Após briga, torcidas agendam novos confrontos
A guerra entre torcidas organizadas promete novos e sangrentos capítulos para os próximos dias, quando Flamengo e Vasco voltarão a se enfrentar pelo estadual de futsal, de basquete e na categoria juniores de futebol. Em um site de relacionamentos, torcedores vêm trocando ameaças.
Na sexta-feira à noite, em uma briga que reuniu mais de 150 pessoas na Praça 15, no Rio de Janeiro, Germano Soares de Souza, 44 anos, da Jovem do Flamengo, foi espancado por rivais. Ele está internado em estado crítico no Hospital Souza Aguiar.
\"O pelotão do céu vai ficar forte\", ironiza um internauta, que se identifica como Batman em um fórum de discussão sobre novas brigas.
Amigos e parentes de Germano, inclusive a filha Dalila, grávida de nove meses, foram visitá-lo na UTI, na última sexta. Ele está em coma, respirando com a ajuda de aparelhos. Germano sofreu fraturas em todos os ossos da face, perdeu massa encefálica e foi submetido a uma cirurgia.
A mãe, Sandra, passou mal e foi para casa. O pai, German de Souza, 66, falou sobre uma previsão macabra feita pelo filho antes de sair de casa sexta-feira. \"Ele disse para a mãe: \"hoje eu vou morrer ou vou ser preso\"\", contou o pai.
O torcedor já teve algumas passagens pela polícia: três vezes por agressão, uma por ameaça e outra por tentativa de homicídio. Segundo o pai, ele chegou a levar uma facada na cabeça. Germano ficou preso por quase um mês após uma briga, em novembro de 2005, em que o torcedor do Botafogo Rhafick Tavares da Silva Cancio, 20 anos, foi morto em Barra do Piraí.
A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) investiga a briga de sexta. Torcedores da Jovem Fla enfrentaram vascaínos da Força e da Ira Jovem. Há informações de que integrantes da Fúria Jovem do Botafogo também estavam no grupo que espancou Germano quase até a morte.
Foram detidos 56 torcedores, 16 deles menores. Todos prestaram depoimento e foram liberados. Eles devem ser indiciados por rixa qualificada, lesão corporal ou formação de quadrilha. O pai de Germano disse que o filho estava jurado de morte por torcidas do Vasco e do Botafogo.
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