CEO do Vasco, Luiz Mello explica função no clube
Uma sala em São Januário virou o quartel-general da transição no Vasco. Nela se reúnem os vice-presidentes da nova gestão Jorge Salgado. É onde o novo CEO cruz-maltino, Luiz Mello, também tem batido ponto. Se o Vasco achou por bem inserir esse cargo no organograma, o Botafogo vai no mesmo caminho com o presidente recém-empossado, Durcesio Mello. Percebe-se uma tendência nos novos dirigentes de replicar modelos vistos em outros clubes de sucesso recente nos aspectos organizacional e financeiro. Mas afinal, em que posição joga esse “novo” nome na organização de um clube de futebol?
O Grêmio, por exemplo, tem CEO desde 2015. O Flamengo, 2013. A função é comum e de alta hierarquia no mundo corporativo, quase o pilar de uma empresa, e é uma sigla em inglês para “Chief Executive Officer”. Em alguns clubes, ele responde por “diretor geral”. Mas o que faz um CEO em clubes de futebol que são associações sem fins lucrativos?
— Dentro do nível hierárquico, ele tem que ter todo o planejamento estratégico, o propósito, saber os objetivos gerais. O CEO é o grande líder executivo da estrutura. O modelo associativo, em si, não atrapalha o papel dele. O que afeta é se a governança está bem implementada ou não — disse Pedro Daniel, diretor-executivo de Esportes da EY.
No Vasco, Salgado deu a Luiz Mello a função de coordenar e integrar departamentos. Delegou também “o acompanhamento da execução orçamentária e cumprimento de metas”. Luiz tem conversado com várias áreas. Isso abrange o futebol, finanças e outros setores.
— A conversa é para sermos mais assertivos quando tomarmos posse. Meu trabalho como executivo é olhar os processos atuais e propor possíveis soluções. Pensamos em melhorar a gestão do clube como um todo — diz Mello, sem antecipar as mudanças.
Já o Botafogo contratou uma empresa, a Exec, para captar os candidatos a CEO. O presidente Durcesio Mello está alinhando o melhor perfil e espera fechar o nome até o fim de fevereiro. Enquanto isso, Durcesio acumula a vice-presidência de futebol, já que quem contratará o diretor dessa e outras áreas (como a financeira) ainda não veio.
— O clube está em um processo irreversível de reformulação do modelo de gestão. Os frutos virão na linha do tempo, com um trabalho sobre sólidos alicerces — disse Durcesio.
No Grêmio, o CEO atual é Carlos Amodeo. Ele é responsável por supervisionar as diretorias e levar as questões “mastigadas” ao conselho de administração, que se reúne às segundas-feiras. A remuneração tem uma parcela fixa e outra variável.
— O CEO, como qualquer executivo de grande empresa, tem o seu preço. Ele tem um bônus, uma pontuação por desempenho. No nosso caso, as metas não envolvem venda de jogadores — explica o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan
União ao futebol
Adotar o discurso de profissionalização por meio de um CEO não é o problema. O desafio prático é conjugar bem o trabalho administrativo e o futebol.
— O grande risco é o CEO cuidar de tudo o que não for envolvido com o futebol. É um ponto clássico para não dar certo. Se você tem uma operação à parte, isolada, justamente na maior unidade de negócio do clube, não faz o menor sentido. Ele ganha um título legal, de CEO, mas não tem autonomia — avalia Pedro Daniel.
No Flamengo, o CEO é Reinaldo Belotti, executivo de larga experiência na área do petróleo. Discreto, conduziu o processo de enxugamento da folha durante a pandemia. No futebol, o vice-presidente Marcos Braz é o expoente. Um descompasso entre o setor administrativo e a bola gerou o entrave recente na renovação contratual com o goleiro Diego Alves. No enredo, o departamento de futebol chegou a acertar um valor com o goleiro, mas houve veto por parte do CEO.
Finalista da Libertadores, o Palmeiras não tem CEO. Mas o executivo de futebol, Anderson Barros, diz que não toma decisões relevantes, que envolvam investimento, unilateralmente ou só consultando o presidente, Mauricio Galiotte. A figura mais acionada é o diretor financeiro e de gestão.
— Não tem como eu simplesmente tratar dos assuntos só com o presidente. É preciso ter segmentos de gestão, como em qualquer grande empresa. Como vou tomar uma decisão no futebol se não tem aprovação do financeiro? O problema é que se fala em profissionalismo, mas o futebol às vezes foge disso — disse Barros.
No Bahia, houve uma mudança de estatuto que envolveu governança. Desde 2014, presidente e vice recebem uma compensação financeira: 69% do salário do presidente da república.
— Assumi como o CEO do clube mesmo. Com a mudança estatutária, fomos obrigados a ter dedicação exclusiva ao clube. Estar na rotina 24h por dia — disse o ex-presidente do Bahia, Marcelo Sant'Ana, primeiro a ser pago pela função.
Fonte: Agência O GloboMais lidas
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