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Basquete: Marcelinho quer volta de Vasco, Bota e Flu ao basquete do Rio

A dois dias do começo do campeonato estadual de basquete, que contará com apenas três candidatos na disputa pelo título (Flamengo, Macaé e Campos), o Rubro-Negro destaca-se, não só por tentar seu nono troféu consecutivo, mas também por ser o único dos clubes de grande torcida do Rio a manter as atividades no esporte profissionalmente. Mas nem sempre foi assim.

Anos atrás, há pouco mais de dez anos, Vasco, Botafogo e Fluminense, em especial o primeiro, confrontavam o atual campeão do NBB em condições iguais, promovendo clássicos disputados, em um Maracanãzinho, muitas vezes, lotado, o que gerava um revezamento no topo do pódio.

Único do atual elenco do time da Gávea a vivenciar essa rivalidade dentro das quadras, Marcelinho não esconde a decepção com a situação do basquete carioca e, em um momento nostalgia, relembrou duas finais, quando ainda despontava no esporte vestindo a camisa do Botafogo.

- É um campeonato importante, mas que, infelizmente, está esvaziado. Eu pude vivê-lo com quatro times de futebol jogando, os quatro nas quartas de final do brasileiro e fortes. Gostaria que essa época voltasse. Lembro, quando jogava no Botafogo no meu primeiro ano, em 98, fui assistir à final. Foi Flamengo e Vasco, o Maracanãzinho lotado, 15 mil pessoas, algo digno de final de campeonato brasileiro. Em 2000, jogando pelo Botafogo, nós conseguimos chegar à final. A semifinal foi Flamengo e Vasco, o Vasco ganhou e decidiu com a gente. Eles abriram 2 a 0 (jogos), a gente empatou, e no quinto jogo o Maracanãzinho estava lotado. Gostaria de ver essa época de volta, mas não depende só da gente. Temos que aguardar o planejamento desses clubes de futebol para que eles possam se estruturar e formar times de basquete e, quem sabe, de outras modalidades - afirmou Marcelinho, que acabou perdendo a final de 2000 na derradeira partida.

Torcedor de arquibancada nessa época, Olivinha guarda lembranças dos duelos entre as duas maiores torcidas do Rio. Sua aflição era dobrada, já que, além do clube do coração, o irmão Olívia estava em quadra.

- Sem dúvida nenhuma. Eu pude acompanhar o meu irmão jogando aqui. Eram grandes finais entre Flamengo e Vasco. Também havia Fluminense e o Botafogo. A gente vê a situação de hoje com o estadual só com três equipes, nenhuma de camisa, com exceção do Flamengo, então perde aquele charme dos clássicos entre as equipes de camisa - contou Olivinha.

Com anos de experiência no esporte, Marcelinho apontou o motivo que, na sua visão, fez com que essas grandes equipes abrissem mão da modalidade.

- É uma pergunta que, para se responder corretamente, demoraria muito tempo, porque vou falar de planejamento. Eu estive em duas equipes, Fluminense e Botafogo, que a gente ia degrau a degrau a cada ano, Botafogo principalmente, que a gente saía de sétimo para quinto para terceiro lugar no nacional, e o time acabou. Eu acho que isso é falta de planejamento, mas naquele tempo era falta de incentivo também. Hoje, a gente tem a facilidade que é a lei do incentivo, os clubes podem buscar junto às empresas patrocínios de uma forma mais tranquila, pois as elas não precisam desembolsar o dinheiro, mas sim descontar do imposto. Fica a expectativa de que essas equipes possam voltar - declarou o camisa 4 do Flamengo, dúvida para a estreia no Carioca, nesta sexta-feira, contra Campos, às 19h, na Gávea.

Fonte: ge