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Clóvis Munhoz acha que número de jogos e origem dos jogadores ajudam a expli

Dos quase 30 reforços contratados pelo Vasco para 2009, muitos tiveram boa parte de sua formação em times de menor porte, com estrutura deficiente e exigência menor do que num clube grande. Outros, como é o caso específico de Rodrigo Pimpão, sequer fizeram trabalho de base e praticamente iniciaram a vida no futebol como profissionais. Para o médico do Vasco, Clóvis Munhoz, esta é uma das explicações para a sucessão de problemas médicos que o clube vem enfrentando. O último foi Jéferson, que ainda no primeiro tempo da vitória sobre a Ponte Preta voltou a sentir a musculatura da coxa, a mesma que o tirara de treinos e jogos por algumas semanas.

Nesta temporada, o Vasco já contabiliza 15 casos só de problemas musculares. Houve lesões que não foram de origem muscular: Rodrigo Pimpão, que sofreu um trauma no joelho, não joga desde 6 de junho. Já o zagueiro Fernando viveu caso semelhante ao de Jéferson: uma repetição de lesão na mesma musculatura. Ele não joga desde o Estadual. Fernando, no entanto, teve sua formação em um clube grande, o Flamengo.

Fágner e Souza podem ser titulares contra o Vila Nova
Clóvis Munhoz acha que o grande número de jogos do time no ano e a origem dos jogadores ajudam a explicar o excesso de contusões.

— Quando vêm muitos jogadores cuja procedência e o organismo você não conhece, é mais difícil, as lesões ocorrem, alguns ficam pelo caminho. E o Vasco foi bem no Estadual, quando muitos não esperavam, foi bem na Copa do Brasil. Teve que jogar no limite sempre e numa quantidade de jogos grande.

Muitos jogadores chegam sem base, sem costume de uma sequência tão grande — explica o médico, diferenciando o caso de Fernando. — Ele, quando chegou no ano passado, estava há muito tempo sem jogar.

Para Munhoz, o caso de Rodrigo Pimpão é exemplar.

— Ele não teve preparação de base. Tem deficiências de estrutura muscular. Quando começa a jogar domingo, quarta-feira, domingo, fica difícil — diz o médico.

Ao falar em deficiências de trabalho de base em jogadores oriundos de times menores, o exemplo foi Robinho. Na última semana, o atacante ficou fora de alguns dias de treino por causa de dores musculares.

— Com certeza, contribui (o fato de ser formado em clubes de estrutura inferior). Quantos jogos faz o Volta Redonda num ano? Aí chega o Robinho, com personalidade, vontade, boa produção. Só que a solicitação lá é bem menor do que aqui — explica Munhoz.

Se as lesões são realidade, a maratona também. O Vasco já terá que voltar a campo amanhã, em Goiânia, para enfrentar o Vila Nova. Na sexta, em casa, joga com o ABC. Para o jogo de amanhã, Ramon é o novo problema.

Ele levou o terceiro cartão contra a Ponte Preta.

Mas poderá ser visto um Vasco com nova hierarquia na disputa por posições. Fágner, que foi bem no último sábado, pode ganhar o lugar de Paulo Sérgio, que volta a ter condição de jogo após cumprir suspensão.

Souza, que também se destacou, briga por uma posição.

Como Amaral também volta de suspensão, a vaga de Nílton pode ser ameaçada.

— Quanto muitos jogadores ficam fora de combate, abre-se uma possibilidade para outros.

Fágner e Souza foram bem. Vamos ter que quebrar um pouco mais a cabeça, mas é bom sinal.

É resultado da boa atuação de algumas peças — afirma o técnico Dorival Júnior

Fonte: O Globo