Após boicote ao São Paulo, apoio de presidentes ao movimento cresceu
Ao todo, 40 clubes estiveram presentes no encontro promovido pelo coordenador das categorias de base da CBF, Alexandre Gallo, no início do mês, num hotel localizado na região metropolitana de São Paulo.
Cada um com quatro lugares reservados no auditório.
O São Paulo preencheu dois deles com membros de suas comissões técnicas – os outros dois ficaram vazios. Até poderiam ter sido ocupados por um representante de sua diretoria que compareceu ao local, mas preferiu ficar sentado nas últimas filas. Entre os demais dirigentes, a impressão foi de que tentavam mais uma vez se esconder após as acusações de aliciamento que resultaram num boicote na Taça BH e na Copa 2 de Julho, no primeiro semestre.
Na última semana, novos casos voltaram a surgir envolvendo o clube. Uma das medidas avaliadas é um boicote na maior competição do calendário da categoria, a Copa São Paulo, e até mesmo devolver na mesma moeda, conforme ameaça o rival Corinthians.
“Eles querem esse jogo? É esse jogo que vai ser jogado. Se me interessar um jogador em Cotia, vou assediar e vou trazer”, promete o diretor de futebol de base alvinegro, Fernando Alba.
A transferência do goleiro Lucão, um dos destaques da Ponte Preta na Copa Brasil Sub-17, desencadeou mais uma revolta no mercado. O atleta convocado para a seleção da categoria teve ofertas formais de Cruzeiro e Corinthians negadas, estava pronto para fechar contrato e sumiu antes de sua assinatura, se apresentando diretamente em Cotia. Ao tomar conhecimento do destino do atleta, o gerente executivo do futebol de base Pedro Zalla notificou os outros times.
“Os presidentes já se falaram na época que o São Paulo tentava a contratação do Cicinho (hoje no Santos), mas eles respondem que não sabem bem, se fazem de desentendidos”, afirma Zalla ao ESPN.com.br. Não é a primeira vez que a equipe sofre com o tricolor – no começo do ano, três atletas dos infantis foram levados. Portuguesa e Vitória também reclamam de assédio.
“O que chateia é que o São Paulo não deveria precisar disso. Mas, não, precisa mostrar a sua força, como se necessitasse se afirmar e não necessita. A BH foi um bom início, mas eles desdenharam um pouco”, analisa o gerente de divisões de base do Fluminense, Fernando Simone.
O gerente de futebol são-paulino Gustavo Vieira de Oliveira foi procurado pela Ponte, porém, argumentou que responde apenas pelo profissional. O passo seguinte foi ir ao Morumbi, no confronto entre os clubes, e bater na porta do vestiário atrás do diretor das categorias de base Marcos Tadeu. Ausente, ele explicou no dia seguinte, por telefone, que acabara de reassumir o cargo e conversaria com Juvenal Juvêncio.
Em contato com um dirigente tricolor, o ESPN.com.br ouviu que Lucão já havia sido oferecido ao clube cinco anos atrás e que vinha sendo observado desde então. Existe internamente a convicção de que o caso não configura aliciamento.
Com salários em torno de R$ 5 mil e pagos religiosamente em dia, o São Paulo consegue fisgar os garotos principalmente por conta de toda a estrutura que oferece em seu centro de treinamento, com bolsas de estudo em escolas particulares, cursos de idiomas e até mesmo alojamento com ar condicionado, TV a cabo e internet sem fio. O encantamento de atletas e familiares é rotineiro.
O assunto ferve nos bastidores e chega até mesmo à CBF, que, conforme mostrado ontem pelo ESPN.com.br, vem provocando a insatisfação dos clubes ao realizar períodos de treinos de suas seleções em Cotia, facilitando supostamente o acesso são-paulino aos garotos.
Boa parte dos clubes já conta com a chancela de seus respectivos presidentes para tomar uma posição mais forte contra a equipe do Morumbi. “Querem tornar o São Paulo um Real Madrid ou Barcelona para acabar com o resto, mas não vamos permitir que façam isso. O (Alexandre) Kalil já me autorizou a sair das competições em que estejam presentes”, diz o gerente de base do Atlético-MG, André Figueiredo.
“Não tem outro caminho de diálogo. Se não contamos, não tem o que fazer. A não ser que a CBF interviesse, mas pelo contrário ela leva para Cotia para eles ‘roubarem’”, completa o coordenador de categorias de base do Vitória, João Paulo Sampaio.
O próximo encontro dos dirigentes da base será realizado em novembro, em Porto Alegre, mas uma articulação já está sendo feita através da internet para anunciar novas medidas.
A reportagem do ESPN.com.br esteve em contato com o São Paulo desde a semana passada e recebeu do clube a informação de que não irá se manifestar.
Fonte: CBF
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