Torcida

Após 29 minutos, torcida foi da euforia ao silêncio no Maracanã

A torcida vascaína viveu quatro jogos dentro de um Vasco x Náutico só no Maracanã. Diante dos pernambucanos aos seus olhos e no rádio de pilha, no aplicativo do celular e nas notícias que chegavam no placar do estádio, o torcedor não teve sossego e sofreu muito com as vitórias da Portuguesa, do Criciúma, do Bahia e do Coritiba. Por quase meia hora, apesar de outros três resultados não favorecerem o time de São Januário, houve festa com a momentânea com a classificação fora da zona de rebaixamento. Até o gol de Deivid, no fim do primeiro tempo, transformar completamente a atmosfera no Maracanã.

Antes da bola rolar, tudo era festa. Estádio cheio de novo, torcida inflamada e um time que marcava um gol logo aos 4 minutos. Mas antes mesmo de Edmilson abrir o placar, após chutaço de Yotún, o primeiro gol do domingo no telão do Maracanã já provocava os ânimos dos vascaínos. O Criciúma abria o placar contra o São Paulo e seguia firme na sua luta contra o rebaixamento. Aos 14 minutos, no Mineirão, era o Bahia quem surpreendia contra o campeão Cruzeiro. A esperança ia ficando menor que a aflição. E a 11ª vitória do Vasco no Brasileiro ganhava definitivamente contornos dramáticos aos 38 minutos do Couto Pereira - e aos 43 do Maracanã: era gol de Deivid, era 1 a 0 para Coritiba contra o Botafogo.

Os vascaínos que já ensaiava xingamentos contra o risco de Segunda Divisão (“Ôôô, Segunda é o c.....”) silenciaram e passaram 15 minutos de intervalo entre a reflexão, a fé e a depressão de uma nova queda para a Segundona. O anúncio no placar dos gols do Vitória sobre o Flamengo levantou tímidas vibrações dos vascaínos. O foco era outro. Em Campinas, a finalista da Sul-Americana Ponte Preta, com reservas, perdia para a Portuguesa, que escapou do risco de cair (o risco é considerado desprezível pelo matemático Oswald de Souza). E no Mineirão o Mito dos vascaínos, Dedé, não conseguia cooperar com a causa do Vasco.

A torcida que começara o domingo aos gritos de “Casaca” em todos bares e arredores do Maracanã e que encheu o estádio pela terceira partida consecutiva, tentava tirar forças para seguir ao lado do Vasco até o fim – como diz a paródia da música Ana Julia, uma das mais entoadas pelos torcedores a cada partida. Claro que sem desgrudar do radinho de pilha – para os mais tradicionais – e dos aplicativos modernos de celular.

- Mais um, mais um, mais um – pediam os vascaínos ainda no primeiro tempo, de olho no saldo.

No início da segunda etapa, ao avistar Robinho entrando no lugar de Thalles, os vascaínos clamaram por Bernardo, o preferido da torcida. Demorou, mas o camisa 31 entrou no fim do jogo e ainda conseguiu extravasar em gol toda o nervosismo do Maracanã. Os 2 a 0 tranquilizaram àqueles que já temiam pelo pior, com o placar magro e alguns ataques esporádicos do Náutico. Em seguida, parecia o terceiro do Vasco, mas era o empate do Cruzeiro e um gol do Botafogo, que diminuía em Curitiba.

Mas o Bahia, de Cristóvão Borges, comandante do time em 2012, terminou fazendo mais um e o placar não se alterou mais no Paraná. Alguns em silêncio, outros extravasando e cantando amor ao time do coração, os vascaínos foram embora do Maracanã com apenas uma certeza: domingo que vem o drama continua.

No sétimo ato sob comando de Adilson Batista, o Vasco vai atrás do "milagre de Joinville". Se vencer o Furacão, o Vasco, com 44 pontos, ainda precisa que Coritiba (45) não ganhe sua partida ou que o Inter ou o Criciúma seja derrotado. Em caso de empate, a situação se torna improvável, pois seria necessária um revés por três gols do Coxa para o São Paulo, mandante, mas que só cumpre tabela, e ainda torcer para que o Fluminense, atrás com 43 pontos, não passe pelo Bahia, que já está livre com a segunda vitória consecutiva.

Fonte: ge