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Análise de Vasco 1 x 0 Bahia

Analisar somente a atuação do time de Zé Ricardo talvez seja muito raso para o que aconteceu neste domingo, na vitória por 1 a 0 sobre o Bahia. O Vasco teve uma exibição de encher os olhos? Definitivamente não. Porém, mais do que satisfeita, a torcida saiu extremamente feliz de São Januário. Foi uma tarde em que a arquibancada se conectou com o campo e empurrou o clube ao G-4 – ao menos até o jogo do Grêmio, nesta segunda.

Os vascaínos nunca abandonaram o time, mas São Januário teve uma atmosfera diferente neste domingo. Não se ouviu vaias para Zé Ricardo ou para os jogadores. O apoio foi irrestrito do início ao fim. Após o apito final, os jogadores reconheceram a importância dos torcedores e comemoraram com eles, próximos à arquibancada.

Seria injusto, no entanto, não apontar os méritos da equipe. O Vasco ainda é um time com muita dificuldade para criar quando propõe o jogo, mas coletivamente a defesa evolui jogo a jogo. Em São Januário, tem sido um setor organizado e sólido, que sofre pouco e proporciona poucas raras aos adversários – salve erros individuais, principalmente na saída de bola. Foi assim conta Ponte Preta, CSA e agora contra o Bahia. Thiago Rodrigues, por exemplo, não precisou fazer nenhuma grande defesa para garantir o resultado neste domingo.

Além disso, o Vasco tem um jogador em franca ascensão. Figueiredo marcou um golaço em jogada ensaiada de falta, seu primeiro como jogador profissional. Isso já bastaria para lhe render o prêmio de melhor em campo. Mas seu desempenho não se resumiu ao gol. Ele participou da maioria das ações ofensivas, encontrou soluções em lances complicados e está a cada jogo mais à vontade em campo. Neste domingo, tirou o peso do jejum de gols. Parece estar amadurecendo e caminhando para cada vez mais assumir o protagonismo na equipe.

A torcida compareceu em peso e tentou empurrar, mas o Vasco começou com o pé no freio. Talvez por estratégia, segurou no início e não se afobou. O Bahia teve a bola e a iniciativa de jogo. O Vasco, bem postado defensivamente, não deu espaço ao adversário, embora (mais uma vez) tenha errado muito na saída de bola, algo recorrente. Os passes errados deram brecha para a equipe de Guto Ferreira chegar à área, mas nenhuma vez com perigo.

O panorama mudou no lance que decidiu o jogo. Em uma falta de longe, Figueiredo encheu o pé e fez um belo gol. O Bahia sentiu e não incomodou mais até o fim da primeira etapa. O jogo ficou à feição para o Vasco, que passou a chegar com menos dificuldade ao ataque. Porém, apesar do maior volume, abusou de cruzamentos e também não criou mais nenhuma chance real.

O Bahia voltou do intervalo disposto a empatar. Fez duas ou três jogadas, mas parou na marcação. Empurrado pela arquibancada, o Vasco foi guerreiro e brigava por cada bola. Yuri Lara, mais uma vez, foi incansável. Certamente a torcida perdeu as contas de quantas vezes fez “ruf ruf” a cada desarme do camisa 5.

A entrega, no entanto, cobrou um preço, e o Vasco, aos poucos, foi perdendo gás. Zé Ricardo percebeu e lançou Juninho e Palácios, respectivamente nas vagas de Andrey e Nenê. A dupla, que já havia entrado bem contra o CSA, mais vez deu sangue novo à equipe, especialmente o volante. Em sua primeira participação, os dois fizeram uma boa jogada pela direita, e o chileno tocou para Pec chutar.

O time melhorou, conseguiu ficar mais com a bola e chegar ao ataque explorando os lados do campo. Não finalizou muito, mas também não sofreu, fora o sufoco nos acréscimos, quando o Bahia passou a levantar bolas na área.

Com 13 pontos, o Vasco dorme no G-4, na quarta colocação, mas depende de um tropeço do Grêmio, nesta segunda, para fechar a rodada entre os quatros primeiros. Certo, apenas, é que o time chegou na briga, após um início de campanha irregular. O Vasco hoje figura no pelotão da frente, e a diferença para o líder Cruzeiro é de apenas três pontos.

 

Foto: Daniel Ramalho/Vasco.com.brFigueiredo comemora gol contra o Bahia
Figueiredo comemora gol contra o Bahia

Fonte: ge