Futebol

Colunista diz que Vasco é um exemplo para Palmeiras e Atlético-MG

Galoucura, Mancha Verde e Força Jovem são facções de torcidas organizadas que se relacionam como \"irmãs\". Jogos entre Atlético, Palmeiras e Vasco, consequentemente, costumam ser pacíficos. Pois os times de Belo Horizonte e São Paulo bem que poderiam se inspirar no amigo carioca.

Neste domingo o Galo receberá os palmeirenses em Sete Lagoas. Os atleticanos lutam contra o rebaixamento e os alviverdes para não se aproximarem da zona onde os alvinegros se tornaram sócios de carteirinha. Momento muito delicado tanto para um quanto para outro.

Em 1999 o Palmeiras era campeão da Libertadores, o Atlético vice do Brasil e o Vasco, que havia conquistado o título sul-americano um ano antes, levantaria o nacional e a Copa Mercosul no ano seguinte. Eram bons momentos para os três tradicionais clubes.

Depois disso... O Palmeiras ganhou um título Estadual. O Atlético dois, e os vascaínos até meados deste ano tinham apenas um campeonato carioca conquistado neste século. Os três foram campeões da segunda divisão, é verdade. Mas aquela não é o tipo de taça que se sonhe ganhar.

Em 2011 a coisa virou. Em São Januário. E não me venham falar em planejamento espetacular de Roberto Dinamite. O começo de ano com PC Gusmão foi tétrico. Tudo mudou depois que Ricardo Gomes chegou. E a partir daí, contratações acertadas e um time surpreendente.

Qual o segredo do Vasco? Difícil dizer. A mim a campanha do time surpreende no Brasileiro. Méritos ao técnico afastado, pela paciência e insistência com Diego Souza (que Palmeiras e Galo liberaram), quando muitos queriam vê-lo fora do time. E por fazer Felipe deixar a acomodação de lado.

Claro que os cartolas foram bem ao apostarem em Juninho Pernambucano, que como todo veterano pode render o esperado na volta ao país, ou fracassar retumbantemente. Mas, inteligente, ele sabe ser útil sem reclamar quando é poupado. E as coisas caminharam. Muito bem!

Entre acertos e erros, o Vasco engrenou. Tem o mesmo dirigente remunerado, Rodrigo Caetano, desde os tempos da Série B. O clube fez um trabalho que recuperou a auto-estima do torcedor. O Vasco voltou a ser respeitado como time grande, campeão da Copa do Brasil e líder da Série A.

Eu não esqueci: é, também, o único brasileiro na Copa Sul-americana, da qual Atlético e Palmeiras foram despachados faz tempo, os alviverdes pelos próprios vascaínos. O Vasco virou o jogo. Domingo, quando Galo e Palmeiras se enfrentarem, deveriam se inspirar nos \"amigos\" da Colina.

Fonte: Coluna de Mauro Cezar Pereira - ESPN Brasil