Futebol

Após três pausas, ex-Vasco Morais ressurge no futebol

Morais foge do estereótipo daquele jogador boleiro, que anda desfilando em carrões e que vive atrás de contratos milionários, seja qual for o novo mercado do mundo da bola. Com passagens por grandes clubes como Vasco, Corinthians, Atlético-MG e até seleção brasileira, o meia atualmente joga futebol no lugar que lhe faz bem, que o atrai pelo alto nível de competitividade, como o Campeonato Paulista.

Em entrevista ao GloboEsporte.com, em Sorocaba, cidade do São Bento, clube que defende na atual edição do Paulistão, o meia falou sobre a carreira, as três "aposentadorias", o lado família e o vício pelo futebol que o impede de deixar o esporte.

Aos 13 anos, Morais deixou o conforto proporcionado pelos pais em Maceió para morar embaixo das arquibancadas do estádio de São Januário. Foi no Vasco que o meia se profissionalizou no futebol e de lá rodou por Corinthians, Atlético-MG, Bahia, até chegar ao São Bento, clube do interior de São Paulo pelo qual disputa pela segunda vez consecutiva o principal estadual do país.

Atualmente com 32 anos, o meia teve relativo sucesso pelos clubes por onde passou, sendo campeão estadual por Vasco, Corinthians, Atlético-PR, Bahia e Atlético-MG, além de Brasileiro das Séries A e B pelo Timão. Apesar das conquistas, foram três aposentadorias durante os pouco mais de 17 anos de carreira. O motivo? A saudade da família e o clima pesado que envolve o mundo do futebol. 

– Chega uma hora que cansa, você fica o ano todo longe. Meu sonho era jogar apenas em um grande clube, mas acabei jogando em vários, então sou cara realizado. Se você está dedicado ao futebol, é de domingo a domingo, não tem data. Você tem de estar com o coração, quando ele pede para ficar perto da família eu vou para minha família. Já parei três vezes, mais de dois anos no total. Eu acho que vai ser fácil, mas quando paro para assistir os jogos é difícil. Estou há 17 anos no futebol, então o dia que eu resolver parar vou ter que parar de ver jogo. É um vício – revela Morais. 

O jogador caminha na contramão da maioria dos boleiros, que sempre buscam contratos cada vez mais vantajosos e a sonhada independência financeira. Morais prefere ficar ao lado da família, que reside em Maceió, mas não consegue abandonar o mundo do futebol de vez. As passagens por grandes clubes renderam ao jogador uma boa "poupança", que o permite optar ou não em jogar profissionalmente. 

– Eu vivi os momentos em que você sempre quer estar no meio, renovando contratos. Cada um busca o que lhe faz feliz, sou um cara família e o futebol suga muito. Tem que ser um cara equilibrado, mas isso não quer dizer que vou jogar o Campeonato Paulista e parar – disse o meia.

Apesar das três pausas e do discurso incerto com relação ao futuro da carreira, Morais diz entrelinhas que busca um local que o faça feliz em termos de competitividade e qualidade de vida. Por isso, não crava por mais quantos anos irá jogar futebol profissionalmente. 

– Sempre alguém fala na rua que você está novo, que não deve parar e isso vai mexendo. Vou juntando o útil ao agradável: as pessoas querem me ver jogar e eu gosto de jogar futebol, então a gente acaba voltando. Ano passado muita gente me cobrou que, depois de um bom Paulista, eu acabei não emendando uma Série A, B ou o mercado que todo mundo está indo, mas não apareceu nada atraente. Vou jogar esse Campeonato Paulista para ver se aparece algo bom, se não aparecer a gente volta para Maceió e segue a vida.

Pelo São Bento, Morais entra em campo nesta quarta-feira, às 17h, contra o Ituano, em duelo pela terceira rodada do Campeonato Paulista. São duas derrotas em dois jogos do time de Sorocaba no estadual. 

Fonte: ge