Basquete: Crise financeira se reflete nas quadras
Quando o Vasco da Gama montou o elenco para a temporada 2016/2017 do Novo Basquete Brasil, com oito reforços de peso, o caminho para voltar a conquistar títulos nacionais parecia inevitável. Uma crise política e financeira, no entanto, atingiu São Januário e gerou instabilidade não só basquete como em outras modalidades. O time cruzmaltino somou a sua nona derrota no NBB, neste sábado, diante do Franca, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, aumentando o clima de turbulência no clube da Colina. Em 13 rodadas, foram apenas quatro vitórias, o que deixa a equipe comandada por André Barbosa na 11ª posição da tabela, com 17 pontos. Os jogadores não recebem salários desde outubro do ano passado, e não há previsão de regularização.
Das 15 equipes do campeonato nacional, 12 avançam de fase, com as quatro primeiras indo diretamente às quartas de final, e os times de quinto a 12º jogando uma espécie de oitavas de final. Para Nezinho, um dos principais destaques do Vasco, a missão é possível. O armador ainda afirmou que os insatisfeitos deveriam se retirar da equipe para não agravar ainda mais a crise.
- Os jogadores ainda acreditam podemos chegar, isso é o principal. Ninguém jogou a toalha. Está todo mundo firme. Não vai dar para termos uma classificação como a gente queria, entre os quatro, então, vamos buscar a melhor classificação possível para dar um bote nos playoffs, já que esta é uma equipe muito experiente. A gente sabe da dificuldade e não pode dar desculpa de que é salário. Cada jogador é experiente, sabe o que está se passando. Quem não está feliz, pega as coisas e vai embora. Eu acho que é o mais profissional a se fazer - disse Nezinho.
O Vasco contratou oito jogadores para a temporada: Guilherme Giovannoni, Fúlvio, Gui Deodato, Lucas Mariano, Chris Hayes, Dedé, Gustavo e Renato. Em outubro, o time venceu o Torneio de Belo Horizonte e dava a impressão de que entraria como um dos favoritos no NBB. Foram altos e baixos, e os cariocas nõ conseguiram manter uma constância em busca de bons resultados.
- Já que está todo mundo aqui, a gente vai correr e se matar. Nesse momento, vamos buscar a melhor classificação possível para chegar aos playoffs e eu acredito muito porque a equipe é muito experiente, gostar de estar nas finais, e eu acredito que daremos um pulo - completou Nezinho.
Uma das estrelas contratadas para a temporada, Guilherme Giovannoni prefere pensar apenas no jogo, sem deixar com que a instabilidade política interfira no desempenho dentro de quadra.
- A gente tenta não pensar nisso. Tentamos dar o nosso melhor dentro de quadra e controlar aquilo que podemos controlar. Se ficarmos pensando no que não podemos controlar, isto pode nos atrapalhar ainda mais. Vamos tentar fazer o nosso trabalho da melhor maneira possível para sairmos da situação difícil - avaliou o ala-pivô.
Situação de David Jackson é delicada
A história ganhou um novo capítulo quando o americano David Jackson comunicou a diretoria cruzmaltina que não atuará mais pelo clubeapós reunião entre os jogadores e o vice-presidente de quadra e salão vascaíno, Fernando Lima. Uma semana depois, através de uma nota oficial, o ala explicou estar há mais de 100 dias sem receber pelo seu trabalho e precisa sustentar a família nos Estados Unidos. O jogador espera os seus vencimentos até o dia 16 para continuar no Vasco. Ele lamentou estar sofrendo problemas financeiros e, sobretudo, com as incertezas do futuro.
Nascido em Maryland, Estados Unidos, David Jackson chegou ao Vasco em agosto de 2016 para a disputa do NBB 2016/17. Com passagens por Flamengo e Limeira, ele fez dez jogos pelo clube da Colina na atual temporada e teve uma média de 14.2 pontos. Apesar do anúncio do americano, o seu contrato com o time ainda não foi rescindido e, portanto, ele ainda integra o plantel do Vasco para o NBB. O assunto "DJ" é um tabu entre dirigentes e comissão técnica.
- Não falaremos absolutamente nada sobre David Jackson. Não darei nenhuma declaração sobre ele - garantiu Fernando Lime, o "chefe" do basquete, com um tom de irritação quando perguntado sobre a situação do americano.
O prazo para transferências no NBB está chegando ao fim, e alguns atletas preferem não dar uma opinião por medo de represálias. Se houver interesse de troca, a transferência precisa ser realizada até 19 de janeiro, o último dia com jogo marcado no calendário do primeiro turno. É preciso ainda ter uma carta liberatória do ex-clube em questão para este ser incluído na relação da equipe de destino. A "janela de transferência" de um jogador só pode ser feita uma vez por campeonato.
Fonte: geMais lidas
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