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Análise: Vasco vive noite de êxtase em vitória e festa na Barreira

O Vasco viveu uma noite de êxtase, reforçou a união com a torcida e mostrou que é capaz de virar a chave e fazer de São Januário um aliado na luta contra o rebaixamento.

O que aconteceu

O time de Ramón Díaz goleou o Coritiba por 5 a 1 no duelo que ficou marcado pelo retorno da torcida à arquibancada.

Foram três meses com São Januário sem poder receber público, após punição do STJD e de determinação da Justiça do Rio.

Antes da punição, o Cruz-Maltino havia jogado três jogos na Colina, com três derrotas e nem sequer um gol marcado — perdeu por 1 a 0 para Bahia, Santos e Goiás.

Barreira em festa

Os ingressos para esse reencontro da torcida com São Januário esgotaram em poucas horas.

Muitos resgataram o hábito de vir almoçar na Barreira e já ficar para o jogo. Movimento bem legal e espero que isso se mantenha. Está tudo bem positivo

Paulo de Souza, da Churrascaria Central

"Aquela ação da torcida no jogo contra o Bahia já havia sido muito bacana para a gente, e hoje só demonstra isso. O movimento está ótimo, só temos que celebrar", Helio Martins, do Floriano Gourmet.

No telão de São Januário, em alguns momentos do jogo, apareceu a seguinte mensagem: "Agradecemos à Barreira do Vasco e à nossa torcida por todos os esforços e apoio. Nós somos o Vasco".

Estrangeiros perguntaram

A ansiedade não estava apenas na torcida, mas também em alguns nomes do elenco.

Reforços que chegaram no meio do ano ainda não tinham tido a oportunidade de jogar em São Januário com torcida.

Os estrangeiros se mostraram curiosos e, durante a semana, perguntaram aos companheiros como era atuar no estádio, com o apoio dos torcedores.

Jogar com esta torcida é impressionante. Já vivi muitas experiências de jogar aqui e não mudou nada. Cada vez está melhor, cada vez é mais difícil jogar aqui. Por isso, queríamos que o Vasco jogasse, realmente, no seu estádio: para demonstrar a todo o futebol brasileiro que é difícil para todos. O apoio de todos fez com que a equipe tivesse este espírito e atitude

Ramón Díaz

"É sempre muito importante. Nunca havia jogado com esse público aqui no Brasil. Acho que foi algo extraordinário. Então, estou muito feliz por estar neste momento e ver tudo o que aconteceu esta noite", reforçou Medel.

"Pai, é o Ramón"

Ao longo da partida, diante da boa atuação, a torcida se empolgou e lembrou até sucessos da arquibancada dos anos 90.

Também ovacionou alguns nomes do time, como Rossi, Paulinho e, principalmente, Vegetti, que ganhou até música.

O técnico Ramón Díaz também teve o nome gritado. No fim do jogo, em uma área do estádio, atendeu alguns torcedores. Um pequeno vascaíno chamou o pai para um registro. "Corre, pai, é o Ramón", pediu ele.

Do lado de fora, um grupo de torcedores passou por um portão do estádio, e um deles perguntou: "O Vegetti já saiu. Diz que eu o amo, por favor?".

Reconhecimento facial

O Vasco precisou assinar um TAC com o MPRJ para o retorno da torcida a São Januário.

Dentre as exigências do órgão estava catracas com reconhecimento facial, que serão implementadas aos poucos, mas já tiveram o primeiro teste ontem.

A tecnologia foi usada na entrada das gratuidades e 124 pessoas acessaram o estádio a utilizando.

Fonte: UOL