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Após acidente, goleiro Silvio Luiz , ex-Vasco, quase desistiu de voltar

Depois de um ano e meio parado por causa de um grave acidente automobilístico, em 2008, no Rio de Janeiro, o goleiro Silvio Luiz assinou contrato com o Juventude e está de volta ao futebol. O LANCENET! conversou com o jogador, que pensou em desistir de retomar a carreira. Confira:

Você lembra como aconteceu o acidente?

Eu estava dirigindo quando um ônibus parou fora do ponto e eu acabei colidindo com o veículo na traseira. Depois disso eu não lembro de mais nada. Só lembro de acordar no hospital, onde fiquei em coma induzido por dois dias. Acordei perguntando o que tinha acontecido e a enfermeira me disse que eu tinha sofrido um acidente muito grave.

Você correu o risco de não poder mais jogar?

Quando eu saí do hospital fui submetido a exames no ombro direito, local mais lesionado. Fui a dois médicos e o primeiro chegou a dizer que eu talvez não voltasse a jogar. O outro foi o Fábio Marcelo, fisioterapeuta que me reabilitou e que me levou no médico do Fluminense na época. Foi esse médico que me disse que a lesão tinha sido grave, mas que eu tinha condição de voltar respeitando as etapas.

Você chegou a acreditar na possibilidade de não voltar mais a atuar, como disse o médico?

Na verdade eu não sabia a gravidade da lesão e nunca acreditei que não pudesse voltar. Na minha cabeça eu tinha que dava sim para voltar mesmo com o primeiro médico dizendo que talvez não fosse possível. Eu tomei para mim as coisas boas que o segundo médico disse e caí dentro na fisioterapia.

Quais foram as etapas da recuperação citadas pelo médico?

A primeira delas foi me recuperar fisicamente, por isso, me exigiram paciência e persistência. Depois dessa fase, eu iria precisar me superar como jogador. Foi um período longo, de tratamento diário, em dois turnos, e eu dificilmente faltava. Só não ia quando eu tinha uma pequena depressão, pois estava acostumado a outro ritmo e precisava me adaptar.

A vontade de desistir do tratamento existiu?

Tinham momentos em que eu pensava em desistir e não ia para as sessões. Mas os médicosme chamavam para conversar, dizendo que sabiam que eu teria momentos de baixa, mas precisava continuar os trabalhos.

De onde você tirou forças para seguir o tratamento?

Primeiramente, de Deus, e depois da família, que esteve comigo diariamente. Tiveram ainda os fisioterapeutas, que me acolheram e foram conversando muito comigo, fazendo um trabalho de psicólogos também.

Na época do acidente, você tinha contrato com o Boavista. O clube bancou a recuperação?

Não cheguei a jogar pelo Boavista. Apenas treinei dois meses e meio e, quando faltava uma semana para a Série C começar, o acidente aconteceu. Não recebi ajuda do clube e ficou tudo por minha conta.

Ser titular do Juventude é o seu principal objetivo?

Ser titular todomundo quer e comigo não é diferente. Mas eu chego mais experiente, cauteloso, para ajudar e colaborar. Se der para jogar, jogarei e darei meu melhor, pois ninguém desaprende a jogar futebol. Falta colocar os ponteiros em ordem, arrumar a questão física e dar sequência ao trabalho.

Você planeja voltar a vestir a camisa de clubes como o Vasco e o Corinthians?

Adorei ter jogado pelo Vasco, por exemplo. Mas agora é questão de oportunidade e etapa. Preciso pensar em me firmar no Juventude, fazer um bom trabalho e, depois, se receber proposta, analisar e ver o que posso fazer. Espero dar a volta por cima e apagar essa mancha na minha vida.

Fonte: Lancenet!