Categorias de base

Cássio analisa base e revela que almeja chegar ao profissional


Foto: Arquivo Pessoal do Treinador


Campeão Brasileiro de 1989 e tricampeão carioca em 92, 93 e 94, o ex-lateral Cássio é hoje um dos principais nomes da base vascaína. Respeitado por todos, o treinador é considerado o melhor das categorias inferiores atualmente. O mesmo iniciou 2012 no comando da equipe infantil, mas após as mudanças de gestão e comissão técnica foi promovido ao time juvenil.

Na segunda parte de sua entrevista para o programa \"Só dá Base/Só dá Vasco\", o técnico falou um pouco sobre o trabalho que vem sendo realizado pelo Vasco em suas categorias de base. Cássio destacou as melhores safras, comentou a possibilidade da implantação de uma linha mestra, relembrou o trabalho realizado na sua época de jogador e revelou que tem como objetivo pessoal se tornar técnico do juniores e posteriormente do time profissional.

Confira o bate-papo com Cássio, técnico do juvenil:

Quais safras do Vasco você poderia destacar?

“O Vasco tem uma safra 94, 95 e 96 muito boa. Se forem trabalhados corretamente, esses meninos podem se tornar grandes jogadores para a equipe profissional. Nós temos hoje no 97 o Caio, que tem sido artilheiro da categoria desde o mirim. No primeiro ano no Infantil ele foi artilheiro jogando contra um grupo 96. Nesse último ano ele conseguiu novamente ser artilheiro. Então, nós temos o Caio, que é um jogador que nós temos que ter atenção. O Marquinhos também é um jogador que teve um grande ano no time infantil. Do meio do ano para cá ele evoluiu muito. O Cássio Augusto teve uma boa participação dentro da competição, assim como o Ricardo e o Yuri, que é goleiro. Nós temos um grupo 97 muito bom. Não digo que eles vão chegar agora e serem titulares do juvenil, pois nós temos um grupo 96 muito qualificado. Mas são jogadores que com certeza vão dar qualidade ao grupo”.

O que você pensa sobre a possibilidade do Vasco implantar um linha mestra na base, assim como ocorre na maioria dos clubes europeus?

“Eu vejo da seguinte forma: O futebol brasileiro não tem a cultura de manter os treinadores do time profissional. O futebol brasileiro vive muito de futebol imediato. Acho que seria muito complicado o Vasco seguir a metodologia da equipe principal. Vamos dar um exemplo. O Vasco contratou o Ricardo Gomes, daí toda a base passa a seguir o método do trabalho dele. Tudo bem, mas se o Ricardo Gomes for demitido três jogos depois como é que vai fazer? Nós vamos ter que mudar sempre que mudar o treinador? Acho que isso aqui no Brasil é muito complicado”.

Ser técnico da equipe de juniores ou até mesmo da equipe profissional do Vasco é um de seus objetivos?

“Eu tenho me preparado para isso. Eu hoje estou no sétimo período de Educação Física, estou aprendendo e tenho buscando crescer profissionalmente. Meu objetivo é chegar no Juniores da equipe do Vasco da Gama. Sempre com trabalho e executando tudo da melhor maneira possível. Se for possível ser no Vasco será muito gratificante. Até porque fiz toda a minha vida profissional nesse clube, vivi quase metade da minha vida no Vasco e eu tenho um carinho enorme pelo Vasco. Meu objetivo é buscar sempre o crescimento, meu objetivo é esse. Sei que se eu conseguir trabalhar no juniores do Vasco da Gama, eu estou capacitado a trabalhar em qualquer time profissional. É trabalhar pensando no Juniores, quem sabe até chegar num time profissional do Vasco da Gama. Se os jogadores pensam e trabalham pensando em chegar no time profissional, eu trabalho da mesma forma e também sonho em chegar na equipe profissional do Vasco”.

Podemos dizer que a utilização de atletas da base no time de cima é importante por conta da identificação que os mesmos tem com a instituição que o revelou?

“Na nossa época nós tínhamos referências dentro do clube e isso ajudava muito na identificação dos atletas com o clube. Uma das coisas que os atletas têm e o Vasco não pode deixar que eles percam é isso. É o gostar do clube, o comprometimento do clube. Por maiores problemas que o Vasco tenha, o jogador sempre vai pensar duas vezes antes de deixar o Vasco. Eu tive oportunidades de jogar em outros clubes, mas falava pra mim e lembrava que o Vasco é um clube muito grande. Eu só pude ter a noção da grandeza do Vasco quando eu sai do Vasco. Apesar de todos os problemas, o Vasco é muito forte. Nós temos passado isso para os atletas e muitos desses meninos são comprometidos com o clube. Isso é uma coisa que não podemos deixar que os atletas percam”.

Até pelo fato de todos precisarem superar obstáculos para chegar no time de cima...

“O torcedor não tem ideia do que o atleta passa até chegar ao time profissional. O que esses meninos passaram durante todo esse ano não foi fácil. Tem o lado triste, mas tudo isso serve para aproximar o atleta do clube”.

Por falar em torcedor, a grande maioria, talvez a totalidade, sentem falta de ver atletas formados em São Januário brilhando no profissional. O que você pensa sobre isso?

“Nós vascaínos estamos sentindo a falta desses atletas criados no Vasco. A quantidade de atleta formada no clube hoje é muito pouca para a grandeza do Vasco. Na minha época, o time reserva por completo era formado na base. Nós tínhamos 50 ou 60% do grupo formado na base. Era Germano, eu, Marco Aurélio Ayupe, Sorato, Bismarck, Tiba, Edmundo...A maioria do elenco era formado no Vasco. O Vasco trazia um ou outro, como trouxe o Bebeto, o Boiadeiro, o Tita, mas a grande maioria dos atletas era formado no Vasco. Se o Vasco se conseguir resgatar isso, já está resgatando, a gente vai voltar a ter alegrias e colocar o nome do clube no topo”.

Fonte: Blog do Carlos Gregório Júnior- SuperVasco.com