As primeiras impressões do Vasco de Sá Pinto
O Vasco na última quarta-feira (21) enfrentou o Corinthians em São Januário, vindo de um jejum de 10 anos sem vencer o Timão, acabou encontrando mais uma dificuldade para conseguir quebrar esta tabu. Os desfalque dos seus dois principais jogadores: Martin Benitez e German Cano. Além disso, a estreia do treinador Ricardo Sá Pinto que comandou apenas um jogo antes da partida. Tendo em vista todas estas dificuldades também precisa contextualizar o atual momento do Cruz Maltino que chegou, com esta partida, a 9 jogos sem vencer (juntando Brasileirão e Copa do Brasil). Isso da mostra do abacaxi que o treinador precisaria descascar nesta sua estreia.
Mesmo com um tabu de anos, desfalques de última hora, péssimo retrospecto recente e pouco tempo para treinar, a equipe conseguiu demonstrar algumas mudanças em relação ao treinador anterior, principalmente na execução de alguns princípios. A marcação em bloco alto ficou por mais tempo durante o primeiro tempo, sendo melhor coordenada e executada. Uma mudança notória, foi o comportamento na organização ofensiva da equipe, buscando a construção no primeiro terço bem mais posicional, ao invés da opção que Ramon fazia que era pautada no apoio aos três defensores com os dois volantes gerando apoio a eles. Laterais bem mais ofensivos, agredindo a linha de fundo, extremos com movimentos em diagonais saindo da ponta para dentro, deixando o corredor livre para o lateral atacar. O meia de ligação (meia mais avançado do trio) com liberdade posicional para flutuar entre a linha adversária, dando opção nos dois lados e gerando profundida, Carlinhos desempenhou esta função com êxito. Sem bola, comportamentos sistêmico pautado no 4-2-3-1 variando para o 4-4-2 (com duas linhas de quatro). Isto que já era utilizado por Ramon.
1ª Tempo
O Vasco conseguiu controlar boa parte do primeiro tempo, conseguindo ter mais velocidade para fazer a circulação da posse. Time bem mais compacto na organização ofensiva, isso fazia com que a área de jogo ficasse bem menor, logo facilitava a abordagem de pressão pós perda da equipe. Carlinhos funcionou como principal conector entre o meio e ataque, se apresentando em ambos os lados do campo, fazendo com que o Vasco tivesse superioridade numérica no centro do jogo (local aonde a bola está). Marcos Júnior e Andrey sentiram dificuldades para conseguir conectar passes para progredir com a posse de maneira mais vertical, isso fez com que por alguns momentos a posse de bola que o Vasco tinha era bem estéril, pois circulava por fora do bloco de marcação e não conseguia o penetrar. Após um bom ataque do Vasco, a equipe conseguiu um escanteio. Bateu, a defesa corintiana cortou, Cayo Tenório não conseguiu cortar, Mantuan recuperou, passou para Cazares, o meio toou de volta e o atacante abriu o placar. Até aquele momento o Vasco tinha domínio territorial da partida, depois do gol, o psicológico (como sempre) pesou e a equipe começou a pecar nas tomadas de decisão.
Isso ficou evidenciado no comportamento dos laterais, ambos tentando alçar bolas aéreas para conectar até Ribamar. Talles e Vinicius não foram tão contundentes, porém, por características, sempre buscavam o 1v1, com movimentos em diagonais. Talles, com sua capacidade de sustentar pressão foi importante na manutenção da posse, ganhou algumas faltas e manteve a equipe sempre no campo adversário. Ribamar, brigava entre os zagueiros, nada muito efetivo, mas procurando sempre trabalhar em profundidade para manter a pressão aos defensores. Com a equipe mais compacta, a dupla de zaga precisou também ser bem mais ativa na organização ofensiva, sempre oferendo linhas de passe para os volantes e laterais. A organização defensiva conseguiu segurar bem o ímpeto do Corinthians, Miranda muito bem nos duelos individuais, contanto a cobertura defensiva de Leandro Castan. No geral, os 45 minutos inicias, mostraram uma equipe mais paciente com a posse, a circulando com mais rapidez, compacta ofensivamente e bem mais combativa nas transições defensivas.
2ª Tempo
O Vasco iniciou a segunda etapa com o pé no acelerador. Conseguiu agredir o adversário bem mais, com direito a bola na trave de Ribamar. Mas foi a entrada de Leonardo Gil, na vaga de Andrey, que mudou completamente a cara da equipe. Conseguiu se associar bem Carlinhos, conectando bons passes curtos e longos, ambos em direção vertical. Sempre bem posicionado para ganhar campo para fazer com que o Gigante da Colina ganhasse campo e espremesse ainda mais o adversário. Lucas Santos entrou na vaga de Marcos Júnior, e houve a troca de posição dos jogadores, mas mantendo o 4-2-3-1/4-3-3. Gil alinhou com Carlinhos mais à base das jogadas, mas ambos com liberdade para subir ao ataque, Lucas Santos à esquerda, Talles centralizado e Vinicius à direita. Nesta altura da partida, o domínio do Vasco era amplo, criando oportunidades seja com jogadas de linha de fundo, quanto com trocas de passes, como no lance em que Carlinhos e Talles fizeram linda jogada.
Quando o Vasco empatou o placar dava a impressão de que ia virar, mas o time de Vagner Mancini começou a pressionar mais o Gigante da Colina em seu campo de defesa, induzindo ao chutão e assim, recuperar a posse e acelerar novamente. Sá Pinto promoveu as entradas de Bruno Gomes e Parede nas vagas de Ribamar e Vinicius. A equipe ainda criou algumas oportunidades, mas o nível técnico caiu. O Gigante da Colina ainda teve dois contra ataques bem claros para conseguir virar o jogo, mas pecou na tomada de decisão e isso custou caro no final do jogo. Após uma tentativa de cruzamento de Everaldo, a bola desvia em Henrique e entra. 2 a 1 para o Corinthians, e o sentimento de decepção toma conta dos jogadores, que até tentaram reagir, mas já sem tempo. Tabu mantido e jejum aumentando.
No geral, foi uma estreia positiva para Sá Pinto, apesar da derrota, precisa se avaliar a execução da ideia inicial do treinador português. Busca por pressão pós perda na transição, organização ofensiva pautada na circulação da bola. Além de uma equipe mais organizada defensivamente, sem dar espaço entre as linhas – problema que vinha desde a época de Ramon Menezes – conseguindo coordenar melhor a subida de pressão. Vamos aguardar para a próxima partida, Sá Pinto terá uma semana inteira para conseguir treinar e adaptar melhor sua ideia.
Por: Rodrygo Nascimento
Fonte: SUPERVASCO.COMMais lidas
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