuações seguras defensivamente, muito pelo seu posicionamento, Desábato não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo.
Com isso, o Racing viu sua grande mina de ouro pelo lado direito de ataque, tanto que Coudet, praticamente abdicou de atacar pela esquerda, inclusive trazendo o Centurión também para a direita. Mais uma vez a medida surtiu efeito e o Racing construiu sua goleada por ali.
Wellington ficou ainda mais adiantado do que o de costume. Por vezes foi o meia central, por outras caiu pela direita para trabalhar com Wagner e Pikachu. Mas o impressionante foi que por diversas vezes, atuou como um atacante ao lado do Ríos (com e sem a bola). Apesar de muitas infiltrações, movimentações e chances de gol, Wellington repetiu o péssimo desempenho técnico que tem tido na temporada. Estava entendendo bem a função que o Zé o concedeu, mas não teve competência para ser eficiente.
Bruno Silva não fez uma partida ruim, mas pela falta de adaptação da equipe a esse estilo de jogo, foram vistas algumas falhas de posicionamento e dúvidas em relação a função de cada um dos 3 zagueiros. Com a bola nos pés, não se omitiu e foi bem na transição da defesa pro ataque. No segundo tempo sentiu o desgaste e sumiu do jogo.
A estratégia adotada durou por 30 minutos, o Racing até chegava, mas o Vasco apresentava bom futebol e organização, inclusive tendo a chance de abrir o placar. Porém ao sofrer dois gols em 6 minutos, o time se desestabilizou e a estratégia foi por água abaixo. Para piorar, o Vasco tinha apenas no Rildo sua esperança de mudar o jogo, mas pelas circunstâncias da partida, o Racing não daria o contra ataque (como não deu), para que ele pudesse impor seu estilo de jogo.
É preciso destacar a grande atuação do Martín Silva, com direito a duas defesas de pênalti, Ríos que foi o melhor jogador de linha pelo lado cruzmaltino. Brigou, fez pivô, fez boas enfiadas, se movimentou. Wagner também começou bem e está em grande evolução física, uma pena que tenha perdido uma chance clara de gol. E por último Pikachu, mais uma vez fez o que estava ao seu alcance, e contribuiu ofensivamente.
A verdade é que o Vasco precisará definir sua forma de jogar, e variações, mas mudar bruscamente os seus ideais de jogo quando tiver uma “pedreira” pela frente, não parece ser a melhor solução. Novamente o Zé se utiliza dessa estratégia, mas a falta de consistência do novo esquema, atrasa o Vasco na corrida em direção aos seus objetivos.
O Racing, foi melhor e mais inteligente, um time frio, e decisivo, com méritos, goleou. Ao Vasco resta uma pequena ponta de esperança, mas é preciso se apegar a sua verdadeira identidade e crença.
@analisevasco
Fonte: MWFUTEBOL