Base cresce com jovens mais profissionais do que ligados ao clube
Ficou para trás o tempo em que perguntar a um jogador dos juniores do Vasco para qual time torcia era redundante. No rastro da nova filosofia de trabalho do clube nas categorias de base, não há apenas os títulos conquistados em sequência e a boa campanha no Brasileiro Sub-23. Do grupo que pode enfrentar o Internacional, quarta-feira, pela semifinal, e que tem atuado exclusivamente na competição, apenas o lateral-direito Ari tem mais de um ano de São Januário.
Somente em 2010, foram cerca de 35 jogadores prospectados em todo o Brasil, para todas as categorias, desde o pré-mirim até os juniores. Aos poucos, o romantismo do menino crescido na Colina, como foi com Felipe e Pedrinho, Alex Teixeira e Philippe Coutinho, vem sendo substituído pelo profissionalismo dos que são contratados com o pensamento de, no Vasco, encontrarem o caminho mais rápido e seguro para chegar ao time principal.
Atualmente, o velho e o novo se encontram no clube. Willen, com passagens por todas as Seleções de base ao lado de Coutinho, hoje na Internazionale (ITA), foi utilizado por Dorival Júnior na Série B , mas não foi relacionado nem para o Brasileiro Sub-23. Lipe, contratado ano passado depois de passagem pela base do Grêmio, treinou com Vagner Mancini no começo do ano e faz parte do grupo que vai pegar o Colorado no Beira-Rio.
Nosso objetivo é ter o jogador em condição de chegar ao profissional. Conhecemos o mercado, abrimos uma gama de pessoas, são vários parceiros, empresários, clubes, centro de treinamento. Contratamos para as posições carentes disse Juarez Fischer, coordenador do setor de avaliação e captação das categorias de base do Vasco.
Bate-Bola com Juarez Fischer, coordenador do setor de avaliação e captação
Como é o seu trabalho de busca de jogadores?
Eu fui contratado pelo Rodrigo Caetano em dezembro de 2009. O trabalho do setor é feito por quatro pessoas: eu, o Wilsinho, o Sidney (ambos ex-jogadores do clube) e o Gaúcho (atual técnico do time sub-23 do Vasco). Estamos sempre observando os atletas com potencial para fortalecer a base do Vasco.
A oferta de jogadores para o clube é muito grande?
A procura é muito grande. Recebemos muito material do Nordeste, do Sul. Analisamos caso a caso e então enviamos um representante para observar o jogador pessoalmente.
Para o Vasco, qual é a idade melhor para trazer o garoto?
Quanto mais novo, melhor. Ele tem mais tempo para se identificar, se adaptar. Procuramos cobrir sempre as posições carentes.
\"Quem está há mais tempo se acomoda\"
Lipe, no Vasco desde 2009 (19 anos)
Acho que existe uma certa acomodação dos jogadores que estão no clube há mais tempo.
Por eles conhecerem mais o Vasco, acham que as coisas serão mais fáceis. Mas, para quem vem de fora, não é a mesma coisa.
Chegamos com gana, com muita vontade e damos o máximo para permanecer no clube. Para quem já passou por inúmeros clubes e não teve oportunidade ou teve de sair por algum problema, chegar ao Vasco é um ótimo motivo para mostrar serviço.
Vamos dar o máximo para conquistarmos mais títulos.
\"Essa situação nos incomoda um pouco\"
Willen, no Vasco desde 2003 (11 anos)
Particularmente, acho que a chegada desses jogadores atrapalha um pouco, sim. Eles chegam agora e já vão atropelando o pessoal que está no clube há mais tempo, desde pequeno.
Quando converso com outros jogadores que estão no Vasco desde criança, vejo que eles também se sentem incomodados.
Esses jogadores que chegaram há pouco tempo fazem algumas apresentações boas e já ganham uma chance no profissional. Para os jogadores que estão há mais tempo e não estão jogando nem no Brasileiro Sub-23, é ruim.
Novo modelo é menos rentável
Há prós e contras na contratação de jogadores mais velhos, em condições de fazerem parte logo de saída do grupo de juniores. Os gastos com eles é menor e a tendência, por ser mais velho, é de que ele atinja a maturidade rapidamente.
Por outro lado, ao vender tal jogador, o Vasco lucrará menos. Quanto mais cedo o jovem for do clube, maior tende a ser a parcela do Vasco nos seus direitos.Umexemplo é Rômulo. Hoje no profissional, o volante foi contratado em 2009 para os juniores e tem os direitos divididos entre Vasco e Porto (PE).
\"Ilegítmos\", mas vencedores
Desde 2009 o Vasco tem se mostrado arrasador nas categorias de base. Em pouco mais de um ano, o clube pode levantar o terceiro título disputado em sequência.
Em 2009, venceu o OPG, torneio que não conquistava desde 1998. Este ano, levantou o Carioca Sub-23 depois de nove anos e é o único time carioca classificado para a semifinal do Brasileiro da categoria.
(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)
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