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Blogueiro: Autuori não deu consistência ao Vasco em 3 meses

Terceira partida do Vasco fora de casa, terceira derrota e, diante do segundo adversário mais qualificado, a segunda partida sofrendo cinco gols. O mais preocupante nisso tudo é que na derrota para o Inter, não foi preciso um assalto à mão “apitada”, como aconteceu contra o Vitória, nem mesmo uma boa atuação do adversário, como foi contra o São Paulo. O Colorado construiu o 5 x 3 final com toda a facilidade e jogando mal. Só precisou contar com a ajuda do próprio Vasco para registrar mais um papelão no campeonato.

E olha que eu nem concordo com quem não vê nenhum padrão tático no time. Antes do golaço do Nei contra o próprio patrimônio, via-se que a equipe tentava imprimir uma marcação mais compacta. Com os atacantes ajudando na marcação e os meias iniciando o combate mais próximo do meio de campo, o Vasco conseguiu segurar o ímpeto do adversário, que pouco criou e só conseguia finalizar em chutes de longa distância. O problema é que quando conseguia matar as jogadas coloradas, o time abusava de errar passes, devolvendo a bola para o Inter em seguida.

O gol contra serviu para desestabilizar de vez o time, e daí em diante passamos a facilitar as coisas para o time gaúcho. Nas poucas chances que tivemos no ataque, sempre errávamos o último passe ou a finalização. Atrás no placar e precisando buscar o ataque, cedemos mais espaços e vimos Forlan ampliar depois de mais uma bobeira de zaga. E se não fosse uma falha da defesa do Inter, que originou o gol do André no final da etapa inicial, teríamos um começo de segundo tempo ainda mais complicado.

Mas se o gol deixou o Vasco vivo na partida, os erros da defesa trataram de dar um banho de água fria nas pretensões do time. Em pouco mais de 10 minutos, o Inter marcou duas vezes: o primeiro, em impedimento; o segundo, numa absurda falha de posicionamento em um escanteio, que permitiu que o jogador colorado cabeceasse sozinho e ainda tivesse liberdade total para aproveitar o rebote.

Aos trancos e barrancos o Vasco acabou melhorando na partida. Menos de 10 minutos após sofrer o terceiro gol, conseguimos diminuir a diferença mais uma vez, em contra-ataque rápido que culminou em belo gol de Rafael Vaz. Porém, a maior presença ofensiva vascaína não resolveu os problemas da defesa: Autuori mexeu no time, mas suas alterações não apenas não trouxeram resultado como deixaram a equipe ainda mais vulnerável pelo seu lado direito. E foi por aí que o Inter sacramentou sua vitória, marcando dois gols em jogadas idênticas de linha de fundo e marcando outras duas vezes em menos de cinco minutos. O gol do Fellipe Bastos aos 39 minutos não foi o suficiente para que o Vasco buscasse ao menos o empate.

Na coletiva após o jogo, Paulo Autuori deu a entender que deve mesmo deixar a equipe, mas só falará qual é a sua decisão hoje, após reunião com a diretoria. Ainda assim assumiu a responsabilidade pelo resultado, mas não esqueceu de citar que “prazos não cumpridos” atrapalham o rendimento da equipe. Se sua saída se confirmar, valerá dizer que ele teve três meses para trabalhar e não conseguiu dar à equipe a consistência que todos esperavam. O Vasco é um time que ainda não consegue mostrar à torcida se vai ou se fica: oscila muito, tanto no campeonato quanto no decorrer dos jogos.

Fonte: Blog do Torcedor - ge