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Análise: Quais mudanças táticas o Vasco deve ter diante do Nova Iguaçu?

O Vasco enfrenta o Nova Iguaçu neste domingo (17), às 16h, pelo jogo de volta da semifinal do Campeonato Carioca com uma grande mudança: o 3-4-3 que encaixou no começo do ano dará lugar a um novo esquema tático.

Nos treinos ao longo da semana, o técnico treinou com Rojas e Praxedes entre os titulares. Medel atuou como primeiro volante numa dupla com Galdames, o que indica o retorno do 4-2-3-1 que fez sucesso na reta final de Campeonato Brasileiro no ano passado.

O provável time titular do Vasco: Léo Jardim, Rojas, João Victor, Léo, Lucas Piton, Medel, Praxedes, Galdames, Payet, Adson e Vegetti.

Cheio de frases de efeito e promessas que até agora foram cumpridas, o experiente treinador viu seu time ter dois desempenhos muito ruins. A equip ruiu no segundo tempo para o Água Santa e a classificação na Copa do Brasil veio apenas nos pênaltis. No jogo de ida contra o Nova Iguaçu, o time foi tão mal que uma goleada só foi evitada graças a Léo Jardim.

Um dos grandes motivos do desempenho ruim está no meio-campo. Nada funcionou entre Zé Gabriel e Galdames e a linha de cinco defensores no 3-4-3 do Vasco.

Antes, vamos entender o esquema de Ramón no ano: o 3-4-3 foi uma forma de encaixar os melhores disponíveis e fazer o time não sofrer na defesa com Payet e Vegetti mais avançados. David, um dos destaques do ano, fez falta porque ajudava a preencher o meio quando o time perdia a bola. Sem ele e com Clayton ainda pegando ritmo, o time sofreu.

O Nova Iguaçu espertamente aproveitou a falta de retorno dos pontas e colocou ao menos dois jogadores no setor dos alas. Com isso, os volantes eram atraídos a marcar pelo lado e deixavam alguém passar por dentro. É o que acontece na imagem: três do Nova aparecem no setor. O ala do Vasco salta para marcar, e na intenção de ajudar, Galdames rapidamente cai no setor.

Só que o Nova toca rápido a bola e impede Galdames de fazer o bote. Aí vem o efeito dominó: com Zé Gabriel sozinho em 20 metros de campo, um dos zagueiros precisa sair da defesa para preencher o meio e deixa espaço para alguém entrar nas costas. Justamente o que acontece na sequência da jogada, ilustrada abaixo. Perceba como Galdames está longe de defesa e nenhum dos três atacantes retorna para ajudar.

Treinadores e analistas de desempenham chamam esse problema de "sobrecarga". É quando um setor fica tão preenchido pelo adversário que quem está lá não dá conta de roubar a bola. Veja na imagem: três atacantes do Nova Iguaçu buscam o setor dos dois volantes de forma a confundir a marcação. Como Galdames vai olhar a bola e marcar quem está nas costas dele ao mesmo tempo? Impossível!

Méritos também do Novo Iguaçu, que observou o problema no meio-campo do Vasco e jogou para preencher o setor. Afinal, o desastre do jogo da ida também aconteceu contra o Água Santa, pela Copa do Brasil.

Galdames e Zé Gabriel eram levados para longe dos zagueiros a todo momento. No lance do primeiro gol da equipe de Diadema, eles estão a pelo menos 15 metros dos cinco defensores e deixam um atacante entrar de costas. Quem corre de frente tem vantagem porque o defensor sempre olha a bola e se coloca de costas para o gol. Não deu outra: o Água diminuiu, virou e o jogo quase virou desastre.

O provável novo esquema tático irá corrigir esse problema com Medel mais fixo na frente da zaga e Galdames mais liberado para saltar na marcação sem deixar espaços. A entrada de Praxedes como meia central (ou até como um meia-volante num 4-3-3) reforça o setor com mais um jogador capaz de roubar a bola e fechar espaços.

Tudo será analisado quando a bola rolar no Maracanã, confirmado para a volta. Já são mais de 60 mil ingressos vendidos, 55 mil deles para a torcida do Vasco.

Fonte: ge