Comentaristas criticam Jô: 'Perdeu uma oportunidade'
Neto diz que também não se acusaria se fizesse gol ilegal, mas critica Jô
Em comentário no programa Os Donos da Bola, da Band, o apresentador e comentarista Neto admitiu que, a exemplo de Jô, também não se acusaria se tivesse feito um gol de braço, como fez o centroavante do Corinthians, Jô, na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco neste domingo (17).
“No futebol, se eu tivesse feito o gol, eu não ia avisar o juiz. Eu. Cada um pensa do jeito que quiser. Sabe quantos pênaltis eu já cavei na minha carreira? Muitos, e que não foram. Sabe quantas bolas entraram dentro do gol e o goleiro tira a bola e não avisa? Muitas”, assumiu.
Porém, o ex-jogador e ídolo da torcida corintiana criticou o atacante alvinegro: “Agora, não vem dar de santo, do jeito que o Jô fez: ‘Ah, eu sou evangélico, sou de Deus’. Pô, o Fernandinho Beira-Mar é de Deus. O Marcola é de Deus. Todo mundo é de Deus, ou não, tem muita gente que não acredita e que tem que respeitar. Se eu sou de Deus, mas, pera aí, Jô”, afirmou, em tom de desaprovação, na atração da Band.
“Não vem com esse papo furado. Ó o que o Tadeu Schmidt falou ontem no Fantástico: ‘Ô Jô, seria tão legal para o mundo do futebol se você falasse, por exemplo, foi com a mão’. Ué, por que vocês da Globo não falam toda a verdade, então, do que acontece? Por que nós da televisão não falamos toda a verdade? Por que vocês não falam que foram na zona , que traíram a mulher, que ganham dinheiro pra caramba? Só o jogador de futebol tem que ser 100% honesto?”, desabafou.
E voltou à carga contra declarações de Jô pós-jogo: “Ô, Jô, você me desculpa, meu irmão. Se você é homem de Deus, evangélico, que jamais usaria (a mão). Ô, você usou o braço, usou tudo, velho, e o gol foi ilegal, prejudicou o Vasco. Mas o Corinthians tem alguma coisa a ver com isso? Na minha opinião, não.”
Mas, embora admitisse prejuízo à equipe carioca, Neto fez questão de lembrar de que já foram favorecidos por erros de arbitragem. “Outra coisa, eu jogando no Pacaembu, no Mineirão, no Maracanã, ‘Suderj informa: em São Januário, pênalti’. Pra quem? Para o Vasco. Só eu lembro de uns 200, e que não foram, diga-se de passagem, até porque o Vasco foi campeão contra o São Caetano e vocês lembram o que aconteceu em São Januário. Pera aí, então quer dizer que o Jô, que o gol do Corinthians virou mais importante que esse Joesley (Batista, um dos donos do grupo J&F), esse bandido, vagabundo, Wesley, essa família de vagabundos, safados? Que vocês compram carne dele, ainda. Eu não compro.”
Caio Ribeiro lamenta falta de honestidade de Jô: “perdeu oportunidade”
Pivô de dois lances marcantes nesta temporada, Jô voltou a ser um personagem comentado nesta semana por conta do gol de mão marcado no último domingo (17). Para o comentarista Caio Ribeiro, o atacante corintiano perdeu uma chance de mostrar honestidade e aprendizado após o incidente com Rodrigo Caio no início do ano, quando o são-paulino o isentou o centroavante um cartão amarelo e impediu a suspensão do camisa 9.
“O Jô perdeu uma grande oportunidade de dar um grande exemplo. Acho que as declarações têm que ser acompanhadas de atitudes. Eu conheço o Jô e tenho certeza que está constrangido depois de ter visto todas essas imagens (exibidas no programa). Não quis pôr a mão de sacanagem, não foi premeditadamente com o braço na bola, lance aconteceu, mas a partir do momento que aconteceu, ele tinha que dizer, porque foi ele o envolvido no lance do Rodrigo Caio”, opinou o comentarista da TV Globo.
“Tinha que ter a grandeza de acusar, de falar: ‘Olha, bateu na minha mão’. Sabe por quê? Porque eu vejo o futebol como um agente de transformação, como uma possibilidade de passar valores que eu aprendi no esporte, como respeito, disciplina, transparência e honestidade. Se o Jô tivesse tido essa atitude ontem, pode ter certeza que estaria sendo muito mais ídolo do que ele já é? Então ele pisou, dessa vez ele escorregou, e escorregou feio”, criticou.
Antes de Caio analisar o ocorrido, o “Globo Esporte” realizou uma coletânea de declarações de Jô, nas quais o atacante contradisse sua atitude dentro das quatro linhas diante do Vasco. O programa adotou um tom menos pesado do que as críticas de Tadeu Schmidt no programa “Fantástico”.
O “Globo Esporte” de São Paulo abordou de maneira mais amena a polêmica envolvendo Jô – o tom foi muito mais de lamentação.
O apresentador Ivan Moré, não opinou, delegando ao companheiro Caio Ribeiro. No primeiro semestre, o “Globo Esporte” iniciou uma campanha chamada “Jogo Limpo”, justamente com o intuito de incentivar atitudes honestas no esporte.
Fair play? C. Machado diz ouvir de ex-jogadores da TV que não se acusariam
Cleber Machado relatou que diversos ex-jogadores já disseram para ele que não avisariam o árbitro caso tivessem cometido alguma irregularidade durante uma partida. Durante participação no “Seleção SporTV”, o narrador disse já ter ouvido que “quem tem que apitar é o árbitro”.
“A gente trabalha com um monte de ex-jogadores e vários deles dizem para mim assim: ‘Não, quem tem que apitar é o árbitro. Eu tento fazer o que eu preciso fazer. Quem tem que apitar é o árbitro”. “Não está na regra que eu não posso fazer um gol irregular. Seria lindo se o mundo inteiro falasse: ‘Errei, foi mal'”, acrescentou Cleber.
A afirmação foi feita durante a discussão sobre a polêmica envolvendo o atacante Jô. Durante a vitória do Corinthians sobre o Vasco no último domingo (17), o jogador marcou um gol com o braço, o que deu início aos questionamentos sobre a obrigação ou não de o árbitro ser avisado do erro.
“O Jô, que acaba sendo julgado e nem sei se deve ser julgado, não pode agora ser o vilão do lance e ser suspenso, né? Porque aí você começa a entrar em todos os lances do campeonato e na hora que tiver um pênalti falar: ‘Pô, ele não falou que foi pênalti’. Na hora que fizer gol em impedimento, jogador que se joga. Por favor, né?”, indignou-se.
Cleber disse, inclusive, considerar como factível que o atacante do Corinthians tenha tentada acertar a cabeçada, furado e consequentemente a bola ter tocado em seu braço. “Isso é possível (furar a cabeçada e a bola bater no braço). Acho que o Jô se atirou, botou o corpo”, avaliou a jogada Cleber, que ainda cobrou auxílio de recurso tecnológico para lances assim: “É inacreditável que com tanta câmera e com a possibilidade de evitar esse tipo de erro, que não tenha sido mundialmente adotada”, criticou.
Fonte: TV UOL- SuperVasco