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Análise: Léo Jardim e Vegetti puxam a responsabilidade no Vasco

O time carioca, que já havia se classificado nos pênaltis contra Água Santa e Fortaleza, mostrou novamente o espírito aguerrido para voltar às semifinais da competição pela primeira vez desde 2011, quando a conquistou. Agora, aguarda o vencedor do confronto entre Atlético-MG e São Paulo.

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— A gente tem sofrido bastante ultimamente, com placares, com jogadores a menos. Acho que isso tem norteado um pouco o nosso trabalho, sofrendo um pouco mais do que a gente gostaria, mas isso nos eleva. Estamos sofrendo, mas conseguindo atingir os resultados. Queríamos a vitória hoje, mas veio a classificação importantíssima. Estamos batalhando muito para evoluir, temos conseguido sucesso no Brasileiro e na Copa do Brasil. Estamos felizes, sofrendo, mas atingindo os objetivos e isso é o mais importante — analisou o técnico Rafael Paiva após a partida.

Pior cenário

O primeiro tempo criou o pior cenário possível para o cruz-maltino. Com 31 minutos de jogo, o Athletico já vencia por 2 a 0, destruindo a vantagem construída em São Januário. Minutos depois, ainda ficou com um a mais após a expulsão de Rayan, que deixou o braço em disputa de bola com Esquivel na lateral — lance que inicialmente rendeu cartão amarelo, mas foi verificado por Wilton Pereira Sampaio no monitor do VAR.

Uma situação que só não ficou pior porque Vegetti apareceu no seu melhor estilo para empatar o agregado pouco antes do intervalo. O camisa 99 subiu mais que a defesa e completou de cabeça cruzamento de Lucas Piton no canto direito de Mycael.

A vantagem que havia sido construída pelo Athletico foi em um embate de alta intensidade dos dois times. O Vasco, carregando a vantagem do jogo de ida, iniciou com uma escalação ofensiva na Ligga Arena. Um meio mais solto, com Sforza no lugar de Mateus Carvalho, e um ataque com David e Rayan abertos. Nos primeiros minutos, de troca de iniciativas de ataque, o próprio Rayan teve ótima chance de abrir o placar ou encontrar um companheiro na jogada, mas acabou chutando para fora.

A oportunidade se revelou preciosa, já que o Vasco viveu noite muito ruim de seu sistema defensivo. Cuello abriu o placar para os donos da casa aparecendo livre dentro da área após cruzamento de Esquivel. Assim também nasceu o segundo gol do Athletico, de Zapelli. Em novo cruzamento, Gabriel encontrou o mesmo Cuello, que cabeceou na direção do camisa 10. Era pelas pontas que o time paranaense encontrava as melhores chances, principalmente depois que ficou com um a mais.

Vegetti salva

Com a bagagem de dois confrontos quentes entre as equipes em São Januário (incluindo o compromisso pelo Brasileirão), o jogo teve faíscas, com dificuldades para Wilton Pereira Sampaio controlar os nervos de ambos os lados. O ábitro, com auxílio do VAR, acertou na expulsão de Rayan, mas viveu noite confusa na condução da partida.

Pouco antes da expulsão, o cruz-maltino ainda teve ótima chance de diminuir o placar em bobeira generalizada da defesa do Athletico. A bola sobrou nos pés de Rayan e depois nos de Payet, mas nenhum dos dois conseguiu concluir em gol.

O cenário da partida se encaminhava para uma classificação do time paranaense. Mas ainda antes do intervalo, Vegetti fez o primeiro ato para se tornar o herói da noite ao diminuir o placar e igualar o agregado. Foi o sexto gol do centroavante argentino, artilheiro da competição.

A segunda etapa foi de aplicação física e brilho de Léo Jardim. O goleiro fez seis defesas significativas e evitou chances claríssimas do gol que seria da classificação paranaense. Ainda foi crucial na disputa de pênaltis, ao defender a cobrança de Canobbio. Uma das três penalidades que defendeu nas três disputas de pênaltis vencidas pelo Vasco nesta Copa do Brasil.

— Sabemos da qualidade do Léo também, dificilmente ele fica cinco penalidades sem defender um pênalti — elogiou Paiva.

É impossível descrever a classificação do Vasco à semifinal da Copa do Brasil com outra palavra se não heroica. O cruz-maltino resistiu a um cenário de dois gols do Athletico em plena Ligga Arena, perdeu Rayan expulso, diminuiu para 2 a 1 ainda no primeiro tempo e resistiu até a disputa de pênaltis. Nela, venceu por 5 a 4, com gol decisivo de Pablo Vegetti, o grande nome do clube nesta temporada e na competição. Contou também com grande defesa de Léo Jardim, outro protagonista deste Vasco "copeiro" na única cobrança desperdiçada, por Canobbio.

Fonte: Agência O Globo